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cronicas-->SOFRENDO POR AMOR -- 08/12/2001 - 00:07 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Meu filho caçula hoje saiu de manhã para ir ao colégio todo sorridente. Não deixou de me pedir que torcesse por ele. Seria o final do campeonato de inter classes no futebol de salão.
Bem, a prata já estava garantida! Mas podia ser ouro. Quem sabe!
A manhã passou e ao meio-dia e um quarto de hora ele chegou, como todos os dias. Não entrou como sempre faz, já gritando meu nome lá do portão. Vibrando, querendo contar tudo de uma vez só.
Entrou murchinho, cabisbaixo.
Já fui perguntando a razão daquela tristeza e ele contou a mim e ao irmão que foram derrotados no último jogo, depois de uma ótima campanha. Veio só a prata mesmo.
Quis dizer-lhe que não valia a pena ficar triste por uma coisa tão simples.
Então ele me olhou com seus olhos tão lindos e tristonhos e falou que não tinha nada a ver com futebol. Falou que um atleta sabe ganhar ou perder sem se abalar e que o motivo da tristeza era outro.
Perguntei se o resultado da prova de Biologia fora ruim e ele disse-me que tirara outro dez.
Então voltei a perguntar se fora mal na apresentação do trabalho de Física e ele voltou a dizer que estava garantido outro dez.
Aquilo me preocupou mais. Se não era por ter perdido o último jogo, se não era por ter ido mal nos estudos. O que mais o preocuparia?
Já meio aflita perguntei se era alguma coisa que acontecera na escola e ele respondeu que não me preocupasse, que não era nada sério e que era coisa dele.
Então lhe perguntei se era alguma garota. Ele desconversou e eu entendi que acertara na mosca.
Resolvi deixá-lo em paz. O meu menino sofrendo por amor!
Será que ele puxou a mim? Ó como sofri por amor naqueles anos dourados!
Pensei um pouco como era quando tinha a sua idade, como fantasiava romances com jovens que nem sequer me notavam.
Não quero que sofra. Quero-o sempre feliz, enchendo a casa com sua voz forte, com seu riso fácil.
As mães querem ver os filhos fortes, homens feitos, bem arranjados na vida, estudados, felizes. Querem sempre o melhor para eles. Mas também o gostariam de ter sempre sob suas asas. É um desejo tão contraditório o de querer ver o filho adulto e ao mesmo tempo querer que nunca cresça.
Mal terminou de almoçar ele foi deitar-se e já adormeceu. Deixei-o em paz, respeitando a sua tristeza, o seu mal de amor. Continuei pensando nele, o meu bebê já está crescido, pensei. Já lhe desponta rala barba.
Resolvi escrever esta crónica enquanto talvez ele sonhe com uma garota que já esteja começando a transformá-lo num homem.
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