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Humor-->f. Como ser feliz na merda -- 11/05/2002 - 00:22 (Jactâncio Futrica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DR. PELÓPODAS RESPONDE
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Quadro diário de perguntas e respostas naTV
* obs: Dr. Pelópodas é médico, filósofo e consultor da revista Chamego
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Consulente_ Doutor _ luz do meu viver! _ nem sei por onde começar... É tanta coisa que acontece lá em casa, que eu já tô até pensando em jogar tudo pro alto e meter o pé no mundo! Quando parece que as coisas finalmente vão entrar nos trilhos, aí pinta mais uma disgracêra pra fuder com a vida da gente! Dizem que vida de pobre é essa mesmo... se sair da merda, morre!

Doutor_ Que nem lombriga, Sônia!.. infelizmente esta é a pura verdade. Mas vamos lá, a vida continua. O quê que tá pegando? Chora aí...

Cons._ Tô atualmente com os meus 43 anos... tico-tico no fubá, intente?!.. Tenho pai doente em casa e ainda tenho que sustentar dois irmãos desempregados que não movem uma palha pra me ajudar nos afazeres...

Dr._ Cê mexe com quê?

Cons._ Sou professora, formada, tenho curso superior e coisa e tudo... trabalho 12 horas por dia... Sinto até vergonha de confessar, mas ganho menos que muito analfabeto por aí, que num sabe fazer o “O” com o fundo do copo!

Dr._ Fica registrado aqui o nosso protesto às autoridades competentes. Mas... e esses seus dois irmãos? Têm saúde perfeita? Dois olhos, dois braços, duas pernas...

Cons._ Têm mais saúde que eu, se o senhor quer saber.

Dr._ Ah, tá bom! Dois marmanjões saudáveis, com um apetite de leão, tô certo!?

Cons._ É.

Dr._ [Engrossando a voz:] Aí eu já começo a enquizilar!! Por que tu não bota os dois mansinhos pra virar massa na construção civil? Tanta obra por aí!.. Hoje em dia só fica à toa quem quer, minha filha!

Cons._ Pois é! O Greyson, meu irmão mais velho, é um sujeito misterioso! Faz 10 anos que não troca uma única palavra comigo; só abre a boca pra engolir a comida que eu faço! Ele finge que trabalha, mas na verdade fica só fazendo hora na rua, andando a esmo pela cidade, que nem maluco. Às vezes esfrega um pouco de graxa na cara e nos braços pra convencer melhor que tava no batente. Mas não põe um grão de arroz dentro de casa! Ele acha qu’eu não conheço os seus truques. Por exemplo: ele costuma acordar no meio da madrugada, sorrateiro como um gato, e aí faz uma devastação doida na geladeira; parece que passou um furacão pela cozinha! Tudo que tiver de mais caro e gostoso, ele cai matando! Parece um buraco negro, o filho-da-puta... Quando eu não tô em casa (ou quando pensa que não tô), o imprestável fica horas e horas pendurado no telefone sussurrando obcenidades pro Disk-Sexo ou molestando senhoras de família, que ele nem conhece. Uma vez, entrei em casa pelos fundos com a minha manicure e uma colega do colégio; quando passávamos pela sala, com que nos deparamos? _ o débil mental rasgando na punheta!.. sentado ali na mesinha do telefone... pau numa mão, fone na outra, desmanchando-se de olhos fechados: “Geme!.. grita, diz que eu tô te estragando, putinha de uma figa!”

Dr._ Por que tu não baixou o chicote nele, ali mesmo?!

Cons._ Eu deixo pra lá; tenho medo dele. Acho que se jogasse umas verdades na sua cara, ele ia dar um ataque de loucura pra cima de mim... Aquela mansidão toda é só uma casquinha, doutor: é encostar um dedinho, de leve, que explode o vulcão da demência! Ele é muito estranho... Não tem um amigo nesse mundo...

Dr._ E com mulher, cumé que ele se vira?

Cons._ Mulher, ele arranja sim, o danado! Se mete nessas igrejas evangélicas lotadas e, no meio da gritaria e do pandemônio todo, fica encoxando as fiéis. Nunca sai de lá sem mulher. O danado é inteligente!

Dr._ Inteligente era a minha avó, que tomava sopa de letrinhas e cagava em ordem alfabética...

Cons._ Sério; nos tempos de escola, os professores comentavam que o Greyson tinha uma inteligência fora do comum!.. e veja só que belo traste ele me saiu!

Dr._ Mas, cá pra nós; lá no fundo, no fundinho, cê gosta dele, confesse...

Cons._ Me sinto responsável por ele... como uma mãe, tadinho! No fundo eu gosto dele...

Dr._ Pois te garanto que ia gostar muito mais se ele sumisse pra bem longe!.. E o irmão mais novo? Qualé a dele?

Cons._ O Chichico, tadinho, é um bom moço. Até um ano e meio atrás ele trabalhava _ e trabalhava duro!.. dia e noite. Era ajudante num terreiro de umbanda. Tava pra ser promovido a cambone... Até que um dia brigou com a mãe-de-santo, que era sua amante. Ele me disse que a sirigaita, como vingança, botou o Caboco Priguiça no pé dele. Aí, de lá pra cá, nunca mais teve cabeça pra mexer com serviço, tadinho... fica só deitado, vendo televisão o dia todo, tomando refresco de groselha, tadim, e sanduíche de pão com maionese no sofá, até de madrugada.

Dr._ E ele definhou muito?.. de desgosto, depois do feitiço que a bruaca jogou nele?

Cons._ Sabe que não! Ele já tá ficando até mei roliçim... Me pediu inclusive pra pagar academia de ginástica pra ele, tadinho! _ só que a grana tá curta, o senhor sabe...

Dr._ Então quer dizer que o gatinho passa mal só de ouvir falar em serviço, mas pra modelar o corpinho em academia, ele güenta o tranco numa boa...

Cons._ Não é culpa dele, doutor! Toda vez que tenta trabalhar, o Chichico fica com uma dor de cabeça de dar dó!.. começa a não falar mais coisa com coisa; até desmaia! É o raio desse Caboco Priguiça dos inferno! Mas, ao contrário do Greyson, de vez em quando ele aparece cuns peixe fresco pr’eu fazer lá em casa...

Dr._ Era bem de se prever! O rapaz então se amarra numa pescariazinha... de leve, muito zen...

Cons._ Ele adora, tadinho!

Dr._ E ele tem razão! Mais vale um mau dia de pescaria que um bom dia de trabalho!

Cons._ E mesmo na pescaria, o tentado do Caboco Priguiça tem que atrapalhar!!

Dr._ Ele põe dor de cabeça no Chichico, pobrizim?..

Cons._ Não...

Dr._ Ah, tá! Ele espanta os peixes...

Cons._ Não, não. Ele faz o Chichico beber cachaça, coitado! Toda vez que sai pra pescar, ele volta empenado... chumbadão!.. diz que foi o caboco que obrigou...

Dr._ E a senhora quer que eu arranque este caboco marvado das costas do seu Chichico _ é isso?..

Cons._ Não, eu precisava mesmo é de uma doação pra instalar TV a cabo, Internet e uma aparelhagem de ginástica pros meninos, lá em casa...

Dr._ [Com uma voz carinhosa:] Que coração maravilhoso! A senhorita quer saber de uma coisa?

Cons._ Por favor, diga lá!

Dr._ [Didaticamente:] Vai tomá no mei do zói do centro do oi da argola do seu cu! piranha dislambida!! [Virando-se pra câmera:] Bicho safado, sô!.. gosta de limpar o cu com a própria merda... É por isso que essas porra num vai pra frente de jeito nenhum! [Dirigindo-se novamente à mulher, exaltado:] Você e esses dois marmanjos são um belo timezinho de safados! _ os três! E esse seu pai doente deve ser outro tarado encostado sem-vergonha! Me diz aí: quantas vezes por semana o Caboco Priguiça costuma carcá a vara na sua xota? Responde, cadelinha de deus!

Cons._ Ai, meu santo-antôin-são-jorge! O Chichico te contou tudo, né?! Imbecil! Débil mental!!

Dr._ Que Chichichico o cacete! Tu pensa qu’eu nasci ontem, por acaso?.. Ô Carlão!, incorpora aí o Caboco Mamador pra moça ver cumé quié! Vamo lá: one... two... three... four... now!!! [Ouve-se um grito indecoroso. A câmera mostra um sujeito de aparência suína vindo em direção à consulente, dando tremeliques, “pegando isprito”]

Carlão_ [Sacudindo os beiços:] Bulblblbllbl!! Caboco qué mamá! Bulblblblblblblbl!! Caboco qué mamaaaá! [Ele cai de boca nos seios da professora]

Cons._ Xô, danado! Ai! Xô, caboquim! Ai, santo deus! Ui! Sai, ixcumungado!..



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