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Artigos-->Existe uma cultura superior? -- 17/10/2001 - 12:56 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nos mais variados comentários relativos aos episódios de 11 de setembro em Nova York há uma mensagem implícita quanto ao caráter do confronto entre extremistas islâmicos e norte-americanos; a de que essa luta na verdade é um simbolismo, uma redução sociológica de um conflito maior, mantido em espera de forma estratégica, urdido nas mentes dos protagonistas no decurso de séculos de contida mágoa pelo desrespeito que cada lado reservava ao outro, vindo a explodir no séc. XXI pelo caráter insidioso, avassalador, e, por isso mesmo, irremediável de sua natureza: trata-se da oposição entre o Ocidente e o Oriente.



Um, coroado pelo sucesso dos empreendimentos capitalistas, pelo avanço do saber cultural e científico, põe-se nesse suposto conflito, por obra dos que o idealizaram, como sendo a expressão suprema de tudo o que significa evolução, desenvolvimento, progresso, iluminação, etc. O outro, pelos motivos opostos aos do primeiro, foi colocado pelos roteiristas como sendo a personificação do atraso, da pobreza -- cultural e material --, obscurantismo, e, pior, do fanatismo irracional, dando mesmo a entender que os fanatismos materialistas do Ocidente, e mesmo os de caráter religioso, são menos nocivos exatamente por terem surgido no contexto da Civilização Ocidental.



A imprensa dos países de “vanguarda”, e a dos que sonham em ser um (a revista Veja, aqui no Brasil é um perfeito exemplo), porta-voz fiel dos etnocêntricos ocidentais, escancara as manchetes e matérias a sustentar essa visão de mundo maniqueísta, sendo específica quando afirma que o Talibã mantém o Afeganistão e o seu povo presos à Idade Média, sendo esse mesmo o motivo que levou esse grupo radical islâmico a apoiar Bin Laden (essa é a versão unânime entre os vanguardistas) nos atos terroristas.



Naquele contexto histórico da Idade Média, a riqueza se consubstanciava na posse da maior quantidade de terras possível. Era senhor, tinha poder e prestígio quem possuísse terra, muita terra. A riqueza naquele momento não se media pelos milhões, pela posse de poços de petróleo, pelos juros obscenos cobrados criminosamente de países miseráveis, coisas que só num futuro bem distante, com o “triunfo” do capitalismo, dariam uma nova forma à disputa pelo poder geo-político.



Eu diria, em oposição a essa visão simplista da História, que reduz os conflitos entre povos a um desnível de mentalidade quanto ao que é primordial na auto-afirmação das nações, que tanto o Afeganistão, como os EUA e demais países do mundo, quando forem ameaçados naquilo que lhes é, ou pareça essencial, irão responder com violência.



Tem sido essa a única razão para todas as guerras que houve e haverá na História. E ainda mais, se qualquer país do mundo resolvesse invadir um metro sequer de território americano para ali requerer a existência de uma Nação autônoma (o que mais querem os Palestinos?) não tenho a menor dúvida em afirmar que o país que hoje representa o apogeu da civilização ocidental iria voltar à Idade Média, quando os homens davam a vida e a honra por um pedaço de terra. Aliás, desde quando a terra deixou de ser aquilo de mais significativo que possa existir no conceito de povo?



Que respondam os donos da verdade, os senhores do Ocidente divinizado; ou seriam os senhores divinizados do Ocidente?



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