Apesar da evidência, a maioria humanóide tem a expontânea sensação de que a terra é plana. Depois, logo que começa a entrar na realidade, sorri face ao descontraído esgar do histórico Galileu. O meu país, a minha pátria, a minha cidade, tantos "meus" que afinal e deveras não são de ninguém.
A teoria simbólica das bandeiras empolga consecutivos e desastrosos factos que todos abominam como se ignorassem a original consequência deles...
O desastroso "dividir para reinar" persiste sub reptício, ora em nome da reunião total, em nome de Deus ainda, em nome de todos os nomes que a esconsa porra vai colocando nos astros. Poucos vêem no sorriso dos sacanas os sulcos pardacentos do egoísmo desmedido.
Por exemplo, o "nosso" Mário Soares, numa época em que politicamente foi tudo incompetentemente, continua a comer e a fruir bons bifes sempre que quer, enquanto a maioria dos povos, nos países que diz ter libertado, come merda. O Mário é igualzinho a tantos outros que por cá andam sem pejo algum de enganar as criancinhas que acabam de nascer.
Ui... Leitor, quantas frases escrevi aqui eu que deveriam, sim, ser escritas nas paredes da nossa vida?...
Um escritor espanhol, que acaba de lograr o sucesso e as luzes da ribalta em Espanha, afirma sem temor que somos todos uma cambada de "filhos-da-puta". Apre!... Caindo fundo em mim, parece-me, infelizmente, que tem toda a razão. A nossa querida mãezinha decerto que o entende como é preciso entender...
Quem me dera ter uma casa assente sobre bolas...
António Torre da Guia |