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Artigos-->Hoje... É agora !... = VINICIUS -- 09/07/2005 - 11:42 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
993300>Aguarde a implantação dos elementos

e para fruir à vontade a leitura

domine o movimento dos textos com o "mouse".


ffffff>O "Poetinha", talvez o mais gostoso dos poetas brasileiros desde que a língua portuguesa se implantou no Brasil e sem dúvida, ainda, o que melhor traduz, em relação à amalgama lusófona, o peculiar e inconfundível linguarejo que a penta-secular mistura étnica produziu, morreu, à data de hoje, há 25 anos.



A ele se deve, pela via popular, muito do exemplar e gracioso português que se enraizou e deu fruto no gigantesco colectivo da população canarinha. A melhor forma de transmitir um idioma é, quanto a mim, através da poesia cantada, condão que Vinicius trazia permanente à flor da pele e usava com qualidade artística fora do comum.



O Brasil está já desde há tempos a comemorar a efeméride com diversificados eventos culturais que abrangem a versatilidade que o estimado e saudoso poeta, em vida, a rodos bem revelou.



Quando leio ou ouço versos de Vinicius, de imediato me surge à ideia o seu célebre verso "Porque hoje é sábado", do poema "O dia da criação". Nesta azada oportunidade, tomando o seu texto por mote inspirador, aqui deixo a minha sincera homenagem e estreito reconhecimento ao poeta que sempre gostei de ler e ouvir espontaneamente.



No seu tempo, época de aberrante censura política, Vinicius sabia como ninguém contornar os obstáculos pela serenidade das palavras, deslizando como emplumada pantera branca entre os escolhos da selva humana, preocupação que felizmente hoje em dia não preciso de ter, embora muitíssimas vezes, por outras linhas, experimente "inexplicáveis atitudes que se explicam e revelam muitíssimo bem".



Ora pois, com o meu cunho, com a minha característica marca pessoal, com a impressão digital da minha alma, em honra da gentil memória de Vinicius de Moraes, apresento adiante "Hoje... É Agora !...".



António Torre da Guia

O Lusineiro





ffff00>Hoje... É agora

E a noite de sexta-feira

Serve para aquecer o corpo

Porque a seguir é sábado

Noitada de todos os deboches

Até que domingo se erga

Plenamente sobre o horizonte...



Hoje... É agora

Mas quando é sábado

Mama-se, chupa-se, lambe-se tudo

As línguas aprofundam-se nas gargantas

Nas vaginas, nos ânus

Enrolam-se nos pénis

Os lábios são ventosas

Bebe-se esperma e mijo

Come-se merda

Os corpos roçam-se em delírio

E até com sangue se lambusam...



Hoje... É agora

Enquanto os 8.640 segundos do dia

Não tenham nomes distintos:

O "primus", o "ápice", o "centeno"

O "cornucho", o "finalzinho", o "agora"...



Hoje... É agora

Negreiro é empresário

Feiticeiro, psicólogo,

Bruxa, astróloga

Sapateiro, técnico de calçado

Prostituta, massagista

E terrorista antigo, heróico guerrilheiro

Que se bate corajosamente

Contra o seu execrável princípio...



Hoje... É agora

Os homens casam-se uns com os outros

Querem adpotar filhos pra educar

Sodomizam crianças, virgens, velhas

E continuam todos os dias

Pedindo absolvição a Deus...



Hoje... Há 25 anos

Morreu um poeta

Após ter poetizado o dia da criação

O tal em que Deus começou a fazer o paraíso

E o céu com o inferno no rés-do-chão...



Hoje... É agora

Tempo de relançar

"Um olhar de perdão para o passado"

E aguardar ainda com esperança

"Uma anunciação de primaveras!"...



Oi... Vinicius

Se tivesses cá estado

"Porque hoje é sábado"

Quiçá constatasses definitivamente

Que hoje... É agora!...







António Torre da Guia

O Lusineiro


993300>Som = Vinicius de Morais em "Conjugação da ausente"
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