SER MÃE
J.B.Xavier
11-05-2002
Diante dos tiroteios sem fim, numa guerra que nunca finda,
Ela olha o filho ferido, ou chora sobre o corpo sem vida...
O destino fê-la mãe, para chorar pelo filho amado...
Diante da fome, num distante país, esquecido do mundo,
Ela olha o filho esquálido, sem forças sequer para suster-se...
O destino fê-la mãe, mas secou o leite em seu seio...
Diante da avidez pela fama e pela fortuna,
Ela olha o filho debatendo-se entre a criminalidade,
O destino fê-la mãe, para chorar sua sorte e sua curta vida...
Diante da fraqueza da vontade, dos vícios e das drogas,
Ela sofre por não conseguir arrancar o filho das garras desse dragão...
O destino fê-la mãe, para chorar a derrocada de um futuro feliz...
Mas, diante do primeiro choro do bebê recém nascido,
Ela sorri, e se sofreu, esquece o já ter sofrido,
E se chora, são lágrimas de felicidade...
Porque ser mãe é um dom, que a todos, indistintamente, afeta,
Ser mãe é transcender as descrições, é qualquer coisa superior,
Que escapa à descrição deste poeta...
Ser mãe é uma perene fonte de amor...
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