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Contos-->O REENCONTRO -- 11/02/2002 - 02:23 (LINDAMAR C. CARDOSO DE MELLO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O REENCONTRO



Céu azul, sol brilhante, tarde de primavera.
Tudo são flores, alegria; uma grande paz e harmonia pairam no ar.
Os pássaros e as borboletas, dançam para lá e para cá, disputando o beijar das belas flores, com muita graça e leveza de seus leves e frágeis corpos.
O ar está impregnado, pelo doce e suave perfume das inúmeras e magnificas plantas, ali existentes.
Tudo parecia cantar e saudar alegremente, a chegada da mais linda e agradável estação do ano.
O cantar das várias espécies de pássaros enchem o ar de muita alegria e contagiam as pessoas, que se sentem em paz e felizes.
O verde das folhagens, está mais vivo, e exalam um aroma delicioso, deixando o ar mais puro e a vegetação mais bela.
Ao longe ouve-se o rolar das águas calmas e tranqüilas do rio, correndo por entre pedras claras e roliças, de tanto as águas passarem por cima delas.
Esse maravilhoso, encantador e belo lugar, dentro de pouco tempo será testemunho, do reencontro de dois eternos apaixonados.
Ela hoje, uma bela e encantadora mulher. Ele um senhor de uma fina educação e de uma elegância incomparável.
Márcia e Durval, dois eternos amantes.
Eles sempre foram apaixonados um pelo outro, mas o destino os separou por um longo tempo.
Durval, foi para outro país, para a bela Itália, onde foi trabalhar numa rica e famosa construtora como Engenheiro.
Márcia, ficou aqui no Brasil, trabalhando como Consultora Jurídica, de uma grande firma multinacional.
Desse modo, cada um seguiu seu caminho. O destino escolheu um lugar diferente para cada um.
O trabalho os absorveu tanto, que acabou separando-os.
Por muitos anos, um não teve notícia do outro.
Durval, se casou na Itália, desse casamento ele teve quatro belos filhos, todos já são adultos.
Ele hoje é viuvo e tem aproximadamente 60 anos.
Aquele lindo amor da juventude, o seu primeiro amor, ele nunca esqueceu.
Sempre sentiu muitas saudades do tempo em que namorou com a Márcia.
Assim que se separaram, durante ainda dois anos, eles se corresponderam.
Nessa época, a saudade era imensa, o amor dos dois lhes causava uma enorme dor.
Em suas correspondências, eles trocavam juras eternas. Cada um escrevia tudo aquilo que essa separação provocara neles, e sobre a dor que tinham com a solidão, que a separação causou.
Por fim, as cartas foram diminuindo, até que não mais se corresponderam. Nem mais se falaram através do telefone.
Logo que Márcia soube do casamento do Durval, lá na Itália, ficou deveras muito triste e magoada, mas decidiu que também iria reconstruir sua vida, e assim o fez.
No seu escritório tinha um rapaz que a amava muito. Estava sempre lhe cortejando; tinha diariamente para com ela, gestos de carinho e gentilezas.
Sempre que possível, lhe dava flores, bombons e outros pequenos presentes, todos sempre acompanhados de bilhetes apaixonados.
Gustavo era muito romântico e estava loucamente apaixonado pela encantadora e bela Márcia. Ela revolveu aceitar a corte que ele lhe fazia e assim nasceu um lindo romance entre eles.
Aos poucos, esse romance foi se tornando algo mais forte e logo estavam casados.
Como nunca fora um amor verdadeiro, seu casamento pouco durou, a separação foi inevitável. Hoje, ela é uma pessoa desquitada.
Márcia, dessa união, teve dois filhos que moram com ela. Sempre fora uma mãe muito dedicada e carinhosa, extremamente cumpridora de seus deveres para com eles.
Ela nem com o passar dos anos, conseguira esquecer do seu único amor, Durval.
Fora um grande amor, por isso difícil de ser esquecido, nunca saiu de sua cabeça os belos momentos que viveram juntos.
Qualquer contra tempo, uma tristeza vindo de uma palavra mal interpretada, ou de um ato impensável, todo o passado lhe vinha ao coração, e sentia saudades daqueles tempos que fora tão feliz ao lado de Durval, daquela juventude que não voltava mais, e fora tão boa ao lado dele.
Márcia andava cansada e muito nervosa ultimamente. Estava sempre triste e com preocupações acima dos seus limites. Por isso resolveu tirar umas férias, se afastando assim, de todos os eventuais problemas.
Estava precisando com urgência de tirar uns dias de descanso e colocar sua saúde em dia. Resolveu viajar para uma estação de águas.
Tirou 15 dias de férias, e iria fazer um tratamento com as águas medicinais.
Reservou lugar num belo e magnifico Hotel em Poços de Calda.
Viajou sozinha, pois necessitava que ninguém lhe perturbasse ou lhe tirasse o direito do descanso desejado.
Por uma força do destino, Durval também se encontrava no Brasil, pelo mesmo motivo, e estava em Poços de Calda, aproveitando umas férias que havia tirado, para esfriar a cabeça de tantos negócios e compromissos.
Foi até por recomendação médica que ele tirou essas férias. Precisava de um tratamento, pois se encontrava esgotado de tanto trabalhar.
Ele trabalhava muito, se dedicava de corpo e alma ao serviço, porque era só assim que ele esquecia um pouco, o seu antigo e eterno amor.
No Hotel em que Márcia se hospedara, ela logo fez amizade com uma senhora que estava também ali hospedada. Essa senhora era dona do Hotel, seu nome era Juliana.
Juliana tinha outros Hotéis, sendo um deles, um Hotel Fazenda, também ali em Poços de Calda.
Juliana e Márcia ficaram logo muito amigas, tiveram uma grande afinidade assim que se conheceram. Por isso, ela foi convidada para passar o fim de semana nesse Hotel Fazenda; onde todos diziam ser, o Paraíso perdido na Terra.
Juliana que adorava aquele lugar, contou como era a Fazenda. Descreveu cada canto ali existente, falou da beleza da natureza, que só poderia ser a mão de Deus que a criou. Contou do encanto que a cachoeira possuía, um lugar que atraia todos os hospedes, para um delicioso banho. Do rio que cortava sua Fazenda, deixando as plantas mais lindas e saudáveis. Dos pássaros, das flores, da vegetação natural e da deliciosa comida caseira que era servida em todas as refeições.
Márcia ficou deslumbrada com tamanha beleza e como sempre adorou a natureza, aceitou o convite na mesma hora.
A Fazenda não ficava muito longe dali, somente um hora de viagem de carro.
Para lá eles foram; Juliana, seu marido, sua filha Cristina, de doze anos e Márcia.
Márcia se encantou com Cristina, era uma doce menina, muito meiga, tagarela e muito inteligente. As duas se tornaram boas amigas, logo se afeiçoaram uma pela outra.
Cristina adorou a companhia da Márcia para irem a Fazenda, radiante de alegria disse:
- Márcia, eu vou lhe mostrar como tudo na Fazenda é lindo. Quero tomar banho de cachoeira com você, tenho certeza que irá adorar, é uma delicia, agente sai de lá leve e feliz. Depois, quero lhe mostrar os pôneis que nasceram ali.
Márcia estava contente com seus novos amigos; o entusiasmo de Cristina era lhe contagiante.
Sem perceber a viagem, chegaram na Fazenda, Cristina já queria sair correndo e mostrar tudo para a Márcia. Mas, sua mãe pediu que ela desse um tempo para a Márcia descansar, pois tinham muito tempo para passearem pela Fazenda.
Márcia, de fato, estava um pouco cansada, pois havia dormido muito mal a noite; se deitou e até dormiu.
Sonhou que estava junto de Durval e que nada havia os separado, seu amor era como antes e nada tinha mudado.
Mal ela sabia, que no apartamento ao lado do seu, estava seu antigo e eterno amor.
Durval se encontrava hospedado nessa Fazenda. Ele como sempre, não cansava de admirar tanta beleza, estava adorando sua estadia ali.
Tomava banho de cachoeira, andava a cavalo, nadava e, à tardinha, ia para o bosque onde ficava olhando para o céu azul, pensando como e onde deveria estar sua amada.
Durval já conhecia tudo por ali.
Era esse Hotel que ele escolhia, sempre que vinha ao Brasil a negócios. Depois de ter resolvido seus problemas, era ali que se refugiava para descansar.
Mas, essa vez, não veio a negócios, veio para fugir da grande rotina que estava acabando com seus nervos.
Tudo lhe parecia diferente: O ar mais leve, o perfume das flores mais delicioso, o cantar dos pássaros parecia mais melodioso e lhe transmitia uma imensa paz.
Nesse dia, tudo parecia mágico, ele se sentia muito tranqüilo, e estava de bem com a vida. A sua imensa felicidade era tirada das pequenas coisas que antes ele nem havia notado.
Márcia descansou um pouco e logo foi despertada pela contagiante alegria de Cristina.
- Vamos, Márcia, eu quero que você conheça a cachoeira antes do almoço. Quero que você sinta toda delícia e frescor de um banho nela. Venha, você vai gostar tanto, que não vai querer sair dela por nada desse mundo. Venha, vamos logo, vai ver como é bom!...
- Está bem, você me convenceu, estou louca para entrar nessa cachoeira com você, eu só quero um tempo para colocar o meu maiô.
Cristina não parava de tanto falar. Enquanto Márcia se vestia, ela foi contando todas as novidades que haviam acontecido na fazenda.
As duas foram para a cachoeira, quando estavam se aproximando, ouviram a alegria das pessoas ali presentes. A alegria era contagiante, todos brincavam, riam e falavam ao mesmo tempo que jogavam água, uns nos outros.
As duas entraram na brincadeira que até se esqueceram da vida, nem viram as horas passarem. Só foram perceber, quando dona Juliana as chamou para almoçarem.
- Márcia, Cristina, venham está na hora de almoçar... Vão se arrumar, que eu e o seu pai estamos esperando por vocês...
As duas correram para seus quartos a fim de trocarem de roupa. Em poucos instantes, estavam preparadas para almoçar, no salão de refeições.
A animação era geral, tudo ali era muito reconfortante.
Depois de um bom banho de cachoeira, todos os hóspedes estavam com o apetite aguçado, prontos para se deliciarem com os inúmeros pratos caseiros.
O almoço era uma maravilha, exatamente como Juliana havia descrito. Muitas qualidades de verduras, legumes, massas e também o tradicional arroz com feijão. Carnes de vários tipos e para todos os gostos. As sobremesas: Doces feitos com frutos dali mesmo, da própria Fazenda, tinham um colorido todo especial e, como não poderia faltar, o tradicional doce de leite com queijo de Minas, tão gostoso, que era de dar água na boca de qualquer um.
Márcia não era muito de comer, mas por insistência de seus anfitriões, experimentou um pouco de tudo.
Logo depois, pediu licença para ir a seu quarto. Queria descansar, pois o banho de cachoeira, havia lhe cansado um pouco.
Dormiu e acordou como um passarinho, leve e cantando. Tudo parecia modificado, ali tinha um ar de encantamento, estava se sentindo feliz, como uma adolescente.
Sentiu vontade de se arrumar com elegância, queria sair para andar um pouco e pensar na sua vida.
Como não conhecia nada por ali, foi andando sem rumo certo, até que chegou num lindo e enorme bosque.
Ficou maravilhada com tanta beleza, nunca havia visto tantas espécies de plantas raras e flores. Para cada lado que olhava, via plantas belas e raras, de coloridos excepcional.
Ficou como inebriada, aquele lugar era encantado, ali com certeza era moradia de Fadas, Gnomos e Duendes. Procurou um lugar para sentar, avistou um banco e ali sentou-se; fechou os olhos e ficou ouvindo o cantar dos pássaros e o rolar das águas que ao bater nas pedras, pareciam rir e cantar alegremente. Ali perto, passava o rio, que cortava a Fazenda por várias vezes.
Ainda com os olhos fechados, aspirou bem fundo o ar delicioso, com aroma e perfume das inúmeras plantas ali presentes.
Logo chegou alguém e sentou-se ao seu lado.
Sem olhar quem era, seu coração começou a bater mais forte... Aquele perfume acelerou as batidas do seu coração, e seu corpo todo, sentiu a presença de alguém muito importante para ela...
Abriu bem devagar os olhos e se espantou.
- Durval, é você mesmo?!...
Durval tão distraído e pensativo estava, que nem percebeu que era: a Márcia, a tão querida e sua eterna paixão.
- Márcia que surpresa !... Será que não estou sonhando? É você mesma, ou só é uma miragem da minha imaginação? Nunca pensei em lhe encontrar neste lugar. Bem que eu percebi que hoje tudo estava mais lindo, mas não poderia nunca imaginar que era sua presença que deixava tudo mais belo e encantador. Sua beleza faz parte desse lugar encantado.
- Eu também nunca poderia imaginar lhe encontrar aqui, apesar de ter sonhado com você ainda a pouco. Estava aqui, de olhos fechados e sonhando que você ainda era meu noivo, e que estávamos juntinhos, como outrora, nos amando como sempre fazíamos.
- Márcia, que alegria e felicidade reencontrá-la. Me fale de você... Como é que você está? Me conte um pouco do que tem feito nesses anos todos. Como está sua vida? O que tem feito de bom? O que está fazendo por aqui? Quero saber tudo sobre você... Não imagina como tem sido minha vida sem saber nada sobre você. Nem queira saber, que falta você me fez nesses anos todos, longe de uma notíciasequer...
- Calma Durval, uma pergunta de cada vez! Assim, nem sei como lhe responder nada...
Os dois conversaram muito, ficaram por horas falando, tinham muito o que contar um para o outro, pois os anos foram longos e cheios de novidades.
Contaram suas alegrias, suas tristezas, suas frustrações e realizações, desde que se separaram, e nunca mais souberam um do outro.
- Márcia, me diga uma coisa, você ainda me ama...? Eu nunca deixei de lhe amar, nunca por um instante, deixei de pensar em você. Esses anos todos foram uma grande tortura, eu só pensava em reencontrá-la. Cada dia que passava, eu lhe amava mais ainda. Tinha dias que a dor da saudade era tanta, que até chorava por você. Eu não sabia como fazer para encontrá-la, procurei muito por você, nenhum dos nossos amigos sabiam do seu paradeiro.
- Durval, eu também jamais deixei de lhe amar... Me casei, mas logo me separei do meu marido. Sua presença era constante entre nós, nunca estava de corpo e alma com o meu marido, só tinha você na minha cabeça, nunca poderia ser feliz pensando como pensava em você, mesmo nos momentos felizes que tive. Eu só pensava como foi que deixamos o destino nos separar, se tinha sido tão bom o tempo que estivemos juntos. Era muito complicada a minha vida, se eu estava feliz, pensava em você, se estava triste, aborrecida, pensava em você, por isso achei mais justo ficar sozinha com os meus filhos.
- Minha vida, minha adorada Márcia, como fomos tolos em pensar que nosso trabalho, nossas carreiras seriam mais importantes do que nosso amor... Será que ainda poderemos construir nossas vidas juntos? Se você ainda me quiser, eu juro que tudo farei para lhe fazer feliz e esquecer todas as tristezas que tivemos. Eu prometo que jamais nos separaremos outra vez. Se possível fosse, eu voltaria no tempo e nunca deixaria que nada nem ninguém nos separassem. Agora sei o quanto lhe amei, o quanto ainda lhe amo e como você é importante na minha vida. Em momento nenhum lhe esqueci, nunca deixei de lhe amar, minha vida foi sem sentido todos esses anos longe de você.
Os dois ficaram juntos abraçados e chorando como dois jovens adolescentes.
Os beijos que trocavam eram testemunhos do imenso amor que sentiam um pelo outro, e da grande saudade que tiveram, e o enorme arrependimento por terem deixado de ser ver por tantos anos.
Aquele lugar que já era um paraíso encantado, se transformou num pedacinho do Céu.
A natureza saudava aquele casal enamorado, os pássaros que voavam e cantavam a sua volta, pararam para não atrapalhar ou perturbar aquele reencontro.
A natureza se tornou silenciosa para não desviar a atenção daqueles dois eternos apaixonados, que viveram e viverão para se amarem eternamente.



Lindamar C. C. Mello.
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