BRASIL 1808 A 1830 QUESTÕES DE VESTIBULARES 2005 . COMPILADOS PELO PROF. EDSON PEREIRA BUENO LEAL
1 FUVEST 2005 PERÍODO JOANINO A invasão da Península Ibérica pelas forças de Napoleão Bonaparte levou a Coroa portuguesa, apoiada pela Inglaterra, a deixar Lisboa e instalar-se no Rio de Janeiro. Tal decisão teve desdobramentos notáveis para o Brasil. Entre eles,
a) a chegada ao Brasil do futuro líder da independência, a extinção do tráfico negreiro e a criação das primeiras escolas primárias.
b) o surgimento das primeiras indústrias, muitas transformações arquitetônicas no Rio de Janeiro e a primeira constituição do Brasil.
c) o fim dos privilégios mercantilistas portugueses, o nascimento das universidades e algumas mudanças nas relações entre senhores e escravos.
d) a abertura dos portos brasileiros a outras nações, a assinatura de acordos comerciais favoráveis aos ingleses e a instalação da Imprensa Régia.
e) a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, a abertura de estradas de ferro ligando o litoral fluminense ao porto do Rio e a introdução do plantio do café.
MACKENZIE 2005 ABERTURA DOS PORTOS
2. ... Que sejam admissíveis nas alfândegas do Brasil todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias transportados em navios estrangeiros, vindos das Potências que se conservam em paz e Harmonia com a minha Real Coroa.. Príncipe D. João
Dentre as principais conseqüências dessa medida promovida por D. João destaca-se:
a) o aumento das importações de produtos fabricados por todas as nações, pois o decreto permitiu sua entrada na colônia a taxas mínimas.
b) o fim definitivo do monopólio comercial português, elemento básico do pacto colonial.
c) a diminuição da preponderância inglesa nas relações econômicas com o Brasil.
d) o enfraquecimento da Coroa devido à diminuição das tarifas alfandegárias, que passaram, a partir desse decreto, a ser de apenas 15% em impostos.
e) o investimento em transportes, em comunicações e no setor financeiro, favorecendo o surgimento de um incipiente processo de industrialização.
Questão 56
IBMEC 2005 INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
3. Em 1822, o então príncipe regente Dom Pedro I, de passagem pela cidade de São Paulo, declarou a independência do Brasil em relação a Portugal. Sobre a visita de D. Pedro I à província de São Paulo, podemos dizer que:
a) D. Pedro I tinha como objetivo enfrentar José Bonifácio de Andrada e Silva em sua terra natal. O poder da família Andrada era um empecilho para a consolidação do poder do príncipe regente após a partida do rei D. João VI para Portugal.
b) D. Pedro I veio à cidade de São Paulo para se encontrar com Maria Domitila de Castro, a marquesa de Santos Sua curta estada em São Paulo se deu quando chegaram as notícias de que Portugal exigia sua volta, precipitando a independência do Brasil.
c) o príncipe regente veio à São Paulo em missão política para pacificar a província e consolidar seu poder após a partida do rei D. João VI para Portugal. Seu objetivo era evitar qualquer possível rebelião e deixar São Paulo nas mãos do partido andradista.
d) D. Pedro I estava a caminho de Santos, a principal cidade da província no período, para encontro com José Bonifácio de Andrada e Silva para convencê-lo a ficar ao lado da monarquia.
e) a província de São Paulo havia declarado sua independência do império após a partida de D. João VI para Portugal em 1821, aclamando Amador Bueno da Veiga como rei. D. Pedro I viajou a São Paulo com o intuito de esmagar a rebelião, contando com o apoio da família Andrada.
MACKENZIE 2005 BRASIL 1 REINADO INDEPENDÊNCIA
4. A história do Primeiro Reinado não é mais que o longo desfilar de choques entre o poder absoluto do imperador e os nativistas. O domínio destes, que vinha se prolongando desde a partida de D. João, com o ministério dos Andradas no poder, deu logo lugar ao de seus adversários. E foi a inabilidade de José Bonifácio e seus irmãos — ou sua desmedida ambição — que preparou o terreno para a reação portuguesa.
Caio Prado Junior
A proclamação da Independência do Brasil não implicou em mudança da estrutura social transmitida pelo passado colonial, porque:
a) embora a aristocracia rural tenha participado das lutas pela emancipação, não desejava que se extinguissem a escravidão, o latifúndio, a monocultura e a produção voltada para a exportação.
b) o partido brasileiro, tão logo se viu no poder, tratou de buscar uma conciliação de seus interesses políticos com os dos comerciantes portugueses, passando a apoiar totalmente a monarquia absolutista.
c) o grupo político liderado por José Bonifácio de Andrada não conseguiu concluir seus planos de criar no Brasil uma República, com o estabelecimento do sufrágio universal, que respeitasse as liberdades e os direitos do cidadão.
d) os grandes proprietários de terras ficaram impedidos, pelas ordens de Dom Pedro I, de elaborar leis, na Assembléia Constituinte, que permitissem a distribuição de terras para os imigrantes que começavam a chegar ao Brasil.
e) a ampla participação popular no processo de independência afastou as elites nacionais do comando do processo político, permitindo que setores sociais ligados ao projeto de retorno do monopólio colonial apoiassem o governo de Dom Pedro I.
FGV ADMINISTRAÇÃO 2005 BRASIL – INDEPENDÊNCIA
5. Com relação à África portuguesa, a emancipação política do Brasil em 1822:
a) Provocou fortes reações nas elites angolanas, a ponto de alguns setores manifestarem interesse em fazer parte do império brasileiro.
b) Acarretou a suspensão definitiva do tráfico negreiro como uma forma de retaliação do governo português contra a sua ex-colônia.
c) Levou ao aparecimento de movimentos pela independência em Angola e Moçambique, que só se tornariam vitoriosos ao final do século XIX.
d) Levou a Coroa portuguesa a implementar regimes de segregação racial em suas possessões africanas, inspirados na experiência inglesa na África do Sul.
e) Provocou o desinteresse português na manutenção dos seus domínios no ultramar e o abandono dessas possessões a outras potências européias.
CONSTITUIÇÃO 1824 ENEM 2004
6. Constituição de 1824:
“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador. (...) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.”
Frei Caneca:
“O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador
pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador.”
(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)
Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era
a) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram escolhidos pelo Imperador.
b) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da sociedade nas duas esferas do poder legislativo.
c) arbritário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade.
d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os deputados representantes da Nação.
e) capaz de responder às exigências políticas da nação , pois supria as deficiências da representação política.
FGV ECONOMIA 2005 BRASIL PRIMEIRO REINADO ECONOMIA
7. Durante o Primeiro Reinado, o governo brasileiro pediu aos ingleses alguns empréstimos, que representavam grandes somas – como 1 332 300 libras em 1824 ou 2 352 900 libras no ano seguinte – com uma taxa de juros muito alta. Essa situação foi gerada principalmente
a) por uma crise no mercado internacional de açúcar e de café, que fez com que as principais mercadorias
para exportação do país fossem cotadas a menos da metade do valor da última década do século XVIII.
b) pelos gastos com os conflitos bélicos, contra o Paraguai e as Províncias Unidas do Prata, pelo controle do estuário do Prata, área de importância estratégica disputada com a Espanha desde o período colonial.
c) por causa da diminuição das exportações, devido à retração dos mercados internacionais, e dos tratados econômicos que beneficiavam a entrada de produtos europeus em grande volume.
d) pelo custo da montagem de uma força militar a mando de D. Pedro I, com o objetivo de defender o seu trono em Portugal, que fora usurpado pelo seu irmão Dom Miguel e por seu pai, D. João VI.
e) pela ajuda dos ingleses para a reconstrução da economia brasileira depois do longo processo de emancipação política, por meio de investimentos diretos na modernização de vários setores produtivos no país.
FUVEST 2005 2 FASE ESCRAVIDÃO NO PRIMEIRO REINADO
8. “Este comércio de carne humana é, pois, um cancro que corrói as entranhas do Brasil ... Acabe-se de uma vez o infame tráfico de escravatura africana... Torno a dizer, porém, que eu não desejo ver abolida de repente a escravidão; tal acontecimento traria consigo grandes males. Para emancipar escravos, sem prejuízo da sociedade, cumpre fazê-los primeiramente dignos da liberdade: cumpre que sejamos forçados pela razão e pela lei a convertê-los gradualmente de vis escravos em homens livres e ativos”.
José Bonifácio, 1823.
a) Qual a posição do autor com relação à escravidão no Brasil?
b) Essas idéias estão relacionadas ao contexto sócio-econômico brasileiro? Por quê?