HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA SÉCULO XIX QUESTÕES DE VESTIBULARES SEGUNDO SEMESTRE DE 2005 . COMPILADAS PELO PROF. EDSON PEREIRA BUENO LEAL .
1. FGV 2 SEMESTRE 2005 REVOLUÇÃO FRANCESA
Em 21 de janeiro de 1793, Luís XVI foi guilhotinado em Paris. Chegava ao fim a monarquia francesa e iniciava-se um novo período na história da França. Em meio a um contexto de fortes turbulências, rebentaram revoltas internas e guerras externas. Sobre esse contexto, pode-se afirmar que:
a) Em junho do mesmo ano, os jacobinos, comandados por Robespierre, assumiram o poder na França, inaugurando o período da Convenção Jacobina, considerado o mais popular e radical de toda a Revolução.
b) Foi marcado pela guerra civil, em que partidários do rei e da república se enfrentaram, com a vitória dos primeiros, que impuseram uma ditadura ao país, sob o comando de Marat e dos girondinos.
c) A morte do rei desencadeou a revolta de toda a nobreza européia e da Igreja Católica, levando à formação de um exército multinacional –a Primeira Coligação – contra a França. Em menos de um ano, o exército francês, debilitado pelas baixas, rendeu-se e a monarquia foi restaurada.
d) Em meio aos combates externos, destacou-se a figura do general Napoleão Bonaparte que, amparado pelos girondinos, venceu os opositores externos e internos e tornou-se Imperador dos franceses, em 1795, colocando um ponto final no processo revolucionário francês.
e) A guerra civil e a guerra externa geraram uma crise sem precedentes: lavouras arruinadas, inflação, desabastecimento. A crise só foi superada com a Restauração da monarquia em 1795 e com a subordinação definitiva daFrança às demais potências européias.
2. MACKENZIE JULHO DE 2005 REVOLUÇÃO FRANCESA
Robespierre assumiu um Estado à beira do colapso, em guerra contra uma coligação estrangeira, com revoltas populares e em plena crise financeira e social. É correto afirmar que, nesta fase da Revolução Francesa,
a) a antiga Assembléia Nacional Constituinte foi substituída imediatamente pelo Diretório, que tinha Robespierre como seu dirigente.
b) os girondinos, representantes da pequena burguesia e do proletariado, revoltaram-se e controlaram a Convenção Nacional, impondo medidas antipopulares.
c) foram consolidadas as conquistas da burguesia e encerrada a turbulência do ciclo revolucionário francês.
d) foi instituído o governo do Consulado, com o apoio de influentes políticos da Gironda, dispostos a restabelecer a ordem e a estabilidade das instituições.
e) os jacobinos criaram o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário, encarregado de punir os inimigos da Revolução.
3 UNESP JULHO 2005 REVOLUÇÃO FRANCESA – GRANDE MEDO
O Grande Medo nasceu do medo do bandido, que por sua vez é explicado pelas circunstâncias econômicas, sociais e políticas da França em 1789. No antigo regime, a mendicância era uma das chagas dos campos; a partir de 1788, o desemprego e a carestia
dos víveres a agravaram. As inumeráveis agitações provocadas pela penúria aumentaram a desordem A crise política também ajudava com sua presença, porque superexcitando os ânimos ela fez o povo francês tornar-se turbulento. (...)
Quando a colheita começou, o conflito entre o Terceiro Estado e a aristocracia, sustentada pelo poder real, e que em diversas províncias já tinha dado às revoltas da fome um caráter social, transformou-se de repente em guerra civil. (George Lefebvre, O grande medo de 1789.)
a) Identifique o contexto em que o evento conhecido como Grande Medo ocorreu.
b) Em agosto de 1789, foram abolidos os direitos feudais da nobreza e aprovada a declaração de direitos dos homens e cidadãos. Relacione essas medidas ao Grande Medo.
4 MACKENZIE JULHO 2005 GOLPE 18 BRUMÁRIO
O Golpe 18 Brumário de 1799, liderado por Napoleão Bonaparte, significava, no contexto da Revolução Francesa:
a) o desencadear de uma luta interna entre os revolucionários, que levou à guilhotina Robespierre e seu grupo.
b) o favorecimento das camadas populares, beneficiadas pela Lei do Máximo e pela abolição da escravidão nas colônias.
c) a consolidação da burguesia no poder, garantindo a defesa de seus próprios interesses e anulando grande parte das conquistas populares.
d) a condenação do rei à morte e a emigração da nobreza e do clero para outros países.
e) o aprofundamento e a radicalização da Revolução, uma maior abertura política e o fim dos conflitos externos.
5. UNESP JULHO 2005 BLOQUEIO CONTINENTAL
Bloqueio Continental: 1806-1807 Campo Imperial de Berlim, 21 de novembro de 1806
NAPOLEÃO, Imperador dos Franceses, Rei da Itália etc (...) Considerando,
1.ª Que a Inglaterra não admite o direito da gente universalmente observado por todos os povos civilizados;
2.ª Que esta considera inimigo todo indivíduo que pertence a um Estado inimigo e, por conseguinte, faz prisioneiros de guerra não somente as equipagens dos navios armados para a guerra mas ainda as equipagens das naves de comércio e até mesmo os negociantes que viajam para os seus negócios; (...) Por conseguinte, temos decretado e decretamos o que se segue:
Artigo 1.º As Ilhas Britânicas são declaradas em estado de bloqueio.
Artigo 2.º Qualquer comércio e qualquer correspondência com as Ilhas Britânicas ficam interditados (...)(...)
Artigo 7.º Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas, ou lá tendo estado desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum.
(Gazette Nationale ou le Moniteur Universel, 5 décembre 1806, em Kátia M. de Queirós Mattoso, Texto e documentos para o estudo da história contemporânea (1789-1963).)
a) Em qual conjuntura esse decreto foi publicado?
b) Identifique e explique a principal decorrência do decreto francês nas relações entre Portugal e Brasil.
6 MACKENZIE JULHO DE 2005 CONGRESSO DE VIENA
Durante o Congresso de Viena, estabeleceram-se as bases políticas e jurídicas para uma nova ordenação da Europa, destinada a durar cerca de um século redondo. O resultado dos pactos inaugurou uma época na qual os conflitos externos foram poucos; por outro lado,
aumentaram as guerras civis e a “revolução” se fez incessante. R. Koselleck
Entre os objetivos e as decisões do Congresso de Viena, podemos assinalar
a) a discussão das indenizações de guerra e a aprovação do Decreto de Berlim.
b) o restabelecimento do antigo equilíbrio europeu e o Princípio da Legitimidade.
c) o reconhecimento da independência das colônias e a extinção da Santa Aliança.
d) o impedimento ao trono das antigas dinastias e o apoio às novas Repúblicas Americanas.
e) o apoio incondicional da Inglaterra aos objetivos da Santa Aliança.
7. FGV ADMINISTRAÇÃO 2 SEM 2005 EUA GUERRA DE SECESSÃO
De 1861 a 1865, os Estados Unidos da América do Norte vivenciaram uma sangrenta guerra civil, denominada Guerra de Secessão, na qual morreram mais de 600 mil combatentes. Leia o texto abaixo e depois responda às questões propostas.
“Sentimos que a nossa causa é justa e sagrada; solenemente proclamamos, para todo o gênero humano, que desejamos a paz ao preço de qualquer sacrifício, menos o da honra e da independência. Não procuramos conquista alguma, nem enaltecimento, nem concessão
alguma de qualquer espécie dos Estados dos quais faz pouco tempo éramos confederados. Tudo o que pedimos é sermos deixados em paz; que aqueles que nunca mandaram em nós agora não tentem subjugarnos pela força das armas.” Jefferson Davis, primeira fala ao Congresso dos Estados Confederados da América, 1861. Apud EISENBERG, P.L., A Guerra civil americana, São Paulo, Brasiliense, 1982, p. 7.
a) Quais foram as causas da Guerra da Secessão?
b) A Constituição norte-americana, ratificada em 1790, estabelecia uma república federalista. A ação dos Confederados rompia esses princípios constitucionais?
Justifique sua resposta.
8. 2 SEMESTRE 2005 UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA
Sobre o processo de unificação da Itália e seus desdobramentos, é correto afirmar que:
a) O processo de unificação levou ao agravamento das tensões no campo, principalmente na parte sul da península, o que provocou uma intensa onda migratória de camponeses miseráveis para outras partes da Europa e para a América.
b) A partir das divisões estabelecidas pelo Congresso de Viena, no início do século XIX, as lutas pela unificação foram refreadas pela presença de tropas alemãs nos territórios da península.
c) Nas lutas pela unificação, destacaram-se as lideranças do conde Cavour, pelos republicanos, e de Giuseppe Garibaldi, pelos monarquistas, este último conhecido dos brasileiros por sua participação na Guerra dos Farrapos.
d) Apesar de a unificação ter-se dado em 1871, questões com a Igreja Católica e com a Áustria se mantiveram até o século XX. No caso da Igreja, a questão só foi solucionada após a Segunda Guerra Mundial, com a derrota do fascismo.
e) Norte e sul da península tinham propostas diferentes para a construção do novo país. Sob o comando de Garibaldi, os italianos do norte conseguiram impor o modelo republicano ao novo país.
9.MACKENZIE JULHO 2005 SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Entre 1840 e 1900, uma vigorosa corrida rumo à industrialização havia tomado conta da Europa e se estendido também aos EUA e ao Japão. Em relação às inovações
técnicas, identificam esse período
a) a produção em série de tecidos, a criação de melhores arados e a invenção do barco a vapor.
b) a invenção da spinning-jenny, o uso do carvão e do ferro, e o aparecimento das ferrovias continentais.
c) o emprego de novas ferramentas, a mecanização dos teares e o surgimento da máquina a vapor.
d) a utilização do aço e da energia elétrica, e o desenvolvimento dos produtos químicos.
e) o emprego do petróleo e do gás como fontes de energia, a invenção do tear mecânico e o emprego da robótica.
10. UNESP JULHO 2005
NEOCOLONIALISMO E DESCOLONIZAÇÃO
I. Em 1914, 85% das terras do planeta eram áreas coloniais. O dado é impressionante e nos revela de que maneira a Europa tornou-se “senhora do mundo”. Tal número é reflexo de um novo movimento imperialista ocorrido principalmente a partir dos anos 1870. (...) Importa destacar que naquele momento [década de 1870] formulou-se um emaranhado de explicações culturais, humanitárias e filosóficas para explicar a necessidade do imperialismo.
(Adhemar Marques e outros, História contemporânea através de textos.)
II. Ainda em 1939, a Grã-Bretanha tinha comércio “internações” comparável ao dos Estados Unidos, e uma força industrial tão desenvolvida quanto a da Alemanha. (...) a guerra fria e os conflitos do Oriente Médio continuavam a onerar o orçamento, ao passo que a Alemanha e o Japão, e até a Itália, concorrentes industriais, podiam se reconstruir sem ter que suportar esses fardos.(...) Na África do Norte [francesa], por exemplo, a ajuda financeira metropolitana direta quadruplicou, de 1948 a 1951, e, no mesmo período, 15% dos investimentos franceses foram para as colônias, proporção que alcançou 20% em 1955.
(Marc Ferro, História das colonizações –Das conquistas às independências – Séculos XIII a XX.)
a) Como as nações européias justificavam a ocupação e a neocolonização da África a partir do século XIX?
b) No fragmento II, identifique o problema vivido pela França e pela Grã-Bretanha em relação aos seus espaços neocoloniais na África.
11. MACKENZIE JULHO DE 2005
NEOCOLONIALISMO E IMPERIALISMO
Ao contrário do colonialismo do século XVI, que se dirigiu principalmente para a América, buscando especiarias e metais preciosos, subordinando-se ao mercantilismo do capitalismo comercial e fazendo uso da fé como justificativa para as conquistas, o imperialismo do
século XIX refletia a maturidade capitalista industrial. Carlos Guilherme Mota
Várias doutrinas foram forjadas, nos países europeus, para justificar o neocolonialismo. As mais comuns defendiam
a) a difusão da Doutrina Monroe por todo o planeta.