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Artigos-->a mulher imortal -- 27/05/2005 - 12:28 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MULHER IMORTAL



Marcelino Rodriguez



Na bela noite de lua cheia, eu afogando-me

na solidão e na virose que abateu-me por dias,

reencontro-a na comunidade do Orkut...

Ela nem sabe que meu último livro foi dedicado

a ela.

Há cinco anos não nos vemos; desde que,

batendo continência a deixei na rodoviária,

seu rosto melancólico na janela...

Linda e morena no seu sorriso iluminado,

Lá está ela no PC de chapéu de bruxa,

com aquela atmosfera

única que um dia foi minha, sua sensualidade

discreta.

Relembro conversas.

_ Que parte do corpo mais gosta em VC? - Eu perguntava.

- "Meu cérebro. È muito complexo."

Uma vez me perguntou:

- Vc se sente flutuando quando beija?

-Sim.

- Ah, bom. Pensei que era a única maluca...

Ela indicou-me , fazendo mistério, o filme "Tempestade

do Século".

E uma vez, como recordo!, ficamos oito horas

abraçados

no sofá...

Agora revejo-a.

Não sei se é a mesma garota engraçada,

com o mesmo

senso de parceria. Se sou uma boa lembrança

para ela.

Eu mudei. Sei mais das contas e do peso do mundo;

estou tristemente mais sábio.

Mas percebo hoje, na torrente exata das

lembranças

imortais que continuo lá no rodoviária, batendo

continência à ela.

Sua volta era o combinado.

Descobri que o tempo passou, mas não ela...

Ficou como uma canção cantada por Sinatra,

um filme

nostálgico e profundo, uma cena de primavera

inesquecível;

a namorada perfeita de tão humana que era...

Não fomos nós que nos separamos, mas a fatalidade.

Vontade de dizer: retorna.

De todas as mulheres, somente a lembrança dela é

nobre e sem mácula.

Por isso essa bela lua cheia sobre minha cabeça,

brilhando como uma eternidade na rua que ando

solitário.

Vontade de dizer: vamos ao mercado,

comprar macarrão

com carne de porco , macarrão com óregano

e vinho tinto.

O tempo parou no tempo dela.



30.05.2005





Marcelino Rodriguez, escritor hispano-brasileiro,

autor de "O Obervador de Pardais" 1996,

"O Espião de Jesus Cristo" 1999, "Juvenília" 2000, "Café´Brasil" 2001, "A Ilha" 2001, "Boneco de Deus" 2002, "Mar, Romântico Mar" 2002, prêmio Pérgula Literária Internacional e Ação Cultural.

Todos os direitos dos escritos aqui publicados

são reservados ao autor e à Editora Luz do Milênio.



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