“A esquerda não é compatível com quem toma banho todos os dias. A melhor propaganda anticomunista é deixar os comunistas falarem”.
Paulo Francis, trotskista, convertido à democracia, como se pode comprovar abaixo:
USP - Universidade de São Paulo: fundada em 1934, no Governo de Armando Sales de Oliveira, e nesta, a Faculdade de Filosofia e Letras, que se tornaria, com Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni, numa das matrizes de difusão do Marxismo. Em 1958, foi montado na Faculdade de Filosofia da USP o “Seminário Marx” por Fernando Henrique Cardoso, Ruth Cardoso, José Artur Gianotti, Octávio Ianni, Paul Singer, Juarez Brandão Lopes e Roberto Schwartz. Em 1966, os autores mais lidos eram Lebret, Mounier, Marx, Sartre, Teilhard de Chardin e o Pe. Henrique de Lima Vaz, seguidos por Michel Quoist, Kalil Gilbran, Celso Furtado e Josué de Castro (que publicou, em 1947, “Geografia da Fome”, e em 1951, “Geopolítica da Fome”). “Não foi Marcuse o único guru dessa geração. Outros disputavam essa influência, Mao, Guevara, Debray, o pétreo estalinista Lukacz, sobretudo Gramsci, os autores da Escola de Frankfurt – Walter Benjamin, Adorno, o ascendente jamais cadente Eric Hobsbawn, marxista inglês, e o então noviço Umberto Eco, que ainda esperaria alguns anos pelas grandes tiragens da perversa ‘O Nome da Rosa’, e Althusser, que propunha nova leitura de Marx, nova interpretação teológica dos santos livros. (...) A ‘Revista Civilização Brasileira’, de Enio da Silveira, acolhia autores prestigiosos. Corria de mão em mão. Entre seus colaboradores o agora, avançado e liberal Alceu Amoroso Lima, o futuroso FHC, Ferreira Gullar, Paulo Francis, ao tempo trotskista – depois, em boa hora, convertido à democracia, por isso repudiado e mantido no escanteio –, Nelson Werneck Sodré, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho – todos crismados ‘aprendizes’ de Lukacz” (José Arthur Rios, in “Raízes do Marxismo Universitário”).
(Verbete extraído de "Arquivos I - uma história da intolerância", de minha autoria, já disponível em Usina de Letras - F. Maier).
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