Discorreu assim por quase meia hora, dizendo também
que meu outro tio galego ganha duas aposentadorias
na Espanha, se aproveitando do governo.
Eu ouvia atento e sem interromper.
Aquelas palavras
eram sinceras,
Os impróprérios
das tias espanholas são sagrados!
Terminando de falar
dos irmãos, perguntou-me, como quem havia me contado uma
história infantil:
_ VC gosta de peixe?
_ Gosto sim, Tia.
- Então vamos comer peixe.
A empregada providenciou o peixe,
que em tudo parecia
ter a medida da minha tia. O peixe simples
repartido praticamente em fartas partes iguais,
a mesa posta para quatro, o singelo refrigerante,
a janela aberta para o vasto quintal e
eu reencontrando
quase vinte anos depois, minha vida galega. Foi
o melhor peixe que comi na vida. Os ossos do meu
pai estão devidamente gaurdados no jazigo da família.
Talvez passe outros vinte anos sem ver minah tia
ou sequer a veja mais, já que ela já conta seus setenta anos,
mas o que importa não é o tempo,
mas a qualidade do
encontro. Minha tia é uma autêntica tia espanhola,
com tudo que vem implícito nisso. Estranho amor,
o nosso...
30.08.2005
A REALIDADE ESPIRITUAL DE NOSSA SENHORA
E A MEDIUNIDADE COMO FATO
Marcelino Rodriguez
Qualquer pessoa que tenha feito como eu, ou seja,
entrado em contato com o mundo espiritual de forma aberta e
despreconceituosa, quase do forma cientifica, sem querer
o conforto de dogmas ou de verdades prontas e fáceis, entrou em contato com a presença da Virgem Maria no plano espiritual. Aliás, nas mais diversas culturas existiu sempre o culto da mãe universal; mas a realidade de Nossa Senhora , as aparições que se fazem em vários locais do mundo e a experiência que temos no assunto nos leva por uma questão de consciência a afirmar que sua devoção não apenas é legítima como devida.
Assim como topei com Nossa Senhora em forma de experiência, empírica, também o foi com a experiência da mediunidade. Eu tinha um preconceito com essa coisa de “receber santo” desde criança, porque achava coisa do “povão” e de “gente de pouca cultura”, além de achar esteticamente feio aquele fenômeno. Porém nunca deixei de esquecer uma experiência de infância quando minha mãe levou-me num centro umbandista e senti em determinados momentos que ia perder a consciência. Procurei controlar-me, mas percebi que havia algo “além de mim” em minha razão. Algo capaz de tomar-me os movimentos e parte importante da consciência.
Por outro lado, sempre tive a sensação de que um dia eu ia passar por uma “revelação” ou “experiência” e nunca fui muito cartesiano lá no meu intimo. Bem, o fato é que as realidades que ocorrem no mundo do espiritismo e da Umbanda são “fatos”. Pude ver e experimentar alegrias indizíveis com meus guias espirituais e de outros . Infelizmente ocorre um fenômeno curioso no mundo da mediunidade. Poucos médiuns ficam de verdade pessoas melhores. Mesmo percebendo a realidade do mundo espiritual, mesmo sentindo como sabe todos os médiun que existem entidades e forças muito maiores do que nós que aqui estamos nesse plano, a vaidade e as maneiras grosseiras permanecem nos médiuns. Muitos não estudam nem se cultivam. E esse foi um dos motivos que levou-me a escrever sobre a vida espiritual. Sem verdadeira bondade, sem altruísmo, sem procurar aparar as arestas dos gestos, nunca se chegará a maiores profundidades espirituais. Nunca se chegará a maestria.
Quem é realmente uma pessoa cultivada espiritualmente não torna a terra pesada a seus semelhantes uma vez que busca espelhar nos seus atos diários e principalmente quando em TEMPLOS da espiritualidade a presença de Deus.