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Artigos-->Uma crônica de amor a vida -- 04/02/2005 - 00:31 (Fatima Dannemann) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma crônica de amor a vida



Fatima Dannemann



Três pessoas, três destinos, três histórias que se cruzam no corredor de um hospital na véspera de natal tendo em comum apenas um anjo de vidro, um desses enfeites natalinos. Rose, quarentona, separada, cuidando da mãe com Mal de Alzheimer. Mike, um policial que as vésperas do casamento entra em crise com a noiva Nina por conta de um ciúme doentio. Um outro rapaz que procura um valentão para que lhe quebre a mão e assim poder passar o natal num pronto socorro. Assim é Anjo de Vidro (Noel), filme dirigido pelo ator Chazz Palminteri, com Susan Sarandon, Penélope Cruz, Alan Arkin e Robin Williams fazendo uma participação especial, em cartaz nos cinemas esta semana.

O filme, a principio, desconserta... Ter problemas e sentir-se infeliz justo na época em que tudo é lindo e maravilhoso? Ganhar um prêmio num estranho concurso “porque odeio o natal”? Ficar a beira de um rio congelado e só não se matar porque um estranho misterioso lhe diz que é possível sobreviver àquela noite? Pois é. Um filme que trata de problemas e ao mesmo tempo é um hino a vida. Sem dramalhões, sem descambar para aquela coisa piegas dos filmes ditos dramáticos. Melhor: com um elenco de primeira, diálogos bem escritos e uma trilha sonora linda nos poupando de ouvir aquelas musiquinhas natalinas de outros filmes de fim de ano.

Um personagem misterioso une os três personagens de alguma forma. Um anjo de natal. O anjo que Rose presenteia o vizinho de quarto de sua mãe que nunca recebe visitas mas nesse dia... Pasme!... Tem mais alguém ali. Alguém que ela nunca viu antes e com quem troca umas poucas palavras. Um anjo de vidro que Artie leva para Mike com quem tem uma briga feia, passa mal e ai... Tudo leva ao pronto socorro e o rapaz que quer repetir o melhor natal de sua vida, pergunta a enfermeira: “não vai haver festa aqui essa noite?” E ouve ela dizer:”pode apostar que não. Isso aqui é uma emergência”.

Dramas humanos. Coisas da vida absolutamente comuns. Nem é preciso ir ao cinema, na verdade, para ver que alguém não terá festa de natal por estar sozinho, por não ter onde morar, nem para onde ir, por viver nas ruas, por ter que esquecer-se de si mesmo e cuidar de outra pessoa quando – pasme de novo – tudo o que esta pessoa queria é não dar trabalho. Dramas humanos, coisas da vida, passado em Nova York, claro, pois numa grande cidade a vida se reflete de todas as formas e o diretor do filme foi feliz em mostrar isso. A perua que encontra a ex-colega de escola e faz questão de dizer que está casada com o bonitão da escola e tem dois filhos lindos (talvez por este bonitão justamente o ex-marido da amiga).

Não, nada de lojas apinhadas de gente comprando brinquedos, nem mulheres impecavelmente vestidas recebendo os convidados para a ceia natalina. Nada de cerimônias religiosas, menininhos que aprontam horrores ao serem esquecidos pela família durante os feriados do natal. Mas, há um personagem misterioso, sim. Nenhum quebra-nozes convidando menininhas para uma viagem de sonho, mas uma voz que fala mais alto e toca a alma dos três protagonistas das três histórias do filme. Um anjo? Para Rose e sua mãe doente, é Charles Boyd, um ex-padre que lhe fala sobre ser felicidade, a visita misteriosa que o vizinho do apartamento de sua mãe recebe. Para Mike e Nina, é Artie, um velho garçon que se diz apaixonado pelo policial e que este seria a reencarnação de sua esposa falecida. Para o rapaz, pobre e desesperado que tenta ter um natal feliz na emergência do hospital, uma médica psiquiatra que lhe aconselha a dar um telefonema para a mãe. E no fim, tudo acaba bem. Sem melodramas ou pirotecnias. Simples, porque simples é a vida. Pode ser que Susan Sarandon até seja indicada ao Oscar de melhor atriz. Pode ser que a bela musica do final do filme (como sempre os exibidores acendem a luz e expulsam todos do cinema. Um horror) seja até indicada a algum premio. Pode ser que não. É apenas um filme humano onde o mais importante são os diálogos e as entrelinhas. O mais importante não são os prêmios ou requisitos técnicos. O que fica é o toque na alma. Lembrando valores que vão alem do consumismo e da alegria falsificada das festas de fim de ano. Lembrando que o importante é estar bem de alguma forma. Convivendo com os problemas, até, mas dando a volta por cima e não deixando que os defeitos e exageros tomem conta do que poderia ser mais simples e muito mais bonito. Vale a pena ver.

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