O Sol mal se esgueirava pelos galhos das árvores e ela, a mulher sai bem cedo daquela casa com a bacia de roupas na cabeça. Vai até o único bico de água enfileirar-se atrás das outras lavadeiras, pra lavá-las, sob cantigas r amores mal resolvidos.
Depois como se o dia fosse dela, leva as crias pra escola carregando outra na barriga, acalentando aquela que está com sarampo e catapora.
Varre a casa, faz comida, lava o chão, espreme as suas roupas... Tem sossego não.
Quando caí a tarde, ela ainda esta na cozinha fazendo o café, costurando à mão as camisas das senhoras e dos senhores, alimentando no peito aquela paixão de quem lhe deixou com os seus sete filhos.
Não sabe lêr, escrever mal se compreende, mas não perde a eleição, não deixa de ver na tv o que lhe faz rir sem notar a desgraça. Não pergunta, não sabe de suas condições, seus direitos seus defeitos; seus erros seus pecados, diz o irmão da Assembléia, da igreja e de tantas outras missões.
A casa é uma palafita, o quintal é à avenida Bernardo Saião,à frente é o hospital das nações, por sobre o telhado de plástico, zinco e papelão passa o viaduto.
E todo o santo dia nas pontes é aquela correria...
À Polícia alícia os bandidos, menores infratores e prende os cidadões,pelo rádio o que se ouve é o estada de corrupção. O que funciona na poluição?
O sol nasce em cada dia e a mulher hoje, é a primeira e única dama que o doma em tantas versões. |