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Artigos-->Vamos deixar o Serginho em paz! -- 05/11/2004 - 00:00 (José Geraldo Barbosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A imprensa em geral (em especial a esportiva) não se cansa de procurar um culpado pela morte do Serginho, no jogo São Paulo x São Caetano.



Na minha opinião, foi pura fatalidade e não há como explicar fatalidades. Abaixo, as justificativas para minha convicção:



1. Enquanto o Serginho, caído no gramado, era atendido pelos médicos e massagistas, uma pessoa, procedente de Marília e que assistia ao jogo, sentiu-se mal e acabou falecendo, também.



2. Um técnico de vôlei, no Recife, sentiu-se mal durante um treinamento e também veio a falecer. E isso, coincidentemente, no mesmo horário em que o atleta do Azulão era atendido no gramado e o senhor de Marília caía nas arquibancadas do Morumbi. Fatalidade tripla.



3. Notei divergência acerca do tempo ideal para atendimento nesses casos, inclusive quanto à utilização de desfibrilador: um cardiologista fixou esse tempo em 3 minutos; outro fixou-o em 5 minutos. O desfibrilador foi aplicado no atleta aos 3 minutos e 4 segundos após a ocorrência do mal súbito, segundo apuraram as redes de televisão.



4. Será que ele seria atendido tão rapidamente em outro local qualquer (num shopping, cinema, supermercado, na rua)? Duvido. Imagine que um cidadão tenha um ataque igual àquele em sua própria casa: a pessoa que o socorrer (sua esposa, seu filho ou filha) demorará, creio, muito mais tempo só para entender o que estaria ocorrendo. Daí, até ligar para um médico amigo (ou para um hospital, pronto-socorro, etc.), conseguir se comunicar com alguém que resolva o problema, isto é, que encaminhe para o local uma ambulância (logicamente equipada com o famoso desfibrilador), quanto tempo haverá decorrido?



5. Ouvi de um outro cardiologista, em declaração a uma emissora de televisão que, mesmo com atendimento tempestivo, o índice de ressuscitação é de apenas 2%. Então, quem garante que a utilização do desfibrilador mais rapidamente salvaria a vida do craque? Mesmo que o equipamento estivesse nas mãos do goleiro Sílvio Luiz, que foi quem chegou primeiro junto ao Serginho e o goleiro soubesse manuseá-lo, dá para dizer, com toda a certeza, que ele, Serginho, sobreviveria?



6. Outra coisa: pela veemência com que inúmeros jornalistas criticaram o fato de a ambulância não se ter encaminhado até onde se encontrava o Serginho, acho que, daqui pra frente, só pode acontecer o seguinte: cada vez que um jogador cair em campo e permanecer caído por 20 ou 30 segundos, a ambulância terá que se encaminhar imediatamente para junto do atleta. Impraticável, vocês não acham? Mas, para evitar tanta caça às bruxas, como está ocorrendo agora, escreveu não leu os motoristas das ambulâncias vão invadir os gramados com seus veículos salvadores. Haverá risco até de atropelamentos.



Por tudo isso, concluí, salvo melhor juízo, que foi tudo uma grande fatalidade.



Por isso, também, o título: “Vamos deixar o Serginho em paz!”



E oremos para que sua alma encontre de fato a paz, junto a Deus, que já deve tê-lo acolhido em seu reino eterno.



Afora isso, o que resta? A certeza de que Serginho morreu como um guerreiro que sempre foi. Morreu defendendo as cores do seu Azulão. Enfim, morreu no exercício de sua profissão, isto é, dignamente.

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