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Contos-->FANTASIA OU REALIDADE -- 10/02/2002 - 13:24 (LINDAMAR C. CARDOSO DE MELLO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FANTASIA OU REALIDADE


Num lugar bem longe, num tempo muito longínquo, viveram duas pessoas que nasceram para se amarem e sofrerem.
José e Maria, tudo enfrentaram para juntos poderem viver, eternamente.
Ainda muito jovens foram separados pelos tropeços da vida.
Maria quase uma criança, mudou-se para bem longe do seu querido e amado José.
Ela teve que acompanhar seus pais, que haviam perdido tudo o que tinham construído em suas vidas, depois de um terrível temporal, onde sua casa foi incendiada por causa de um raio que ali caiu, e tudo destruiu.
Ela e seus pais foram as únicas coisas que foram salva desse incêndio.
Maria sem saber como, ficou longe do seu José e não tinha condições de encontrá-lo.
Muito chorou, muito sofreu, até doente ficou com aquele afastamento.
Nada na sua vida tinha razão, ela não encontrava motivos para viver sem o amor do seu José.
Muitas necessidades tiveram que enfrentar, até que seus pais conseguiram novamente se erguerem. Foi depois de muita luta, muito trabalho que voltaram a ter um pouco de tudo que haviam perdido.
Depois da tragédia, foram viver junto de seus parentes, que moravam bem longe, eles os abrigaram e os ajudaram , até que tudo melhorou e puderam viver novamente por conta própria.
A grande luta não foi em vão, conseguiram se estabilizar e viverem decentemente.
Somente Maria não era feliz na sua nova vida.
Era triste e solitária, com seus pensamentos a quilômetros de distância.
Cada vez essa distância aumentava mais, pois José assim que pode saiu de sua cidade, a procura de sua amada.
Sem saber para onde ela tinha ido ao certo, ele tomou outra direção, bem oposta àquela em que ela se encontrava, por isso a distância aumentou ainda mais.
José, assim como Maria, sofria muito com essa situação.
Ele passou a viver, só para encontrá-la.
Cada cidade que entrava, trabalhava para viver e procurar por ela. Ajuntava um pouco de dinheiro e saia para outra cidade sempre com a mesma esperança de encontrá-la.
Desse modo os anos foram se passando e os dois iam se consumindo de tanta tristeza.
Maria pouco se alimentava, só ficava pelo cantos chorando e implorando a Deus que um dia ele a encontrasse.
Cada dia que passava, suas esperanças iam se esvaindo e o reencontro ficava mais difícil de acontecer.
Ela começou a perder as esperanças e já achava que não tinha mais nenhuma possibilidade de ter seu amor de volta, outra vez, aquele que tanta falta lhe fazia e lhe causava tanta amargura e tristeza.
José não, ele tinha forças e coragens, para ir até o fim do mundo, pois havia jurado que só iria parar e sossegar, quando encontrasse sua bem amada Maria.
Maria passou a se entregar à agonia e à infelicidade, vivia fraca e sem vontade de continuar a viver, estava sempre abatida e chorando pelo cantos, sua triste sorte.
Sua única saída, era para ir a Igreja rezar e pedir a Deus que protegesse sempre seu amado e querido José, onde quer que ele estivesse.
Certo dia, repetindo sempre aquela visita a Igreja, ela entrou e ficou por horas conversando com seu Deus.
- Senhor, Tu disseste!: - " Se me quiseres, contigo estarei onde estiveres."
- Te pergunto, Senhor: - Como isso é possível, se me abandonaste há tanto tempo?!...
- Procuro-Te e não Te encontro e nem Te vejo.
- Falo-Te e não Te ouço nunca falares comigo.
- Pergunto-Te e não tenho resposta alguma de Ti.
- Senhor, sinto-me tão infeliz, fraca, só e impotente, sinto que vou morrer de amor.
- Onde estás, meu Senhor? O que devo fazer com tantas incertezas e sofrimentos?
- Queria, meu Senhor, de Ti, somente um pouquinho de poder, para encontrar o meu José.
- Queria de Ti, um pouco de poder, só para esquecer e não mais sofrer.
- Queria de Ti Senhor, um pouco de poder para voltar a sorrir, para voltar a viver.
- Dai-me um pouco de alegria, um pouco de esperanças e ajude-me a encontrar o meu grande amor, o José.
- Queria, meu Senhor, ter um pouco de certeza, que um dia eu irei reencontrar o meu amor perdido.
- Sei que estou fazendo muita gente, principalmente a minha família, infeliz. Mas, o que fazer se sou tão infeliz...?
- Queria, Senhor, ter o poder de mudar o mundo e fazer tudo se modificar, para que todas as pessoas fossem bem felizes. Que nada lhes faltasse como: Alimentos, moradia, saúde, agasalhos, paz, harmonia e que todos fossem muito feliz.
- Senhor, procuro-Te nos meus sonhos, nas minhas fantasias e até nas minhas imaginações.
- Procuro-Te encontrar, pois procuro respostas para as minhas duvidas, incertezas, anseios, enfim, para toda essa minha tristeza.
Maria estava em profunda meditação, que não ouvia e nem via nada a sua frente, quando, de repente, sentiu ao seu lado a presença de alguém.
Ao seu lado estava um lindo Anjo, aquele que ela sempre via em seu sonhos e que morava ali na Igreja, bem no alto, no teto do altar principal.
O lindo Anjo lhe disse:
- Maria, sei que estás sempre tão triste, vejo-te sempre chorando e desanimada, porém sintas o Senhor!... - Ele está no cantar alegre dos pássaros, na luz que o Sol nos dá, no brilho das Estrelas, na Lua que ilumina as nossas noites. - Ele está em cada flor que embeleza o teu caminho, no suave vento que refresca o ar. - Ele está nas ondas suaves do mar e nas ruidosas águas de uma cachoeira. - Veja, minha doce Maria, toda a maravilha que a natureza nos oferece. Sinta a beleza de um sorriso alegre, nos lábios de uma criança. Tudo isso é o Senhor. - Ele está em cada gota de orvalho, que brilha nas lindas manhãs de Sol. Minha meiga Maria, abra o teu coração para tudo aquilo que está ao teu redor, pois em tudo está o Senhor. Sintas o amor Dele em cada aperto de mão, em cada abraço amigo. Tudo é o Senhor. - Ele está na dor, na aflição, na alegria, na tristeza, no nascimento, na vida e também na morte. Olhe dentro de ti, Maria, Ele está dentro do teu coração, da tua alma do teu ser. Se tiveres fé, muito em breve, irás encontrar quem tanto procuras, pois ele está bem próximo de ti...
Maria, de princípio, achou que estava ficando louca, se assustou muito com a voz do Anjo. Depois foi se acalmando e deixou que aquelas palavras lhe dessem o alívio que tanto estava necessitando.
Conforme o Anjo ia falando, ela ia ficando leve e seu coração parecia estar ficando aliviado e se enchendo de alegria.
Fechou os olhos e deixou que a tristeza saísse e desse lugar a um pouco de felicidade.
Ficou ainda sentada no mesmo lugar, depois que o Anjo se foi.
Pensou em tudo que ouviu e para si mesmo falou:
- Tudo está tão diferente, me sinto leve, uma agradável alegria parece sair pelos meus poros. Tenho a impressão que estou pela primeira vez, vivendo. Será que tudo o que me aconteceu é verdade? Sinto que estou acordada e não dormindo. O meu Anjo está no seu lugar de sempre. Ele é muito lindo, até parece um ser de verdade. - Obrigada, suas palavras me trouxeram muito alívio e conforto.
Ao sair da Igreja, sentiu o calor agradável do Sol, viu que ele brilhava alto no Céu e o dia estava maravilhoso.
Bem perto dali, havia um jardim, com um parque infantil.
Ali brincavam alegremente várias crianças, seus sorrisos e seus gritos de felicidades, eram contagiantes e chegaram até onde a Maria se encontrava.
Ela imediatamente pensou: - O Anjo está com toda razão, o Senhor está em todos os lugares, em todos os momentos. Está presente em cada sorriso, em cada folha que cai, em cada flor que perfuma esse jardim, em cada gesto, em cada emoção, seja ela de tristeza ou de alegria.
Pensando assim, ela foi andando, levada pela alegria das crianças, queria ficar bem perto delas, para desfrutar daquela felicidade.
Mal podia ela imaginar, que bem perto dali, estava o seu José, procurando por ela.
Ele havia chegado naquela cidade, há alguns dias. Andou perguntando por ela a todas as pessoas que encontrava, tinha esperança de que alguém lhe daria notícias de sua amada.
Assim que ali chegou, sentiu uma grande esperança de ser essa a cidade onde Maria estava morando.
Sempre sentia, quando ia àquela praça, uma forte presença de sua querida Maria.
Sentia seu coração bater mais forte, sua alma parecia se aquietar e lhe dizer que seu caminho estava certo, dessa vez.
Com toda calma do mundo, Maria foi se aproximando do parque, queria aproveitar cada minuto daquela alegria que estava sentindo, e sem perceber chegou perto de um banco.
Sentou-se, era o primeiro que encontrara. Sentou, sem tirar os olhos da criançada, que fazia um enorme barulho, fazendo suas travessuras, nos brinquedos ali existentes, ficou encantada com tudo que via à sua frente e sorria com a alegria das crianças.
Admirada ficou olhando e apreciando aquele lugar tão lindo, que sempre ali estivera, mas que nunca havia notado, pois estava cega de tanta dor.
Pensou e falou consigo mesma:
- Onde eu estava esse tempo todo que nunca vi esse jardim tão lindo? Nunca ouvi o cantar desses belos pássaros? Nunca ouvi e nem senti tamanha alegria dessas crianças tão felizes? Como pude não ver tamanha beleza que sempre esteve ao meu redor?
Exatamente, tudo sempre esteve ali presente, só que sua tristeza a cegava. Sua dor lhe fechava os ouvidos. Sua mágoa deixava seu coração oculto, pois nada sentia, nada via, nada ouvia; ele estava morto para as alegrias da vida.
Com seus pensamento voando, ela nem notara que ao seu lado estava sentado um homem, o seu querido José.
Nenhum dos dois reconheceu um ao outro.
Eles estavam tão distraídos com seus problemas de procurar um ao outro, que não se deram conta de poder estar um ao lado do outro...
Somente o coração e a alma deles, perceberam a aproximação um do outro.
O coração de ambos disparou quando ela se aproximou do banco do jardim.
Com grande emoção, José ficou olhando para a Maria, porém não a reconheceu de imediato, pois ela era quase uma menina quando se separaram.
Aos poucos foi notando uma grande semelhança com sua Maria de outrora.
Sua garganta secou, sua voz sumiu, seu coração parecia querer sair pela boca e seus olhos viam sua amada, enquanto sua mente não queria acreditar.
Por fim, depois de uma grande luta consigo mesmo, ele conseguiu falar.
- Maria!... Será mesmo verdade, que é você, meu amor? Me diz, por favor, que não estou sonhando, que não é imaginação, que é você mesma, a minha Maria. A Maria que me deixou a tanto tempo, que procuro em todos os cantos desse nosso mundo sem cansar. Deixe eu lhe olhar bem. Apesar de ter se passado tantos anos, eu ainda sinto o seu perfume, sua aproximação me causa a mesma emoção. Sua imagem ficou aqui guardada, bem no fundo da minha alma, jamais iria esquecê-la.
Maria, por estar envolvida emocionalmente, com tudo o que lhe vinha acontecendo em tão curto espaço de tempo, levou um grande susto.
- José!?... Não é possível, não posso acreditar que é você mesmo! José, quero lhe olhar para ver se não estou ficando louca de tanta saudade que sinto de você. Deixa-me tocá-lo, tenho que ter certeza que não é mais um sonho. Oh! Quanto esperei por esse dia!
"- Oh, meu Senhor! Então, não foi sonho o que tive, não foi fantasia, foi sim, realidade!!!..."



Lindamar C. C. Mello.
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