Do gr. poietés, aquele que faz , pelo lat. poeta.]
S. m.
1. Aquele que tem faculdades poéticas e se consagra à poesia; aquele que faz versos. [Sin. (eruditos): aedo e vate.]
2. Aquele que tem imaginação inspirada.
3. Aquele que devaneia ou tem caráter idealista.
poetisa
[De poeta + -isa.]
S. f.
1. Mulher que faz poesias.
Poeta sim. Do sexo feminino. Essa é a minha licença poética. Escolhi me definir assim. Dizem: “és uma mulher que faz poesias, então não podes te chamar poeta e sim poetisa”.
Sou mais que isso. Sou um ser que antes de possuir um gênero, possui uma consciência. Um desejo incontido de expressar sentimentos. Verbalizar sensações, questionamentos do espírito. Classificações gramaticais ou de ordem sexual ou material reduzem em muito as possibilidades. Fragmentam em grupos, artistas de mesma linha. Não se diz poeta pobre ou poeta rico. Diz-se bom poeta, mau poeta. Observa-se a obra e não a pessoa. O dicionário reduz quando define o artista pelo ângulo objetivo da matéria.
A sociedade em seu lapso temporal pós-machista e quase-feminista observa com seu olhar enviesado a atividade da mulher na escrita e, por vezes, considera menores obras recheadas de sensores a questionar o abstrato. Classifiquem-se meus poemas. Critique-se a minha obra, mas, ignore-se quem está por trás da escrita. O que escrevo pode ter valor para alguns. Em outros despertar curiosidade ou reforçar indiferença. Mas, gostaria de ser lida com a isenção e imparcialidade presente nos olhos de espíritos lúcidos.
Resolvi ser poeta do sexo feminino. Inteiramente orgulhosa da minha condição de mulher, mas, com atividade mental equivalente a qualquer outro ser “consagrado à poesia”.
Mas, se quiseres me dizer poetisa, exibirei meu sorriso e saberás então que a minha alma de poeta se espraiou inteira no meu corpo de mulher.