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Artigos-->BOIS DE PIRANHA NUM PAÍS DE MUITOS RIOS -- 15/08/2005 - 14:37 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






BOIS DE PIRANHAS NUM PAÍS DE MUITOS RIOS









O espetáculo das denúncias contra as maracutaias de parcela do PT aquadrilhada continua. Os depoimentos foram constantes e o esquadrinhamento das investigações também continuam como deveriam ser. Porém, uma coisa fica no ar: serão esses larápios realmente punidos? Serão jogados numa prisão para pagarem com a lei suas falcatruas imperdoáveis? Afinal, qual é o lugar de ladrões, principalmente ladrões de muito dinheiro? Esses que roubaram mais de 100 milhões do Banco Central estão sendo procurados, com objetivos específicos de serem presos e diante da eficiência da Polícia Federal, certamente que as prisões ocorrerão. O fato é que todos os bandidos são presos. Desde o ladrão de galinha que apanha que nem cavalo de montaria, até os ladrões de banco. Principalmente os ladrões de banco, os quais estão com o dinheiro na mão e isto é factível de divisão com os ladrões dentro da polícia. Ou senão, serão presos o mais rápido possível para alegria dos banqueiros. Escrevo estas coisas baseadas nos acontecimentos que vemos diariamente, ou constantemente na imprensa. E o que vemos não é satisfatoriamente justo. É terrível. Este é realmente o país dos ricos, onde os ricos, ou poderosos podem fazer de tudo que lhes aprouver porque jamais serão punidos. Jamais pagarão suas dívidas para com a sociedade dentro de prisões. Colarinho branco e diploma universitário não dão cadeia. Talvez seja por isso que tantos querem estudar. Não é para aprenderem e sim para se livrarem das prisões no futuro. Porque a prisão de quem tem diploma universitário, mesmo que nem saiba escrever, é hotel de cinco estrela, não é punição.



Assim acredito piamente que os criminosos que fizeram a festa do mensalão e os corruptos e corruptores investigados na CPI dos Correios jamais serão punidos.

-Ah! Mas, a maior punição dele será o ostracismo e o desprezo da sociedade para com ele.

Isto será evidentemente pronunciado por algum vagabundo no poder. Coisa que ouvimos por séculos e a história registra. No entanto, a história de outros países, que realmente são países – não um acampamento de milhões de seres que passam necessidades diárias e vivem sem saber porque vivem – lá os larápios são punidos exemplarmente. Não apenas serão desprezados pelo povo. Pagarão com longos processos, ou rápidos processos, dependendo do grau de evolução do país. E serão presos.



Aqui no Brasil só vai pra cadeia o bandido comum. Ladrões que usam perfume francês fica “à disposição da Justiça, que acaba esquecendo o processo em alguma prateleira empoeirada”. Isto é assim desde o descobrimento. Isto é assim desde os tempos do zagaia. A gente cresce ouvindo essas injustiças, que vão servindo para nós mesmos como paradigmas de que o crime compensa no Brasil, desde que o criminoso seja rico, ou poderoso, isto é, esteja no poder e mesmo que caia do poder a Justiça o respeitará incompreensivelmente. Até o povo o respeitará como alguém que roubou e está solto, gozando o dinheiro que açambarcou no poder. E nós, que fomos honestos a vida inteira ficamos com cara de jerico, bobo, num país repleto de bobos, que pagam muito caro para uma parcela de aproximadamente 10% viverem nababescamente, roubando ou o dinheiro público, ou nos enganando através de juros absurdos. Ora, no caso da agiotagem praticada pelos bancos, isto já se oficializou. O governo aceita passivamente a roubalheira dos banqueiros. Porém, se o coitado tem dez mil reais numa poupança, que paga uma miséria infernal ao seu proprietário e resolve emprestar dinheiro a pessoas conhecidas e outras, se for denunciado ou investigado como agiota, pela soberana Polícia Federal, o coitado além de perder todo o dinheiro, vai preso e apanha que nem boi antes de ser abatido. Entretanto, os banqueiros adoram ser chamados de agiotas e gargalham, quando vai preso um coitado que emprestou dinheiro ganhando um juro honesto e justo, porque evidentemente a poupança do povo para minha ótica é uma piada. E os banqueiros sabem dessa piada há muito tempo. Os governos também. Aliás, todos eles participaram dessa piada.



Ao final este país inteiro se transforma numa piada. Impostos: os mais altos do mundo. Juros: para o povo os mais baixos do mundo. Juros: para os bancos os mais altos do mundo. E as taxas? Existem taxas bancárias que ninguém sabe o que está pagando!



É por isto e por outras, tantas outras injustiças que não acredito mais no Brasil. Aliás, faz muito tempo que perdi o interesse no futuro do Brasil, que sem dúvida não será assim tão lindo, lindo, lindo, como a maioria costuma dizer. Só se esteja eu enganado. Lindo! Lindo deve ser porque significa roubar, roubar e roubar e meter a mão. Não ser honesto e largar o pau! Mas, infelizmente isto não está em minha índole. Meu pai, que Deus o tenha, infelizmente não me ensinou a roubar! Quem sabe eu teria sido uma grande personalidade. Hoje, acredito que as grandes personalidades foram, ou são grandes porque meteram a mão! Roubar fez parte do negócio deles. Tanto político, como no comércio e principalmente através do sistema bancário. Rouba-se tanto no Brasil que o ladrão Dimas, ao lado de Jesus, está corado de vergonha. E o povo brasileiro deve acreditar que na hora da morte de cada um de nós, basta bajular a Jesus, como fez Dimas e o céu também será roubado.



Na próxima encarnação quero nascer no Alaska. Ser um esquimó e viver tranqüilo em meu iglu. Longe da bandidagem e das leis que fingem existir no Brasil, mas não existem caso o acusado seja rico, ou poderoso. O Brasil será apenas uma miragem repleta de dançarinos carnavalescos que pulam 40 dias, futebol e ladrões por toda parte.



Os honestos que me desculpem, mas nós, eu e vocês todos somos apenas bois de piranha, num país de muitos rios.



Jeovah de Moura Nunes

Poeta, escritor e jornalista



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