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Contos-->Um rosto se desenha lívido na madrugada -- 19/01/2002 - 00:55 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um rosto se desenha lívido na madrugada, na chuva. Pupilas se dilatam rútilas em meio à feijoada. Lhamas entopem-se de chantili nos altiplanos. Restos do banquete soltos ao tijuco viscoso. Tetas fartas, imenso balcão patriótico, fartum de moquifo mequetrefe. Nazistas disfarçadas de campônias letradas escancaram caninos amarelecidos por entre risos flácidos. Corruíras disputam, cegas, um pote de iogurte estraçalhado. Padeiros se entopem de sanduíches de pão pullman com nacos de bacon deteriorado. Tomahawks disparam buquês de flores sobre choldras esfaimadas. Poetas sonsos tresandam a caquéticos alexandrinos depauperados. Abelhas destilam fel em púcaros búlgaros enferrujados. Vedetes espalham sífilis hereditária e tuberculose entre fregueses lúbricos. Sacerdotes bêbados ejetam-se dos púlpitos para a eternidade purgativa. Lépidos e fagueiros seresteiros interioranos detonam indigestas canções insanas. Peludos médicos hipocondríacos semeiam pânico em pustulento lupanar infecto. Rábulas sangram afoitos pupilos lépidos e imberbes de músculos sarados. Esfíncteres pustulentos arrancam a língua presa de uma sirigaita rouca. Escrotos glabros balouçam lânguidos de róseas virilhas quizilentas. Espetos de corações de frango ardem em pegajosa grelha ensangüentada. Altares nus escoram âmbulas e patenas azinhavradas. Gramáticos destilam súbitos e inúteis verbetes insuspeitados. Lampreias rodam saias cônicas num palco oblíquo. Campânulas tilintam múltiplos tinidos fúnebres pelas aldeotas. Rótulas túrgidas genufletem ríspidas em arcaicos e carcomidos assoalhos cálidos. Boquirrotos emitem pudicos flatos fedorentos de boca e ânus. Vândalos saqueiam caravanas, cáfilas, matilhas, súcias. Cossacos saltam lúbricos sobre espadas rútilas. Boeings certeiros estilhaçam torres (olha a premonição aí, geeeeente!), viadutos, postes. Romeiros chutam chávenas de louça china. Charangas estridulam xótes, choramingos, tangos. Merlos assobiam cúpidos arrulhos súplices. Musgos escalam cenográficas muralhas kitsch de isopor pintado. Clássicos versos tortos entusiasmam platéias desinformadas. Fanhos artistas plásticos projetam gritos mórbidos em vesgas vernissages. Sórdidos espasmos críticos em estréias soturnas de carantonhos vates. Pústulas vistosos esguicham golfadas de verdolengos líquidos. Charretes arrastam cônegos sádicos de barretes esmolambados. Videntes cegas chupam tísicas rameiras desocupadas. Arcanjos marmanjos bolinam céticos mamilos túrgidos. Terroristas suicidas e homens-bomba entoam mágicos mantras desopiladores. Pergaminhos poentos ocultam máximas minimalistas em idiomas védicos. Profecias macabras antecipam sórdidas obras-primas premonitórias. Bisões iracundos chifram louçãs donzelas de hímens complacentes. Esteatopígicas saúvas incestuosas perseguem trilhas inconclusas. Zíperes assassinos rasgam célebres panturrilhas chochas. Charcos refletem longínquos cúmulos insólitos. Mujiques cantam roufenhos salmos em mosteiros pérfidos. Cínicos emires sádicos vomitam lombrigas enfezadas. Búlgaros taramelam toscas cabanas curdas. Cópulas emprenham flácidas entranhas ácidas. Áporos singram ignotos mares de smegma cremoso. Sôfregos patinam lépidos em declives íngremes. Carbúnculos infestam pálidas epidermes rútilas. Risonhos recrutas lesos decepam lúcidos mulás. Críticos ejetam decrépitas lesmolisas touvas. Etceteras amargos estilingam cúpulas iridecentes. Melros bicam pintassilgos em nanicas mexeriqueiras praguejadas. Palavras puxam palavras em meio ao redemunho e ao pandemônio das falanges dos capetas endiabrados. Um rosto se desenha lívido na madrugada, na chuva. Mas que silêncio mais sorumbático é este, meu camaradinha? Eu, hein!
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