Quanto Vale?
Filemon F. Martins
“Quanto vale ou é por quilo?” Um filme de Sérgio Bianchi, que ainda não assisti. Num cartaz de propaganda do filme está escrito: “Mais valem pobres na mão do que pobres roubando”. Esta frase me fez refletir sobre os últimos acontecimentos na política brasileira. Nas revistas, jornais e televisão, é impossível não deparar com notícias deprimentes, constrangedoras e denúncias de corrupção que se espalham por todos ou quase todos os setores do governo, sejam eles municipais, estaduais ou federais.
A sociedade, perplexa, aguarda que as investigações sejam feitas e que os culpados sejam punidos. Uma caminhada lenta que pode não chegar a lugar algum. Todos sabemos dos obstáculos que uma CPI tem que vencer para chegar ao final, apresentando um relatório consistente com definição de responsabilidades, ainda mais envolvendo pessoas ricas e poderosas.
Enquanto o trabalhador recebe seu salário via banco pagando CPMF e impostos, os donos do dinheiro de origem duvidosa carregam altas somas em malas e sacolas, sem pagarem o imposto criado sob o disfarce de beneficiar a área da saúde, mas que tem servido apenas para avançar sobre o bolso do trabalhador.
É até irritante pensar que o Partido dos Trabalhadores, paladino da ética e da moralidade tenha chegado a tal ponto. Ao contrário do que pregava seus dirigentes, observa-se que a maioria lucrava, de uma forma ou de outra, com reformas prejudiciais aos trabalhadores em geral, aos aposentados que continuam pagando e pior, com o aval político do Supremo Tribunal Federal que tem decidido, sempre, em favor do governo.
Parodiando a propaganda do filme de Sérgio Bianchi, citado acima, diríamos: “Mais valem pobres honestos do que ricos roubando”. Evidentemente não é proibido ser rico, mas é preciso pôr a mão na consciência e usá-la, se possível.
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