Usina de Letras
Usina de Letras
28 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62275 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10382)

Erótico (13574)

Frases (50665)

Humor (20039)

Infantil (5454)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140817)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A Aventura na Chuva -- 25/01/2002 - 19:14 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Era uma tarde de terça-feira no Novo Horizonte, e pela janela de casa espiava Juninho,Betinho e Raimundinho brincarem nas pontes com os seus carrinhos de lata, quando de repente, do céu completamente enegrecido desabou um temporal...
Eles pulavam, corriam e gritavam tanto que ainda que mamãe mandasse fechar a janela os ouvia muito bem, como se eles estivessem dentro da casa.
Era tão contagiante que cheguei a esperar a mamãe dormir pra ir participar com eles da festa da chuva, depois de dias de sol quente.
Embalados por essa motivação, Juninho convidou-nos pra ir lá no centro colher manga.
A princípio fui do contra, mas os meus irmãos, Betinho e Raimundinho me repreenderam concordando com Juninho e me mandando ir pra casa. Ai me deu um arrepndimento, chorei e pedi por favor pra eles deixarem eu ir,nada falavam e eu os seguia.
Eles iam na frente e eu atrás choramingando, choramingando até a parada quando veio o Congós- Jardim e todos nós entramos. O ônibus estava seco e como estavamos molhados não assentamos.Passamos pela ressaca que estava até bater de água e deu uma vontade de banhar-se lá, mas como estavamos no ônibus tivemos que seguir.
Soltamos na primeira parada da Tiradentes, atravessamos a rua correndo sob forte chuva e nos desesperamos entre os carros quando vimos um mundo de mangas espalhadas pelo chão.
A chuva continuava em seu ritmo,o vento fazia as árvores dançarem sem parar.
A noite já entranhava, mas aquela magia contagiava a todos... Era uma risada, uma aventura sem par, nem há como explicar a alma lavada e o coração latente.
O sino da igreja São José anunciava o começo da missa e às horas avançadas. Betinho subia na mangueira junto com Juninho e reviravam por lá. Enquanto Raimundinho fora atrás de saco pra carregar tamanha fartura de manga. Eu ficava ensopada ficava com o coração na mão quando eles pulavam de galho em galho, mas confesso até gostaria de estar no lugar.
Quando Raimundinho chegou com sacos do Supermercado Plaza, veio dizendo que era dia de Natal, pego pela surpresa, nos olhamos um pouco como se algo nos tocasse, mas a vida continuava e a nossa realidade era aquela ali.
Empolgados, feitos periquitos,colocamos nos sacos os frutos e a alegria estridente. Já pelas sete e meia da noite feita resolvemos voltar.
Pé ante pé faziamos sinal pros ônibus, mas eles se negavam a parar. Na realidade estavamos enxarcados.
Entretanto, num dado momento o Jardim I resolveu parar, embarcamos e o motorista era o Sr. Afonso que nos mandou ir lá para trás.
E apartir daqueles últimos bancos começei a pensar que era natal...
Como se empreendessemos os mesmos pensamentos foi geral o olhar. Entreolhamo-nos e tinhamos em nossa certeza de que nada iriamos ganhar. Afinal eramos crianças ainda, mas a vida não faz opção de lado, é contraste pra tudo que é lado.
Nesse balancê do ônibus, que não encheu, solicitamos à parada o motorista obedeceu. Sem agradecer, feitos moleques da periferia descemos a correr e a gritar, entramos na rua do Marabaixo e enfim estavamos sobre a ponte que dava acesso as nossas casas, cuja luz da Cea ainda não chegara lá.
Era natal e o meu coração apertava, entramos em casa sem dizer nada, mas mamãe já nos esperava e antes que ela descesse o chicote apresentamos as mangas já rateadas com Juninho pro jantar.
E por incrivel que possa parecer naquele dia nem se quer tinhamos almoçado, a não ser um chibé.
Comemos os frutos com farinha e fomos pra rede comungando do mesmo pensamento.Será que o Papai Noel vem nos visitar? Trazer um emprego pra mãe e sapatos pra nós andar bacana.Confesso, depois de agradecer o dia maravilhoso, esse foi o meu pensamento pro pai do céu.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui