Usina de Letras
Usina de Letras
152 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13262)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10362)

Erótico (13569)

Frases (50612)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O primeiro ecologista -- 20/09/2004 - 10:20 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há 85 anos, em 8 de agosto, morreu o biólogo e filósofo alemão Ernest Heinrich Haeckel, nascido em 16 de fevereiro de 1834. Grande divulgador dos descobrimentos de Charles Darwin, Haeckel era firme defensor da premissa de que a matéria antecede a consciência, a sensação, o pensamento. Em vida, sua obra mais conhecida foi Enigmas do Universo, de 1899, divulgada em centenas de milhares de exemplares de edições especialmente baratas, em vários países, evidenciando o partidismo da filosofia e demonstrando "o verdadeiro significado social da luta do materialismo contra o idealismo e agnoticismo", na opinião de Vladimir I. Lenin. "Uma arma na luta de classes", considerou o futuro líder da Revolução Socialista da Rússia. Os epítetos de "cão", "ímpio", "macaco" (este último, até hoje destilado por alguns religiosos contra os que defendem a lei da evolução das espécies) foram poucos contra o cientista alemão: em 1908 foi vítima de um atentado em seu gabinete, em Jena.



Haeckel foi acusado de cometer o erro "de realçar o ponto de vista unilateral do naturalista contra o conservadorismo tradicional das igrejas. Assim, apresenta-se como inimigo das igrejas existentes, em vez de trabalhar com alegria pelo seu desenvolvimento superior, que se traduza em interpretações novas e mais verdadeiras dos dogmas", como escreveu, em 1906, o filósofo norte-americano Paul Carus.



Sua filosofia ingênua levou-o a renunciar ao materialismo e apregoar que espírito e matéria eram aspectos diferentes de uma mesma substância, tentando construir uma teoria que unificaria a biologia, a ciência em geral e, inclusive, a religião. Muitas de suas deduções anteciparam o desenvolvimento da biologia moderna. Por exemplo, propôs que a seleção sexual (a escolha dos machos pelas fêmeas) conduziu à evolução de dimorfismos sexuais tão chamativos como a cauda do pavão e os chifres do alce. Neste início de século, já ninguém se refere a Enigmas do Universo, há cem anos considerada a "bíblia do ateísmo". Haeckel é mais lembrado pela utilização, em 1869, pela primeira vez, no livro Morfologia geral dos organismos, do termo ecologia. Ele o formou a partir do grego "oikos", que significa casa, habitat, e "logos", estudo. Com ele, designava "o estudo das relações de um organismo com seu ambiente inorgânico ou orgânico; em particular, o estudo das relações do tipo positivo ou amistoso e do tipo negativo (inimigos) com as plantas e animais com que convive". Atualmente, o conceito designa o estudo das relações recíprocas entre o homem e seu meio moral, social, econômico e o meio ambiente.



São ocas e descabidas as pretensões de transformar as concepções científicas de um determinado período num sistema dogmático imóvel e obrigatório, um "catecismo científico". Haeckel foi importante em sua época, desempenhou papel positivo na formação do pensamento progressista.



A interferência dos humanos no meio ambiente ganha proporções jamais vistas e em ampliação. A atividade econômica exerce influência cada vez maior sobre a composição química e as propriedades da atmosfera, do regime térmico do planeta, do fundo de radiatividade etc. Provoca a erosão e esgotamento do solo, contaminação das águas, dos recursos de matéria prima etc.



Mas, ao contrário do que afirmam muitos dos ecologistas, as conseqüências nefastas da atividade econômica não se devem à ação de uma abstrata "humanidade". Esse tipo de generalização impede a compreensão dos interesses que levam à imposição de determinados métodos de exploração e atuação sobre a natureza, danosos para a vida. O sistema de valores adotado pelos que têm poder econômico e de decisão na sociedade atual determinam a atividade e a orientação da prática humana, que se caracteriza pela atitude de rapina com o meio ambiente. Sob o capitalismo, tem se mostrado impossível elaborar mecanismos eficazes de atuar racionalmente no intercâmbio entre a sociedade e a natureza, levando em conta os efeitos danosos ou benéficos da atividade econômica.



A resposta não é uma "volta à natureza" e a condições de existência de sujeição das comunidades humanas ante o meio que as circunda — embora tenha adeptos, esta proposta não se mostrou eficaz para galvanizar setores majoritários da sociedade que, no entanto, preocupam-se com a degradação do meio ambiente. Não. A resposta é a substituição da atual sociedade por uma que lhe seja superior, que construa um ambiente saudável, de paz e prosperidade. Um desafio que pede solução. Urgente.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui