Quanto nos deve um Corrupto?
Quem são os servidores públicos? A palavra “servidor” designa alguém que é pontual e cumpre os serviços e obrigações com exatidão. É o criado, o funcionário, o empregado. A palavra “público” nomeia algo que não nos pertence em particular, mas que é “de uso comum do povo”.
Servidores públicos são todas as pessoas que trabalham e são pagas pelo Estado. podem trabalhar numa repartição pública – hospital, empresa de ônibus, escola – ou exercerem cargos de naturezas diversas, como médico, militar, juiz, governador, deputado, senador ou presidente da República.
Todos nós brasileiros, inclusive os servidores públicos, pagamos impostos, taxas e contribuições que são investidos em benfeitorias para a nossa cidade, bairro e rua. O dinheiro público é administrado pelos servidores, que não podem gastá-lo a seu bel prazer. O dinheiro público não lhes pertence, o que lhes pertence são seus salários recebidos mensalmente.
Para ter um servidor público trabalhando em seu benefício, a sociedade paga o salário equivalente à capacidade e responsabilidade dele. Como a sociedade é a patroa, ela paga e exige que o trabalho seja executado com retidão, lisura, transparência e dedicação. O indivíduo é cobrado tal qual acontece na sociedade privada. Quando o servidor público se desvirtua em suas ações e se corrompe, a sociedade tem que demiti-lo “a bem do serviço público”. Nenhum empregador mantém em sua empresa alguém que não mereça confiança.
O bom servidor público vale o que lhe é pago mensalmente . Mas quanto vale o mau servidor, o corrupto? Aquele que não apenas surrupia o dinheiro público, mas também não se dedica aos afazeres, age sem ética e cordialidade com o público e abusa da sua autoridade?
Quando um servidor de cargo mediano comete deslizes com o dinheiro público, a decepção da sociedade é de certo menor. Porém, quando vem à tona as falcatruas dos que ocupam cargos do Poder, seja o Legislativo, o Executivo ou o Judiciário, a decepção é sem tamanho. Principalmente para aqueles eleitores que os elegeram e os colocaram no poder.
É deprimente quando descobrimos a improbidade daquele sujeito cândido, que na campanha eleitoral tinha o sorriso fácil, abraçava e beijava nossos filhos, trazia esperança com suas propostas e pregava trabalhar em nosso benefício. Por acreditarmos nele, empunhamos a sua bandeira, colocamos sua foto na parede ou no carro, compramos bonés, camisetas e outros mimos. Depois de tudo que fizemos para eleger aquele indivíduo de caráter irretocável, vem à tona a notícia de que elegemos um corrupto, uma pessoa totalmente descompromissada com o que pregara durante a campanha eleitoral.
Pois bem, se essa autoridade não vale mais o salário que nós, como sociedade, deveríamos lhe pagar, quanto ela nos deve pelo vazio que ficou em nossos corações? Já que a pagaríamos para que ela exercesse com retidão as suas funções, quanto ela nos deve por frustrar os nossos sonhos?
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