Hoje meus versos não falam de amor
Não falam de adeus nem de saudade
Em minhas mãos há silêncio e há dor
Perdidos no tempo e na eternidade
Preenche-me a alma um espaço intenso
Que sob os meus pés é abismo aberto
Inerte, não sinto, não falo, não penso!
Sinto-me vazio, meu saber é incerto.
Quem me dera ao menos sorrir ou chorar
No céu sem estrelas há um brilho cessante
E eu sou apenas um barco a deriva
No mar destas lágrimas que vêm me inundar
Há risos perdidos, de um tempo distante,
E sonhos me fazem eterna cativa
Cláudia Azevedo
13/03/2002
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