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Contos-->Tempos de boy na Av. Paulista -- 02/03/2002 - 18:22 (Marcelo Santos Costa (Marcelo Tossan)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Maurílio já havia se acostumado com a pobreza, filho de um cobrador de ônibus e sua mãe normalista. Seu pai sempre lhe indicara que o melhor caminho era ser honesto e trabalhar, é, meu pai sempre trabalhou e foi honesto e o que conseguiu? Uma casa na favela que ele invadiu junto com minha mãe já grávida, hipertensão, vicio em bebida ,jogo e um emprego de merda... mas honesto (sempre fez questão de frisar).
Depois Maurilio começou a trabalhar de Office boy aos 14 anos, numa firma boca de porco, na Av. Brigadeiro Luís Antônio. Daquelas que fazia xerox e colocava os moleques pra entregar a domicilio por um salário mínimo por mês. Apesar de tudo, ele se sentia bem trabalhando, seus pais tinham orgulho e seu posto lhe dava a liberdade que todo adolescente quer.
Andava gingando igual os “ladrão” da área, fumava seu free, jogava fliperama, olhava as vitrines das lojas e admirava as secretárias na hora do almoço na Av.Paulista.
Fase boa essa, em que se reunia no dia 10 pra tomar pinga pura no bar do centro da cidade, e saia quebrando orelhões e caixas do correio.
Naquele tempo a entrada dos ônibus ainda era pela porta traseira, assim ele “matava” alguns passes.
Era só ficar sentado nos bancos que ficavam no fundo, e esperar seu ponto chegar, tinha que ser esperto e ligeiro e descer antes dos passageiros do ponto subirem e antes do motorista pelo espelho perceber e a porta fechar e o cobrador também percebesse.
Certa vez o cobrador tentou me segurar, nesse ônibus à catraca era encostada à porta traseira e quando chegou o ponto que eu ia descer ele me agarrou pela camisa, consegui me soltar e antes de descer dei uma cusparada na sua cara.
Ele ficou puto mandou o motorista parar o ônibus e eu sumi por entre os sacoleiros do Brás.
Mais um passe pro bolso! He he he e na volta vai ser o mesmo esquema.
Fez o que tinha que fazer que era entregar uns documentos numa loja de roupas na rua Euclides da Cunha. Pensei que só iria entregar cópias, mas aquele dia foi diferente, documentos! Me senti importante afinal DOCUMENTOS! Era sinal que o patrão me deu um voto de confiança, bom, era essa a minha impressão.
Às vezes tinha que ir a algum lugar e falava que eram quatro conduções, sabendo que eram somente duas, o mundo é dos espertos, uma voz ecoava dentro de mim.
Tinha um ônibus que se chamava circular avenidas, esse era famoso entre os Office boys, pois ele rodava nas principais avenidas, Consolação, Paulista, Brigadeiro, Nove de Julho...
Vivia lotado na parte traseira, entre as senhoras e passageiros comuns em geral –comuns por que boy não era comum – faziam um auê, contavam piadas, mexiam com os transeuntes, em geral mulheres ou algum tipo diferente.
O teto e poltronas eram todos riscados com os tubos internos de canetões, material obrigatório eram, walkmans,canetões,gibis,pastas,mochilas, envelopes, uns cantavam sambas, house music com inglês macarrônico e outros surfavam nas portas e nos tetos.
E Maurílio no meio, ali era o habitat dele, falava umas coisas engraçadas e todos riam, via uma figura caricata na rua e começava a “alugar” - Oô se liga o Topo gigio ahha, Oreia!ô zoreba!Dumbo e todo mundo ia de embalo.
Os frentistas eram os que mais sofriam, era um posto de gasolina aparecer e todos em coro : pega na mangueiraaaa!
Zuavam era verdade, mas dificilmente,( pelo menos naquele tempo no começo dos anos 90) ofendiam as mulheres, mexiam como de costume e falavam o de praxe, gostosa, ô loirinha, que morena!, casa comigo roupa lavada fora o salário de fome!
Se algum espertinho xingava mulher ou alguma senhora não aprovavam.
Teve uma vez que um carinha folgado xingou uma senhora: sai véia pelancuda do caralho! Foi aí que Maurílio tomou as dores, - eh pode ser sua mãe passando meu irmão...se liga
-Ah eu xingo mesmo
-E mais um boy falou : você é “forgado” hein!
-E mais outro: é pode crê
Todos foram unânimes e jogaram ele pra fora do buzão.
Maurílio não era forte mas confiava na justiça psicológica, pensou: se ninguém me ajudar estou frito! pois o cara tinha uma estatura bem maior que a sua, e ele baixinho, não agüentaria aquele xingador.
Parou uma vez no espelho do banheiro do shopping Iguatemi se olhando, porra podia ter nascido rico! Ficou pensando nisso e imaginando o que compraria naquele shopping, viu uns tênis importados, vídeo game,calça de marca,óculos,carteira de couro e parou numa loja que estava passando um filme, não escutava nada ainda bem que o filme era legendado e ficou ali assistindo, era um filme de uma menina que caiu num poço e iam resgatá-la, ele enjoou e foi embora sem ver o final.
Ele era baixinho, branco amarelado bronzeado, cabelo loiro com franja de skatista, magrinho, e se vestia com as roupas da galeria 24 de maio.
Na escola tinha o seu ibope, fumava seu cigarro e ficava olhando a fumaça subir, olhava o cigarro entre os dedos e achava charmoso, sei lá achava bonito o cigarro nos dedos.
No fundo ele nem gostava tanto de fumar, mas tinha a vantagem do tal charme, tanto é que fumava cigarros somente de filtros brancos que eram mais fracos.
Pensava que as meninas o olhavam e falavam: olha como ele é bonitinho fumando cigarro, nossa! já fuma! deve ter a maior idéia pra trocar, cheio de assunto, quase adulto.
Mas na verdade ele era tímido com as mulheres, pra xavecar uma, tinha que ser empurrado, igual daquela vez que o forçaram pra falar com a Fernandinha atrás do colégio.
A menina esperando e ele; o que será que eu vou falar pra ela? Será que ela vai gostar do meu beijo? E essas histórias todas de adolescente.
Foi lá e quando chegou só olhou e falou oi!
-Ela respondeu oi
E ele não deixou ela falar nenhuma palavra mais, e já foi agarrando e beijando ela na boca.
Ela tentando escapar e tentando falar de boca cheia huum hum hum, deu um empurrão nele e falou:
-Pensa que eu sou qualquer uma, pensa que eu sou dessas meninas galinhas...
-E ele gaguejando- mas mas os caras falaram que você era louca pra me beijar...
-Ah vou embora parece tarado.
E ficou ele com a cara de bobo.
No beco que dava de saída para os fundos da escola ele sai e já tem uma galera esperando e uivando...
-Ficou falando iihhh ahahahah ahahah orra Maurílio! Ahahahah
Naquele dia ele dormiu mal, mas como tinha que ir pro trampo acordou cedo como sempre e caminhou até o ponto final que fica a uma meia hora da sua casa, ele gostava de ir dormindo ou sentado nos fundos e só assim pra conseguir lugar, no ponto perto da sua casa só se fosse de pé.
Chegando na firma que era uma mini micro empresa, já ficou no banco de madeira dos boys, era por ordem de chegada uma roleta russa, tinha mais seis garotos todos na mesma faixa de idade 14 a 16 anos, Dna Roseni que era a secretária responsável de despachar os serviços pra eles, só gritava da sua sala que era separada da nossa por uma parede, próximo!.
Deixe-me falar um pouco da dona Roseni era uma senhora de uns quarenta anos, que se sentia ainda jovem, só tinha um porém, era feia e magra, parecia aquela enfermeira dos desenhos do pica pau , aquela do Dr. Ranchucrut apesar de ser uma boa pessoa sem maldade no coração (só quando lhe convêm).
Quando ela passava Maurílio olhava sua bunda, mas aquela calcinha coador que até sua vó ainda usava, o fazia perder o tesão.
Foi fazer uma entrega de uma cópia heliográfica numa firma grande na Barra funda, todos gostavam de ir lá, por que além de tomar toda a tarde por ser um pouco longe, eram bem tratados. Ser bem tratado para um Office boy era ter, um copo de água filtrada pra beber ou um cafezinho naqueles copos minúsculos, tudo de graça é lógico.
Chegou na entrada da firma e gritou opticópias! (era o nome da firma que ele trabalhava) no começo achou esquisito o nome e de difícil pronuncia, ficou repetindo várias vezes o nome na cabeça nos primeiros dias e acabou se acostumando. Documentos pro vigia que nem desconfiava de nada, mas fazia caras de vigia.
Pode entrar sabe onde é?
Mais ou menos
Segue direto e sobe as escadas e chame o Ivan.
Ta bom, Ivan,Ivan, Ivan Ivan foi ecoando na cabeça pra não esquecer.
Olhava aquela recepção e ficava fascinado, carpetes no chão, recepcionista bonita, porta de vidro, faxineira limpando, desejou trabalhar ali um dia.
Subiu as escadas e foi chamando pelo nome de Ivan!, Ivan sempre gentil, fala mansa, já o convidou para entrar onde os desenhistas ficavam, era uma firma de engenharia e tinha aquelas mesas pra desenhar no papel vegetal, desejou ser um desenhista igual a Ivan.
E aí rapaz tudo bem – falou Ivan
Tudo, tudo indo né.
Ivan era aquele tipo magrinho cabelo enrolados grandes até o ombro, olhos verdes acinzentados, (Maurilioe não sabia distinguir se era verde ou azul cinza só sabia que era um olho claro).
A firma era de fronte ao Playcenter e as vezes Maurílio se via na montanha russa descendo fazendo curva, as pessoas alegres se divertindo, e ele nunca tinha ido ao Playcenter.
Ivan deu mais uma cópia pra ele tirar, era a planta de uma casa e pediu urgência como sempre, colocou num tubo que tinha acho que um metro e meio.
E ele pra ganhar um ponto respondeu:
-Pode deixar Ivan que eu falo que é urgente.
E se despediu não sem antes tomar um cafezinho.
Foi pra avenida esperar o ônibus que era o Paraíso, e na volta na tentativa de matar um passe quase se deu mal, decidiu descer um ponto antes do seu, por que viu que o ônibus estava vazio e o motorista estava olhando muito, a porta abre com aquele barulho de pressão, ele tenta descer e o motorista fecha no meio do caminho e seu corpo fica pra fora e o tubo com a cópia pra dentro, desespero e as pessoas do ponto olhando, só que a união faz a força e uns boys que estavam no ponto o ajudam e arrombam a porta pra evitar que o motorista me arraste em plena Av. Paulista.
Ufa! chegou na hora do almoço e os boys todos já almoçando, cada um com sua marmita, ele esquenta a sua em banho Maria e espera com o estômago roncando.
Nessa hora se orgulhava da sua mãe, que lhe preparava a marmita com todo o carinho, nada melhor que o tempero de casa, e pensava pro dentro, minha mãe é foda, ela é demais.
O Celestino, um outro boy de lá, trazia todo dia frango, não sei como ele agüentava mais frango, asa de frango na segunda, coxa de frango na terça, pescoço e moela na quarta, sobre cu na quinta e na sexta especial; peito de frango.
Eu curioso perguntei o porque de tanto frango, ele me respondeu que fazia bico numa granja nos finais de semana e a dona te dava frangos de pagamento.
Seu apelido era franguinho, e o pior era que parecia um mesmo, além de tudo preferia ser chamado de franguinho do que de Celestino, ele mesmo falou isso um dia, nome do caralho meu pai foi dar pra mim, aquele filho da puta! Óbvio que ele não morava com o pai e já tinha isso engasgado na garganta, fiz uma amizade com o Franguinho, ele era frágil no físico e forte na vida, comprávamos cigarros em parceria, às vezes tinha uma entrega que ele não estava afim de ir e eu ia no lugar e vice versa, e no dia do vale a gente tomava todas junto com o chefe da sessão de heliografia, Chicão, que tinha um bigode do Leôncio do pica pau (de novo!esse desenho marcou).
Um dia o Macarrão, (um garoto com os cabelos loiros enroladinhos igual o do anjinho do gibi) que morava na Brasilândia, quis brigar com Maurílio, Franguinho estava na hora e foi dois contra um nos fundos da firma,Maurilio deu um soco no macarrão que caiu em cima dos tambores de amoníaco, Franguinho o pegou pelo pescoço e abriu a tampa de um daqueles tambores e colocou seu rosto, aquele cheiro forte e ardido de amoníaco, o sangue desceu do nariz de Macarrão na hora. Ele jurou contar o ocorrido pra Dna Roseni e foi ameaçado que se contasse a gente o pegaria, esperaria ele um dia lá fora e quando fosse fazer uma entrega ia se ver com a gente. Mas tudo ficou por isso mesmo,acabamos ficando amigos de novo.
Próximo! gritou Roseni
Sou eu!
Barra Funda.
Oba ! ganhei o dia pensou Maurílio
Foi até a Paulista pegar o Morro verde e seguiu seu rumo.
Chegando lá a rotina de sempre, vigia,recepcionista,carpete, ele sonhando etc...
Ivan!
Fala garoto, sabia que eu gosto muito de você rapaz, você é educado.
- Obrigado Ivan
Maurílio se sentiu nas nuvens e achou que era a hora apropriada pra fazer uma coisa que queria faz tempo
- Olha Ivan eu queria trabalhar aqui, não tem como você me indicar...
- Olha Maurílio se surgir uma vaga eu falo com pessoal...
Já é um bom caminho andado por minha luta por uma vaga numa empresa decente. Ivan começou a falar que morava sozinho no centro da cidade, Maurílio imaginou “o homem é independente tem uma casa, um bom emprego”, depois tomaram um café e Ivan falou que tinha umas calças pra dar e se ele queria, respondeu que lógico! ganhava pouco e mal dava pra comprar uma calça boa, e ele veio com uma história de medir a cintura pra ver quanto Maurilio vestia, até aqui tudo bem, normal, só que ele o abraçou de um jeito pra passar a fita métrica, e suas mãos pararam bem em frente a braguilha e ele começou a passar a mão bem de leve.

-E- e- eu tenho que ir Ivan.
-Calma, está assustado?
-Não, é que eu tenho outra entrega pra fazer...
-Quer a calça ou não?
-Quero, mas outro dia a gente se fala melhor, tchau
Poxa toda minha admiração e exemplo do Ivam foram pro bueiro depois dessa, acho que ele gosta de garotos , um viado ! não acredito! Depois desse fato sempre evitava ir pra Barra funda fazer entregas o outro boy que acabava de chegar de lá o Lindomar falou que ele perguntou de mim que eu nunca mais tinha ido lá, eu falei pro Lindomar:
-Manda um alô pra ele fala que tem muita entrega e é por ordem de chegada.
- é eu falei pra ele.
O franguinho também falou que ele perguntou e já foi falando na malícia
-Pô o cara só pergunta de você sei não hein !
E todos os boys presentes riram de mim fiquei sem jeito mas procurei me conter, só pensava no dia que eu tivesse que ir lá ia ser foda olhar pra cara dele.
Tomei medo do Ivan sei lá já pensou aquele cara de bunda arrebitada pedindo com a voz grave vem Maurílinho meu potranco enfia tudo! Sai fora!
Logo após esse acontecimento homossexual teve um outro acontecimento, dessa vez num fliperama na Brigadeiro Luis Antônio ele chegou como sempre pra ficar vendo algum viciado numa máquina jogando, as vezes trocava um vale transporte por uma ficha e jogava, ficando esperto pra ninguém pegar o envelope entre as pernas, acabou sua ficha ele ficou lá e presenciou um trombadinha pegar a pasta de um boy que vacilou e deixou-a em cima da máquina teve aquele zum zum zum e o boy roubado voltou chorando pra firma, de repente um gordo calvo, na nossa linguagem um Mikail Oskabelo , encostou perto de mim eu concentrado vendo um carinha jogar, sinto aquela mão no meu pau, eu olho e ele me dá aquele sorrizinho sacana, e começa a esfregar de leve meu pau, que fica duro eu já estava gostando, só que fiquei com medo de alguém ver a cena e me dirigi até a saída do fliperama.
Podia ter ficado ali até eu gozar por que estava bom, ele foi atrás de mim e falou:
-Oi tudo bom
eu respondo- Tudo bom
Pegou minha mão abriu colocou uma ficha e fechou minha mão e falou com a voz baixa mas, não afetado:
- É pra você.
Obrigado – joguei a ficha e ele ficou alisando meu pau, desconcentrado perdi a ficha no jogo de karatê rapidinho, ele me chama pra conversar eu o sigo até um bar que era ao lado e ele me paga um guaraná e pergunta se eu tinha gostado, sem jeito falei que sim, ele com uma voz empastada me pergunta
– Ele -Você já transou?
– Eu – Já claro
– Ele- Mas já ganhou dinheiro pra isso? Estou falando de grana?
- Eu -Não quero grana eu trabalho!
- – Ele –Estou falando de grana sem trabalho só pra transar
- Eu mentindo- Eu tenho namorada.
- Ele – Ah que nada e só subir aqui comigo nesse quartinho aqui em cima do bar...
- Eu apressado – Não obrigado, estou atrasado falou falou
Imaginei mil e uma coisas, eu comendo aquele gordo e depois contando o dinheiro, ele batendo uma punheta pra mim até eu gozar, estava quase indo, até que em meu pensamento passou uma coisa horrível, o gordo me pegando a força e chamando mais dois comparsas que entravam no quarto e me estupravam e me matavam, daí decidi que era melhor não.
Apesar que eu precisava soltar uns espermas que fazia tempo que não fazia um sexo, tempo nem tanto por que perdi meu cabaço com 13 e ainda era jovem.
Perdi meu cabaço com Alicinha uma menina que era vizinha da frente cabelos castanhos longos olhos castanhos boca bem desenhada, morena corpo bonito acho que ela viu minha saindo e foi em casa.
Minha mãe tinha saído era um sábado de manhã fazia sol lá fora
Eu estava deitado em minha beliche, minha mãe comprou por que sempre meu tio vinha dormir em casa só que esse dia ele estava fora também, tudo perfeito pai trabalhando.
Ela encostou ao meu lado conversamos a respeito do de um beijo que a gente tinha dado uma semana atrás, risadas, abraços beijos e eu coloquei as mãos por entre suas pernas ela deixou e se deitou ao meu lado ela era mais velha que eu uns 3 anos peguei aqueles peitinhos durinhos pequenos e chupei, ela estava de saia afastei sua calcinha e enfiei meu dedo na sua xana já molhada, tirei meu pau já duro e fui enfiando na hora esta tão quente que esqueci de tudo só tremia e bombava gemi, pois uma forte dor no pau, mas continuei não podia parar mesmo doendo fui e gozei gostoso.
Conversamos mais um pouco e ela me beijou se despedindo
- Tchau gostoso, sua mãe pode chegar depois a gente se vê.
- Tchau
Fiquei feliz e não acreditando naquilo, assim tão fácil. Só que na hora eu estava tremendo e com medo de não saber como fazer. Levanto vou ao banheiro e...sangue! na cabeça do pau na cueca, , mijei e quando voltei cheiro de sexo no ar, tinha algumas gotas no lençol, só podiam ser minhas mas preferi imaginar que tirei sangue dela e ri sozinho.
Aquela semana eu trabalhei bem mais leve pois estava namorando a Alicinha, quer dizer quando dava, por que era do trabalho pra escola, cheguei a cabular algumas aulas e ir até sua casa escondido.
E os dias passavam e o salário baixo, crise no país, que tinha na época um presidente que andava de jet ski, lembro até hoje da cara do dele nos cartazes, slogan de: fora os marajás, carinha bonita , bom pelo menos minha vizinha, minha mãe, a mãe da Alicinha e outras amigas dela colaram cartazes em frente de casa falaram que iam votar nele e falavam que ele era jovem, bonito, esta aí se ferramos.
Franguinho uma vez levou cola de sapateiro e com um saco de leite vazio ficava cheirando e a gente vigiando pra ver se vinha alguém, a Roseni reclamou do cheiro de cola e nós respondemos que era o amoníaco, depois eu experimentei e gostei comecei a rir muito alto e os boys taparam minha boca e eu não conseguia parar de rir, depois foi outro e mais outro quando fomos ver estavam todos cheirando cola de sapateiro, altas viagens eu via bichos nas paredes brancas, tinha umas cacas de nariz bem grandes coladas , elas se transformavam na hora da loucura em lagartixas, discos voadores, só que todos viram que era arriscado demais cheirar cola ali e era melhor parar ,pois se pegassem era justa causa e ninguém queria perder o dinheiro e ainda sujar a carteira e paramos.
Falar em carteira eu lia a minha carteira mas não aceitava aquilo, cargo: mensageiro, eu era Office boy porra! Office boy! Entendeu? era bem mais bonito do que Mensageiro.
Recebia meu cheque e ia descontar no banco América do Sul, engraçado América do sul e só tinha japonês, poderia se chamar Banco do oriente menos América do sul, acho que faliu,fechou.
Assim ficou um ano, queria subir de cargo, que era o de tirar xerox nas máquinas mas era difícil por que além dos caras estarem no cargo faz tempo teria que disputar a vaga com mais seis.
Segunda feira se levanta escova os dentes:
-Uma vontade de não ir hoje uma preguiça vou deitar.
no meio do caminho sua mãe que levantava no mesmo horário pra trabalhar.
- Ué Maurílio meu filho não vai hoje?
- Ah mãe estou cansado cheguei pra lá da meia noite...
- Nada disso, depois é mandado embora...
- Tá bom mãe eu vou eu vou, que saco!
E saiu, com a mochila nas costas, foi em pé por que o ônibus estava um pouco atrasado, chegou na firma um clima estranho, olhares desconfiados, alguma coisa... o patrão esta lá de manhã. Não era bom presságio, o Sr. Sérgio era difícil ficar lá, deixava tudo na mão da Dna Roseni. Sr. Sérgio era um tipo branquelo, barba preta longa, usava um daqueles chapeis igual o do papa devia ser judeu...
Sr. Sérgio o chama e pergunta um pouco nervoso
- Já sabe a cagada que você fez né?
- Não , não estou sabendo
- Não? Tá bom já te entregaram já.
- Mas o quê?
- Olha lá no topo do prédio pra você ver, o sindico já veio aqui e eu vou ter que pagar pela sujeirada que você fez seu moleque!
Nessa hora lembrou que comentou uma vez entre os boys que era seu sonho pichar lá no alto de um prédio mas nunca conseguiu (pelo menos nesse prédio em que trabalhava) e a conversa vazou. Fiquei nervoso neguei até o fim ele gritava:
- Quem foi então?
- Sei lá quem foi
- Então foi você seu espertinho, moleque safado, rua rua agora
- Ah vai se fuder seu filho da puta enfia esse emprego no cu, quem pichou lá foi a vaca da sua mãe
- Minha mãe já morreu seu fedelho
O Chicão teve que segurá-lo, eu queria que ele me batesse pra ver, eu ia pra cima não estava nem aí.
Jurou pegar quem tramou aquilo, suspeitava do macarrão, mas como não tinha provas ele deixou pra lá.Chorou em casa, mas o patrão lhe pagou todos os seus direitos, acho que esse negócio de judeu ser pão duro não serve pra todos. Sente saudades dos tempos de boy na Avenida Paulista.
Maurílio arrumou outro emprego de Office boy numa firma grande e subiu de cargo para auxiliar de departamento pessoal.
Hoje Maurílio é o carrasco, é ele quem escolhe quem entra pras vagas da empresa. Essa fase de Office boy ele nunca esquece sempre que vai ao centro lembra das ruas em que passou, dos bancos em que já foi. Lamenta que a sua primeira profissão hoje esteja praticamente extinta, culpa do progresso, muito dos office-boys de ontem se motorizaram e são os motoboys de hoje.

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