QUANDO PARTISTE
Era ainda tão cedo, quando partiste,
Que não me dei conta do tempo, das horas,
Nem dos minutos que te levaram em fuga,
Porque tudo era calmo.
A luz brilhava intensamente em teu sorriso.
As tuas palavras de primavera espargiam
O teu perfume de ontem que se tornou
A essência, que agora me alenta
Para me ver na distância da pressa dos teus passos.
Era muito cedo, quando partiste,
Que nem me dei conta das tuas mãos acenando,
Deixando-me marcas da tua saudade.
Foi tão de repente,
Que não vi anjos, nem arcanjos,
Nem querubins levarem a tua carruagem,
Porque um cometa riscou os meus olhos,
Que vagueiam pelo firmamento
Em busca de uma estrela mais cintilante.
(A uma amiga, in memoriam)
Brasília – 16 / 03 / 2002
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