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Contos-->A Flor de Cáctus -- 04/02/2002 - 12:15 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Sob os ares de Copacabana seguiam no calçadão o Nortista Mário, D.Elza e o Sr. Arlindo a conversarem sobre o gigante adormecido, sobre Paquetá, o Pão de Açucar, Cristo Redentor, Petrópolis, A quinta da Boa Vista, o vôo de Asa Delta,Itaipã, a Pedra da Gávea, do Arpuador, do Maracanã e outras maravilhas que foram bem apreciadas pelo jovem turista. Quando de súbito, bateram-se com Fernando e D. Cláudia, que vinham do Planalto Central e estavam empolgados fotografando, dividiam com Mário a primeira vez no Rio. O Rio de Janeiro, impar do paraíso na terra. E não os viram, com isso aconteceu o choque. Por conta disso,se desculparam e resolveram se apresentar. Se identificando como pessoas humildes, convidaram -se a aproveitar a brisa de fim de tarde que já farfalhava as banderolas de propaganda das casas de vendas, dos restaurantes, dentre outros pontos de comércio. Aproveitaram a noite estreladíssima que se impulsionou no horizonte e vicejaram as pessoas que por alí passava, os monumentos naturais e aquela saudade de ambas as terras. Falaram de Rodeio, de Fazenda, de Brasília, de Tacacá,Carimbó, Açaí, Círio de Nazaré...Belém do Pará, acabou sendo o tema central, pois os casais não conheciam a terra de Mário.Entretanto como disse Mário, só indo lá pra vêr.
Numa breve pausa do suco e dos refrigerantes. D. Elza lembrou de um velho amigo, Poeta, que mora em Vassouras, e que convidou-os pra passarem o fim de semana em sua casa de Búzios. Por sua conta e risco estendeu o convite aos novos amigos, que festejaram. Após, passearam de carro pela Lagoa Rodrigues de Freitas, foram à Urca e de lá cada qual tomou o rumo de suas residências pra na manhã seguinte se encontrar.
Logo que chegaram em casa, D. Elza e o Sr. Arlindo, orfegados, ainda foram assistir as notícias e acabaram por adormecer no sofá da sala, no oitavo andar do Palace Gardem.
Quando o sol acordou sua luz, as nuvens ainda arrumavam-se no céu imensamente azul e a brisa do mar desponjado, deitava-se sobre as pedras emborcadas ao lado do salgueiro exuberante, que oscilava pendente ao morro verde mata,da Serra da Mantiqueira; pacificador de qualquer olhar mais tenso. Foi quando o Sr. Arlindo acordou e viu Mário a contemplar aquela aura beleza, que pra ele, a muitos anos morando alí já não impactava tanto. E disse: Mário meu filho,feche essa janela! É perigoso se expor assim a natureza.! Aqui não é o Pará. Apesar da beleza, tem também o seu inferno.Dizendo isso, D.Elza acordou espantada e mais que depressa Mário fechou a janela, cobriu com a cortina e se agachou.
Após allgumas horas de banho e café estavam prontos pra nova aventura e rumaram pra ponte Rio - Niterói, ponto de encontro com os seus novos amigos. Porém quando lá chegaram já estavam sendo aguardadados. Fernando e D. Cláudia, deixaram o carro e foram de ônibus pra todos desfrutarem no mesmo carro. Depois de cinco ou seis horas pela via Dutra encontram o amigo, Sr. Del Sechi e sua esposa,foram recebidos com muita alegria e hospitalidade. Almoçaram por lá e depois do almolço seguiram prá Búzios.
Naquele momento de férias escolar, o trânsito estava começando a ficar pesado e já na entrada de Cabo Frio o carnaval fora de época vogava. muitas pessoas na rua, consubstanciado pela noite tímida de estrelas que em par com a chuva de verão se instalava.
Quando enfim, adentraram nas dependências da casa, vencidos pelo cansaço e seus cantos adormeceram.
Lá pelas tantas da madrugada, a lua acesa na janela, sobre o mastro de um barco de carnaval pirata, num céu definidamente estrelado acordou o Sr. Arlindo e D. Elza a lembrar dos seus filhos, Manoel e Aluane, que estavam em París, fazendo Doutorado, ambos em medicina. E que há tempos não mandavam notícias... Uma breve saudade ia deitar-se sobre a tristeza, quando, de súbito, o poeta lá do quintal, serestou a viola e em voz alta convido a todos pra passear na beira da praia. Pra n ão perderem aquela madrugada linda.
E em minutos todos estavam prontos pra passear na praia.
Andando sem compromisso encontraram uns pescadores que faziam fogueira pro avuado. E ao redor do fogo assentaram feitos adolescentes, festejaram, comeram o peixe fresco e dançaram sem par. Em coro ainda arriscaram cantar Andanças, Itapuã... Quando Fernando e D. Cláudia enamorados perambularam descalços entre a areia alva como algodão e as ondas azuis do mar. E ra um beijo, profundo, profano; um romance ideal. Assim descrevia o poeta. Não fora a flor amarela, orvalhada que Fernando ofereceu a sua musa. Linda morena, de cabelos lisos e negros, uma diva no meio de tanta maravilha, que tomou pra si a oferta. E com todo o amor, atraida pelo instinto natural cheirou e em segundos, tombou no chão em gritos de dor e lágrimas.
Os amantes em prantos e deseperos corriam na praia feito crianças perdidas a balbuciar com a boca em agonia: A flor!
Aquela noite transformou-se, perdeu a cor. E sem esperar muito o Sr. Arlindo, mais o Mário aflitos correram a acudir. Colocaram os dois no carro e levaram pro hospital.
Lá chegando o atendimento de emergência ainda demorou. Foi preciso Mário se irritar e bater no balcão pra poder ter o atendimento. D. Cláudia foi anestesiada pelo medico de plantão, que nem estava nas dependencias do hospital, mas conseguiu a tempo, retirar de suas narinas vários espinhos e das mãos de Fernando alguns mais.
O susto passando junto ao novo dia que vinha clareando, já de volta o casal era avistado e o poeta disse: Qual mal poderia-se dizer existir em tão pura beleza; o amor e a natureza. Devemos acordar os sentidos pro perigo do desconhecido, porém jamais deixar de amar!
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