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Artigos-->NEM SEMPRE AS COISAS SÃO COMO GOSTARÍAMOS QUE ELAS FOSSEM, M -- 19/03/2005 - 11:42 (Rodrigo Mendes Delgado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NEM SEMPRE AS COISAS SÃO COMO GOSTARÍAMOS QUE ELAS FOSSEM, MAS ELAS SÃO





Como dizia Mario Quintana: “a vida são uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa”. Nem sempre as coisas são como gostaríamos que elas fossem, mesmo assim, elas são. Devemos aprender que nem sempre podemos controlar a realidade que está à nossa volta. Tudo quanto não depende de nós cai no terreno da incerteza.



Nem sempre o sorriso que nos é endereçado pode ser interpretado além ou aquém da intenção com a qual ele realmente é oferecido e nem além ou aquém da intenção com a qual é demonstrado. Às vezes é apenas uma gentileza, e não um romance que durará séculos. Às vezes é apenas uma forma de “quebrar o gelo”, rompendo o silêncio e aproximando as pessoas, e não um desejo ardente que precisa ser imediatamente saciado. Por essa razão, nunca devemos exigir demais das pessoas. Cada uma é livre para escolher os caminhos que pretende trilhar. Livre para escolher as pessoas com as quais irá se relacionar, com quem pretende passar o resto de seus dias. Que profissão pretende exercer, e até mesmo escolher não ter profissão alguma.



As pessoas podem simplesmente, optar por viver a vida passivamente, sem se envolver com nada, nem com ninguém. A ter repúdio à política, a não ter religião e a não discutir religião. Pode optar por se negar a tecer qualquer comentário sobre guerra, epidemia, calamidades, cataclismos, terremotos e, mesmo assim, ser uma pessoa boa, educada e gentil. O sol que brilha em Nova Délhi é o mesmo que brilha em Amsterdã. O mesmo Deus que criou a Oceania criou igualmente a Antártica. Não devemos nos comportar como se pudéssemos controlar o mundo e as pessoas. Cada um pode controlar apenas a si mesmo e, mesmo assim, certos momentos há em que se falha até mesmo no autocontrole.



O grande problema é que somos educados num sistema de posses, e então, equivocadamente, passamos a acreditar que podemos controlar as pessoas, que podemos nos apossar de seus sentimentos, e que, de alguma forma, elas devem subserviência a nós. Que coisa mais sem nexo! Como o homem pode pretender controlar aquilo que tem vontade própria? Simples: não pode. As pessoas é que se deixam controlar. A cada um resta apenas aceitar aquilo que não pode ser mudado, adaptando-se da melhor forma possível. Obstáculos servem para serem vencidos e transpostos. Os problemas servem para testar limites e criatividade. Desespero serve para abrir as portas do coração rumo à fé. Decepções servem para gerar compreensão. Amigos servem para ser apoio. E amor? Bem, amor serve para tudo, posto ser o único sentimento digno e apto a dar sentido à vida.



Que possamos aprender que mesmo que não possamos controlar os outros, podemos e devemos controlar a nós mesmos. Que podemos aprender a compreender o mundo e tudo o que nele há. Que somos responsáveis por nossas vidas e apenas por elas. Que a cada um foi dada a dádiva do livre arbítrio para que pudesse optar pelo melhor caminho, que lhe mostrasse mais claramente a luz da felicidade. E que mesmo que não concordemos com as escolhas que nossos semelhantes fazem, possamos ter a decência de respeitar as escolhas que estão sendo feitas.



Afinal, nem sempre as coisas são como gostaríamos que elas fossem, mas elas são.





Rodrigo Mendes Delgado

Advogado e escritor

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