Num bairro de casas populares, ruas e casas praticamente indistinguíveis, me deparo com uma placa, de confecção caseira:
COSTUREIRA INDUSTRIAL E SOBRE MEDIDA.
Mais adiante, tendo sobrevivido aos seguidos assustadores e enervantes latidos de alguns dos ditos melhores amigos do homem, uma outra placa, de confecção industrial:
CUIDADO! CÃO ANTI-SOCIAL!
Algumas ruas adiante, de uma das casas populares idênticas do bairro por onde casualmente eu passava, ecoava, no mormaço daquele fim de tarde, algo que supus um mantra.
A sala da casa, minúscula, havia sido transformada em templo. Alguns bancos, provável herança da desativação de alguma igreja católica, formavam a diminuta platéia de fiéis seguidores de uma seita, suponho também, oriental. À frente deles, um altar pequeno e vazio.
A noite já salpica de estrelas o céu da Califórnia brasileira. A lua, não mais que uma unha no céu, faz recordar mesquitas e minaretes.
Um moto-táxi por pouco não atropela o caminhante a caminho de sua casa. Filho da puta!