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Humor-->Hiper-Viado -- 29/04/2002 - 21:42 (Jactâncio Futrica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HIPER-VIADO _ Era um cara lá de Pinote do Aragão-M.G., o Wanderly _ hoje consultor de estilo de vida, astrólogo de empresas e crítico de arte em Miami _ um cara jeitoso, que se deu bem na vida sem ter que desmanchar o penteado.

Uns anos atrás, quando ainda morava no Brasil, ele caiu-se de amores por um garotão que tinha acabado de se mudar pra sua vizinhança. Não sei o que ele viu no rapaz, mas sua fissura era tanta que, não conseguindo se aproximar dele de outra forma, deu um jeito de começar a namorar sua irmã, a Ironeide, uma ninfomaníaca bestialmente, histericamente libidinosa _ dessas que rosnam, babam e de vez em quando arrancam até pedaço do macho durante o ato. Ela também já tava de olho nele (no Wanderly), de modo que não foi nada difícil conquistá-la.

Ele a abordou numa festa, com trejeitos de garanhão marrento. Fazendo um esforço tremendo, soltou um “sabia que você tem um sorriso in-crí-vel?!” Ao que ela retribuiu, dizendo-lhe à queima-roupa que sentira um tesão louco e inexplicável, logo que o viu pela primeira vez; e assim falando, vasculhou-o de alto a baixo com um olhar indecente. Wanderly sentiu um gelo na barriga, pressentindo a roubada em que tava se metendo... Ela gostava de futebol, meteção e bebida; e ele, de moda, poesia e culinária tailandesa.

Aliás, o comer sempre fora pra ele uma das coisas sublimes da existência. Era na mesa que ele se encontrava consigo mesmo, fazendo as louças tilintarem musicalmente, manejando os talheres como um mágico, dissecando acepipes exóticos com procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, sentindo a textura dos materiais, o ritmo, os aromas, o enlevo estético... Neste esotérico ritual, não era propriamente o sabor da comida que contava, mas o clima, o cerimonial da coisa, o melindre infinito _ enfim, era justamente ali, mexendo coisinha pra cá, coisinha pra lá, que o Wanderly recompunha o seu mundo e purgava seus dramas de bicha sem-vergonha, sem precisar da ajuda do astrólogo.

Tomar vinho em copo de conhaque ou conhaque em copo de vinho, pra ele é o fim do mundo. Já a rapariga com quem ele foi se meter é um desastre à mesa, o tal do macaco em loja de cristais... É natural dela um despojamento de maneiras tal, que chega a ser confundido com grosseria. Um exemplozinho bobo: toda vez que sente fome em casa, fora dos horários de refeição, ela vai até o fogão e, abrindo a portinha do forno, dá uma golpada de concha na panela de feijão frio, donde saca estupidamente a massaroca preta respingante em direção à boca; abre então a geladeira e manda duas dedadas no vidro de maionese, misturando-a com o feijão dentro da boca. Quase que entalada, ainda completa o gosto com uma esguichada de ketchup ou uma dentada num tomate e, com a boca transbordando, dá uma aspirada num montinho de sal colocado sobre a palma da mão. Engolido o bocado, dirige-se ao filtro e chupa um pouco d’água, direto na torneirinha. Nosso equívoco mancebo, quando dava de cara com aquela torneirinha batizada com uma resma marrom ensebada, chegava a ter vertigens!

O cara é tão fresco que desmaia quando leva susto. Certa vez, pra tirar um espinho do pé, teve que ser contido à força e ir carregado pruma clínica, aos chiliques. No entanto, pra arrebitar o narizinho com cirurgia plástica, seria capaz de encarar o bisturi sem anestesia.

É lógico, o hiper-viado só veste roupa de grife. Cueca? _ Só se for Calvin Klein... e dois números abaixo do seu tamanho. Como toda bicha que se preza, ele adora perfuminhos, penteados arrojados e fofoca de artista. Seu sonho é um dia estar pessoalmente na festa do Oscar, rebolando num modelito negro Versace...

Ele acha um absurdo ter que pagar quinze reais por um bujão de gás, mas acha o máximo ser assaltado nessas descaradas butiques de grife ou pagar 300 reais por um frasco de perfume de 5 ml... Não aceita carona em carro feio, não corta cabelo em barbeiro e não come iguarias vulgares _ bife, p.ex. _a não ser que estejam acrescidas de algum molho de nome empolado ou artisticamente decoradas (um melancólico galhinho de manjericão ou umas folhas de bambu bem fresquinhas podem fazer toda a diferença!). Já a Ironeide, mulherzinha do bicho, não quer nem saber se o pato é macho...

Mesmo tendo náuseas ante aquele órgão feminino que os médicos chamam de buceta, Wanderly se dispôs a foder com a taradona 7 vezes por dia... Tudo em nome de um sonho! Você naturalmente tá duvidando: “Mas como ele conseguia ?!” _ Ora essa, eu vou lá saber?! Tente enfiar uma beringela no cu pra ver se não era esse o truque.


HIPER-MALOGRO _ É quando o hiper-viado, anteriormente descrito, após finalmente ter conseguido fisgar seu rapazola, descobre: primeiro, que o dito cujo também é enrustido; segundo, que a irmã dele está grávida. E é obrigado a se casar, com um revólver encostado na cabeça.


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