Para cantarmos, temos a eternidade.
Viver, só enquanto os ossos agüentarem.
Origens e porvires nâo deixam rastro, só nuvens dissipantes.
Falo a você, que me ouve, que não se ouve, que não ouço, daí não falo.
Um fio de fone é linha estreita demais
para tamanha imensidão de silêncios.
A incompreensão espera-me, aí, na esquina.
Bolsos transparecem mais que corações.
Encontrei você na cama, onde permanece.
Dois palhaços à beira do universo.
Estrelas dormitam esperanças.
Minha mãe vai e vem, desloco mutismos.
Eis-me à minha espera,
lá,
onde ninguém jamais esteve,
onde nunca estive.
Os segundos em que espero restringem espasmos de ontem.
Olá.
Acaso não importa?
& 8354; Rodrigo Contrera, 2004. |