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Artigos-->Nicodemos Araujo 1905 - 2005 -- 10/03/2005 - 15:39 (Vicente Freitas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MANOEL NICODEMOS ARAUJO

1905 – 2005





É com muita honra que participamos desta homenagem alusiva ao centenário de Nascimento do poeta, dramaturgo, jornalista, genealogista e historiador-mor da Região do Baixo Acaraú, Manoel Nicodemos Araujo. Poeta que nasceu aqui na então vila de Santa Cruz do Alto da Genoveva, a 10 de março de 1905, hoje, a progressista cidade de Bela Cruz.

Em 1934, ele passou a morar na vizinha cidade de Acaraú, onde exerceu os cargos de Inspetor Escolar, Agente de Estatística e Secretário da Prefeitura. Foi ainda Vereador e assumiu, interinamente, o cargo de Prefeito, por diversas vezes.

Em conseqüência de seu entusiasmo pelo jornalismo, em 1933, fundou em Santa Cruz, juntamente com o companheiro Joca Lopes, um jornalzinho quinzenário, intitulado “ALVORADA”, folha que circulou pontualmente até novembro de 1934.

A 1º de janeiro de 1935, Nicodemos inscreve-se como jornalista, na Associação Cearense de Imprensa. A 19 de abril de 1956, a A.C.I deu-lhe a Carteira de Redator.

Durante o período de 1º de maio de 1948 a 15 de fevereiro de 1958, desempenhou as funções de redator chefe do jornal “O ACARAÚ” que tinha por objetivo propugnar pelos legítimos interesses da Região do Vale do Acaraú.

Em 1935, publica seu primeiro livro de versos, sob o sugestivo título de “Harmonia Interior”. Nesse pequeno volume de cem páginas ele inseriu trinta de suas produções, precedidas de duas cartas: uma de autoria de seu estimado amigo Dedek Fontenele, e outra do dr. João Ribeiro Ramos, com quem manteve correspondência e amizade por toda a vida.

Nicodemos Araujo foi um verdadairo autodidata, na expressão mais profunda do termo. Aprendido no lar paterno a carta de abc, ingressou na escola primária de sua terra natal – de onde saiu poucos meses após, porque o chamavam os deveres de chefe de família e de filho extremoso, órfão de pai, em plena juventude.

Nesta vila, baldo de recursos materiais, o jovem Nicodemos, para fazer face aos encargos da família, coloca-se no comércio local, vindo mais tarde a negociar por conta própria.

Humilde. Muito humilde, o futuro escritor procura nos livros satisfazer aquela ânsia de saber que foi sempre uma característica do seu espírito.

Tendo publicado “Harmonia Interior”, em 1935. No ano seguinte ele enveredou pela História, lançando seu livro “Santa Cruz do Acaraú. E a partir daí, escreveu quase trinta títulos, com incursão pelo teatro, biografia e genealogia.

Através dos seus livros, sentimos o quanto o poeta é observador. E o mundo que ele observa é o de seres humanos. Vivos. Através de sua obra sentimos também que para ele, o muito não é nada, quando quer o que não é bom; o querer há de ser são.

É este o cuidado que preside ao espírito do poeta, a chave do seu pensamento, da sua vida, da sua obra. Que o querer seja são: que encare as realidades de frente, que as aceite sem parcialidade.

Sua poesia é a exteriorização de uma tomada de consciência diante de um mundo inacabado. Porque o poeta sabe que só a indiferença ou a inconsciência podem ignorar o paradoxo deste mundo onde ombreiam a miséria e a grandeza; o bem e o mal; a virtude e o vício; a mesquinhez e a generosidade.

Mundo desconcertado que o poeta não rejeita, mas também não aceita passivamente. E é pelo caminho mais difícil – o de analisar esse mundo, recriando-o – que ele segue para compreendê-lo e dar-lhe uma nova medida, fugindo ao aparatoso engano de valores deslocados que a “opinião do vulgo” estabeleceu.

Sua obra é um trabalho fiel, circunstanciado e consciencioso de tudo quanto de mais importante aconteceu nestas plagas, desde o setecentos até os dias atuais. É, na verdade, como já disse o poeta Dimas Carvalho: a história da Tierra da Pescaria, dos espanhóis; da Barra dos Peixes, dos ingleses; do Rio das Garças, dos tupis, a quem poderíamos chamar de Rio das Graças.

O nome de Nicodemos Araujo – acrescentado ao bem imenso que ele fez – transformou-se no patrimônio maior da nossa cultura matuta. Mesmo que não tivesse escrito nenhum livro, hoje ele seria lembrado. Dom Edmilson Cruz, o considera santo:

Ele foi um justo como a lua é calma,

Ele foi um santo sem pensar que o era”.

A biografia de Nicodemos Araujo tem tais sutilezas que nunca se perde em ser recontada. E é por isso que mais uma vez estamos aqui, com muita alegria, dizendo às gerações futuras da nossa terra e a todos que se interessam pela história da Ribeira do Acaraú, que louvem para sempre o poeta e historiador das coisas gostosas da nossa terra, por todos nós muito querida.





Vicente Freitas

10. 03. 2005



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