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Teses_Monologos-->NOVA IORQUE: marco zero e centro do mundo -- 27/12/2001 - 16:01 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma viagem pré-natalina a Nova Iorque. A cidade e o país vivem uma espécie de mania: os álbuns de fotografias.

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por Peter Kümmel (DIE ZEIT online, 52/2001)
trad.: zé pedro antunes
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Ao embarcar no vagão do metrô, o mais das vezes sou eu o único a olhar em derredor em busca de olhares. É grande demais a minha curiosidade. E, só depois de alguns minutos, passo a ter domínio do código em vigência nos subterrâneos. Ninguém dirige o olhar a ninguém. Todos os sentidos em alerta, os viajantes promovem a justaposição característica dos novaiorquinos. Nos vagões, organizam os olhares de tal maneira, que duas pessoas nunca se olham ou voltam os olhos para o mesmo pedacinho de chão. Impera a força anatemizadora de centenas de olhares inclinados: no momento do embarque, as armas são depostas. A viagem comum requer ausência de percepção de si mesmo. Cada leva de usuários do metrô é uma amostragem das raças humanas.

Pertencer ao grupo impõe: não construir dele uma imagem, bem como não tomar ciência de nenhum semblante. Para usar um clichê de Hollywood, o que os viajantes sabem um do outro deve permanecer entre quatro paredes. Tendo deixado o vagão, pronto, já vos releguei ao esquecimento. Querer inspecionar e avaliar os demais, eis uma arrogância que as pessoas não se permitem. Na cidade, nenhum interesse pré-histórias. Pouco importa saber de onde a pessoa provém. Importa, isto sim, o rumo a ser tomado por ela.

A regra deixou de ter vigência. Na cidade aconteceu o morticínio mais meticulosamente investigado de toda a história humana, seguindo-se, agora, a tentativa mais intensiva jamais empreendida no sentido de fixar a memória das vítimas, atribuir-lhes uma fisionomia, uma história, uma determinação. A massa casual das vítimas de 11 de setembro é sublimada, resgatada, personalizada e individualizada por todos os meios. Ela é a amostra dos “heroes”, a sacralização do geral.

Três meses depois dos ataques, a cidade continua sedenta de pré-histórias: Nas proximidades da Cantor Fitzgerald, aquele homem que pedira a conta na segunda-feira, 10 de setembro, e que, no dia 11, dera uma passada pelo WTC a fim de esvaziar a escrivaninha. Ou a história de Harry Ramos e sua viúva: Harry Ramos, “head trader” do May Davis Group, no 87o. andar da Torre Norte, foi, de seu escritório, o único a não sobreviver. Permanecera no 36o. andar para cuidar de um homem chamado Victor, vítima de um colapso, incapaz de caminhar adiante. Por tamanho desprendimento, não merecera jamais o perdão da viúva, até ser ela própria vítima de um incêndio. Em vez de sair correndo do edifício, tomou a direção das chamas – e, a um homem chamado Victor, fez por salvar-lhe a vida.


Nos dias que se seguiram aos atentados, o New York Times deu início a uma série, ainda em andamento, com o título de “Portraits of Grief”. Numa página ou, às vezes, mesmo em página dupla, a séria apresenta fotografias e informativos sucintos sobre as vítimas do WTC, somando 12 delas por dia pelo menos. Meses depois de seu passamento, dão-se a ver todos os que lá pereceram. O leitor toma contato com as vidas das quais foram arrancados, os bens terrenos que possuíam e os motivos de que dispunham para sentirem-se orgulhosos. Ao conhecimento nos chegam suas agendas, como se todos eles, não se sabe quando, ainda devessem prosseguir. Subúrbios inteiros e instalações domésticas passam a povoar a intimidade do olhar do leitor (a série - é o que se ouve dizer - arrebata um número extraordinário de leitores). Um sociograma dos desaparecidos, um projeto de ressurreição a cada 30 linhas eivadas de sobriedade, um catálogo de mortos, no qual - diz a mensagem subjacente - também nós poderíamos ter sido contemplados. E não deixa de ser também a maior de todas as tentativas jamais empreendidas de conferir transparência a esta cidade. Nova Iorque vive uma espécie de idolatria das imagens fotográficas, tal como ela costuma irromper entre sobreviventes. “Enquanto uma casa vai sendo devorada pelas chamas, a primeira coisa que muitos tratam de salvar são álbuns de fotografias”, conforme se lia no Life Magazine um belo dia, e é exatamente o que vem acontecendo há meses: A cidade elabora e redime os álbuns de família.

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Holy, Howling Ground
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Às duas da madrugada, Ground Zero tem a mesma claridade de um set de filmagem; uma fonte d’água gigantesca, que mantém baixa a poeira, erige-se em abóbada, visível a centenas de metros de distância, por sobre os escombros. O trabalho prossegue sem pausa, 6.000 pessoas em ação. Nos edifícios evacuados ao redor, a luz permanece acesa em cada um dos andares, para destituir o local de sua aparência de cratera. Howling Space, o espaço que uiva, é assim que o escritor Don DeLillo faz referência ao vazio que paira sobre Ground Zero.

Holy Ground, é assim que os políticos chamam o buraco (e, a cada família com vítimas, o prefeito Giuliani prometeu uma urna com a terra santa do Ground Zero; isso, depois de impostores terem invadido o comércio com urnas cheias de falsa terra sagrada). Na esquina Vescey com West Street, um pinheiro canadense de dez metros de altura se acha postado ao lado de um simulacro prateado das Torres Gêmeas. Dos galhos do pinheiro, pendem anjinhos de papel, a exibir os nomes dos falecidos.

Basculantes transportam os escombros até Staten Island, uma região sob severa vigilância. Deve haver, no local, abutres em quantidade. Nas noites de dezembro, enquanto o entulho amontoado sobre o solo vai sendo transportado e os encarregados escavam o subsolo, onde móveis de escritório e carcaças de automóveis alimentam um fogo abrupto, cadáveres ainda intactos continuam a ser resgatados, às vezes sete ou oito numa só noite. O cadáver é depositado sobre maca e recoberto com a bandeira americana; operários fazem a saudação de praxe, o capelão acompanha os defuntos até o necrotério improvisado, e os trabalhos têm prosseguimento.

No necrotério, os dentistas forenses já se encontram a postos; os que compõem o post-mortem-team fazem radiografias das arcadas dentárias dos defuntos, os do ante-mortem-team cuidam das radiografias disponíveis de arcadas dentárias de desaparecidos, e os do comparison-team fazem a comparaçãod e ambos os resultados.

Sobre o Ground Zero, noite adentro, o ruído ensurdecedor de pás e basculantes. E, enquanto tateiam em direção ao terceiro andar no subsolo, emitem sinais em direção ao Columbus Circle (fica duas milhas a nordeste; e, no dia 11 de setembro, por volta das 8:47, deve ter sido sobrevoado), que são ruído semelhantes em direção à noite, igualmente 24/7, nonstop, 24 horas, sete dias por semana. É ali que Donald Trump erige as novas Torres Gêmeas de Manhattan, o AOL Time Warner Center. “5-star-living at the center of the world, at the centre of everything”, como prometem os cartazes colados aos tapumes do canteiro de obras – uma vida cinco estrelas no centro do universo. Prenhe de um tal destino, a cidade pretende haver-se com seu delírio presunçoso: marco zero e centro do mundo.

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Heróis
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Os firefighters estão sentados em carros fantasticamente cromados, sirenes que soam como se um obstáculo apenas carecesse de ecos a rodeá-lo o tempo suficiente para que em poeira se desfaçam. Mesmo sob frio tão severo, pendem-se-lhes os braços das janelas dos carros em movimento. Carregam pesados equipamentos de segurança, que os obrigam a movimentos calculados, fazendo-os um tanto semelhantes aos jogadores de hockey, cuja incrível mobilidade só se vê despertada quando a seriedade do caso o demanda – e assim tem de ser, no interior do fogo, com os firefighters. 343 morreram no dia 11 de setembro, porque voluntariamente se dirigiram àquele lugar de onde qualquer homem sensato fugiria.

A maior parte dos bombeiros de Nova Iorque é composta por irlandeses (um irlandês que não se torna um “firefighter”, não lhe restam senão as carreiras eclesiástica ou policial). Todos os postos de bombeiros da cidade são hoje mausoléus, com seus heróis constantemente venerados com flores frescas e velas acesas, pois cada um deles amargou a baixa de alguns de seus homens.
Na América, não existe no momento ideal mais atrativo (ao menos para homens brancos) do que o bombeiro irlandês a desafiar a morte. Muitos deles foram moídos ou estraçalhados pelo amontoado de ruínas do WTC. Daí, as encenações de funerais com caixões vazios. No Alice Tully Hall do Lincoln Center, vi uma cerimônia em memória de um deles, “a celebrate of the life of Captain Frank J. Callahan”.

Algo em torno de 400 camaradas reunidos na sala, todos de uniforme (no emblema colado ao uniforme vêem-se as Twin Towers e o Empire State Building), sendo muito bem vindos os estranhos que porventura desejem compartilhar do luto. Ao soar a ordem para a saudação derradeira, 400 braços friccionam o uniforme de seda, a produzir um ruído que lembra o de uma chama. Amigos, camaradas, o cunhado, a filha conversam sobre Frank, ou mesmo lhe dirigem a palavra. Chora-se, mas, surpreendentemente, também se ri bastante. Um pianista executa a “Sonata ao Luar”. Ouve-se um coro a entoar um Gospel. A viúva deve ocupar o proscênio e receber o capacete do morto.

”He didn t talk much” – é o que dizem todos quantos, nesta tarde, honram a memória do capitão. E, nas fotos expostas no lobby, ele se dá a ver como um homem lacônico, que comprime toda a sua vontade de expressão nas rugazinhas que margeiam os cantos dos olhos. Dos discursos em homenagem a Frank Callahan, pode-se depreender claramente a mistura de camaradagem e controle social que mantém coeso o corpo de bombeiros. A maior parte dos fighters ostenta alguma tatuagem, cujo objetivo é, em caso de morte, facilitar-lhes a identificação. São irmãos do fogo, homens de equipe com tarefas severamente determinadas. Seu código de honra é sobre-humano. “Don t talk”. Homens, caladamente mergulhados no perigo; um machismo extraordinário, de tipo irlandês, domina a cidade. Aposta-se que mesmo o Presidente Bush por ele terá sido influenciado. "It s bad. I ve got to go", assim encerrou Callahan o último telefonema de sua vida, a derradeira troca de palavras com a esposa.

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Christmas-Blues
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O Natal vem chegando e a cidade não vai bem: 140.000 empregos deixaram de existir desde 11 de setembro. Assim, os novaiorquinos permanecem em casa, o mesmo acontecendo com os turistas. Times Square parece um cenário: cada vez menos veículos trafegam por onde antes, ao anoitecer, o fluxo lembrava o espumar de muitas cascatas. Floresce o comércio informal; os hotéis e os teatros da Broadway temem pela chegada do mês de janeiro, que certamente será um desastre; os especialistas em mercado de trabalho calculam o número de empregados em vias de receberem a conta: “Quando deixam de ser convidados para encontros importantes, seu novo rumo já está traçado. Muitos cuidam de chamar ainda a atenção sobre si mesmos, mostrando-se, apesar de tudo, ávidos de sucesso”.

Já vai longe o tempo em que a culminância da ameaça externa conclamava os novaiorquinos à paz que se sobrepõe ao choque. O número de mortos dá saltos improváveis, sobretudo na região norte do Brooklyn. Ali estiveram muitos policiais de prontidão, com o objetivo de proteger as pontes da margem leste; as circunvizinhanças permanecem abandonadas a seus próprios destinos.

Os novaiorquinos passaram a fumar e a beber mais, supondo-se que com mais freqüência se deixem atrair pelo sexo irrefletido. Ou já não dormem, não comem, ou deixaram de amar. Nos dias úteis, às 11 horas, a emissora local de televisão (NY 1) apresenta um programa dedicado às pessoas traumatizadas pelo 11 de setembro: mulheres que não conseguem mais sair de casa; homens que não ousam atravessar pontes ou tomar elevadores; pessoas que enlouquecem ao ruído dos helicópteros.

Um homem, residente a uma distância de onde se avista o Ground Zero, chama e diz ter tornado a receber unidades especiais em seu apartamento, com a finalidade de examinar a poeira. O ar que respira o deixa maluco, empesteado que está, ainda e sempre, por partículas de pele humana (human skin). Já teria emagrecido uns 25 quilos.

Ou Catherine, que testemunhou a implosão. Desde então, padece de sérias depressões, tendo perdido o emprego. “Qual a razão para eu continuar viva e os outros não? Eu não mereço ajuda, já que eu mesma deixei de prestá-la".

Um casal de certa idade telefona para dizer que cogita em deixar a cidade. Para eles, uma coisa era certa: Nova Iorque será sempre um alvo. “Mas, sabe de uma coisa?, pergunta o amável psicólogo. “Aí eles se mudam de Nova Iorque para o campo, instalando-se numa região maravilhosa, para descobrir que, a apenas cinco milhas de distância, uma usina atômica se acha instalada ..."

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No fronte americano
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Da Guerra do Vietnã, dizem ter sido a primeira “living room war” [guerra de sala-de-estar], a primeira a ser acompanhada da sala de casa, pela televisão. A nova “guerra contra o terror” já passa a exigir mais da população, devendo ser ativamente levada a cabo: “Shop to show support” [compre para demonstrar apoio]. Ao comprar, o freguês está prestando auxílio aos rapazes no front. Comércio natalino como impulso patriótico. Durante o boom dos anos 90, assim o New York Times, ecoava a fórmula “Shop till you drop” (Compre, até cair), agora transformada em “Shop till Osama drops” (Compre até Osama cair). Os slogans da grande cidade: “Somos todos novaiorquinos”, “We love this city”, “Eu não me deixo dominar pelo terror”, “You can t pull us apart”, “The New York Miracle. Be a part of it”.

A General Motors libera seus fregueses do juramento feito à bandeira: “Esta poderia vir a ser a pior crise jamais vivida pela nação: “So let s stand together. And keep America rolling”.

Não é raro, nos dias que correm, os comentários políticos mais convincentes partirem de cartunistas. Uma charge no New Yorker mostra um individuo bebendo num bar. Ele diz: “Pelo meu cálculo, se eu não pedir um terceiro Martini, os terroristas acabam vitoriosos”.

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Broken Windows [Janelas quebradas]

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Rudy Giuliani, o prefeito que se despede de seu mandato, nunca assumiu as dores dos pobres de sua cidade. Mas a classe média branca está com ele. Para ela, Rudy apresentou-se como guerreiro da “broken window theory” [teoria da janela quebrada], que outra coisa não significa senão “cortar pela raíz”. Se um vidro da janela de uma casa é atingido, não esperar até que o segundo se parta. Urge consertar a janela e perseguir os suspeitos. O presidente Bush não apenas aprendeu com os firefighters, mas também com São Rudy Giuliani.

A “teoria da janela quebrada” determina agora a sua política externa. Todos os países estrangeiros, vistos de Nova Iorque, são vizinhos pequenos, a serem impedidos de atirar pedras. Quem liga a televisão, vê as sempre mesmas imagens que se sucedem a cada hora inteira: recortes de montanhas afegãs, fumegantes sob o bombardeio americano: “neighborhood watch” [vizinhos sob vigilância] com a CNN.

Os americanos tomam conhecimento do mundo por meio de guerras. E, quando o Afeganistão for um assunto no passado – eis o que me diz um garçon de rabo-de-cavalo num jantar em Midtown -, será a vez do Iraque, “to kill more fuckin muslims” [para matar mais muçulmanos de merda].

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Novaiorquistão
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No dia 10 de dezembro, a imagem-título do New Yorker era um mapa dos cinco "boroughs" novaiorquinos. Só que Manhattan, Queens, Brooklyn, os Bronx e Staten Island haviam desaparecido com todas as suas ruas, linhas ferroviárias e pontes. Em lugar deles, um amontoado de nomes cripto-exóticos de clãs e países.

Onde antes o oeste do Brooklyn, agora o “Fuhgeddabouditstan” (Esqueçadistão). O Upper Westside de Manhattan, com as novas torres de Donald Trump, chama-se agora “Trumpistan”. Já o centro da cidade, lado oeste, na altura do WTC, no futuro estará dividido em “Lowrentistan” e “Psychobabylon”. Das ruínas do Brooklyns Crown Heights, com sua explosiva mistura populacional de negros e judeus ortodoxos, surgiu o “Lubavistan”. Foi como se a cidade tivesse posto fora sua máscara de cimento e asfalto, para exibir sua verdadeira face vincada: Nova Iorque como paisagem primordial, como tumulto das raças, como o mundo das centenas de desertos e estepes. A imagem-título havia-se transformado em colóquio, para discutir a cidade. Os novaiorquinos sentem-se lisonjeados, expostos de tal forma à natureza selvagem, e capazes de fazerem frente a seus desafios. Mas, com mil capetas endiabrados, foi justamente por aqui que Osama achou de começar a guerra contra o ocidente?

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Duas vezes fênix
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”They can kill us, but they can t kill our spirit” [eles podem nos matar, mas não podem matar nosso espírito], é o que se vê escrito sobre uma pintura em homenagem aos bombeiros de Nova Iorque que morreram. Sob a inscrição, em prantos, a águia americana. Sobre o ombro emplumado, a bandeira; a asa erguida sustenta uma vela acesa. Alguns dias depois, ao anoitecer, na viagem de volta a caminho do aeroporto, pela janela do ônibus fechada eu vejo um pássaro branco gigantesco pousado sobre um outdoor azul. É o Concorde, cujo vôo parece ter a direção do ônibus. A legenda diz: “She is back” [Ele está de volta]. Na verdade, o que está de volta não é uma máquina inteiramente determinada, mas “the brand”, a marca, é ela que está salva, ela que não pode ser destruída. Nenhuma outra imagem estaria mais próxima do conceito novaiorquino de ressurreição.

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