Bicho que mata o homem
Mora na mata fechada
Provoca à cobra grande
Vai engolindo a danada
Numa mágica a sorrir
Fazendo à cobra sumir
Com sua fome arretada.
A muié trançando as pernas
Em volta duma cintura
À cobra na casa dela
Na sua forma mais dura
Num tem força no mundo
Que solte o laço profundo
Só depois da gostosura.
Se ela é muito perseguida
Um trem doido e gostoso
Um come o outro engole
O fruto mais saboroso
Aquela boca sem dente
É a perdição da gente
Um manjar apetitoso.
A mulher tem local quente
Pra agasalhar passarinho
Que cresce fica aloprado
Se ajeitando no ninho
O bixim logo se arvora
Fica pra dentro e pra fora
A procura de carinho.
O homem quando é donzelo
E nunca viu uma priquita
Quebra coco catolé
O minhoco nem se irrita
Mas se vê o cara preta
Dispara feito lambreta
Cospe faísca e grita.
A jiripoca só vai piar
Piando num pé de ypê
Pois se abunda o canto
Nada se pode fazer
No pulo da perereca
Na plumagem da peteca
É que se sente o prazer.
Meninas vão sossegar
Jogue esse fogo fora
O triângulo gostoso
Pode ser o da senhora
Pra morrer no paraíso
Nem de conselho preciso
Posso até morrer agora.