Silvia entra pela casa adentro.
Fica encantada com o que vê.
Começa a olhar a piscina de longe.
Silvia ouve um voz vinda de trás.
CAPANGA: Bela vista, não acha? Mas nem tudo que reluz é ouro.
SILVIA: E viver é apenas uma promessa que temos que pagar.
CAPANGA: Venha, o patrão está esperando.
O capanga pega Silvia pelos Braços e sai puxando. Ela sai meio que arrastada.
CORTE:
Em outro ponto.
SILVIA: Calma, eu não vou fugir.
CAPANGA: Quem garante?...
O capanga força mais e leva Silvia com mais pressa.
CORTE:
Entram na sala de jogos.
Os gordo está com um óculos escuro, sentado em sua cadeira num canto da sala.
O gordo segura uma luminária forte nas mãos, virada para Silvia.
Silvia para no meio da sala e não vê o gordo nitidamente, apenas um vulto.
GORDO: Pitch Bull, saia. E feche a porta.
CAPANGA: sim Senhor.
O capanga sai e fecha a porta.
A menina fica olhando para a luz, ameaça tapar os olhos.
GORDO: Não. Tira o brilho dos olhos. Preciso vê-la por inteiro.
SILVIA: O que quer que eu faça?
GORDO: Tire as roupas, peça por peça.
SILVIA: Mas... mas...
GORDO: Tire.
Silvia vira-se para tirar a roupa.
GORDO: Por favor, de frente para mim.
Silvia começa a tirar a roupa, primeiro tira a blusa.
O capanga entra correndo.
A luz é acesa.
Silvia tapa os seios com as mãos.
CAPANGA: Chefe, o telefone, é ele.
GORDO: (se aproxima de Silvia) Primeiro os negócios. Cuide dela. (pega o telefone sem fio, e no fundo fica o Capanga perto de Silvia) Pois não? É ele. Claro, estou com o produto aqui na minha frente. Claro que está em dia. Quantas vezes te decepcionei Deputado? Por enquanto dá um bom caldo. Venha buscar logo, não vou segurá-la por muito tempo. Ok. Até logo. (desliga) Era Seu dono. Esteja pronta as três horas.
SILVIA: O senhor pensa que é um comerciante de animais?
GORDO: Quase. Animais não falam e não pensam. Cala a boca e não pense bobagens, que é melhor para todos.
SILVIA: Mas eu não sou um objeto...
O gordo se aproxima.
Pega em seu rosto.
GORDO: Escuta aqui menina. O problema é só seu e do seu Pai. Terá apenas que obedecer, certo.? Sob pena de sofrer algumas lesões provocadas pelos braços pesados do cachorrão aí.
CAPANGA: Venha gatinha. (late como cão)
O gordo fica olhando ela ser levada.
CORTE:
Lucas chega de moto do lado de fora.
Lucas vê Silvia sendo levada para outro andar.
Lucas saca a arma e entra por trás do prédio.
Sobe por uma escada e chega numa janela.
Entra e sai por alguns corredores.
Entra onde está Silvia. Chega de arma em punho. Silvia se assusta e grita.
O capanga saca uma arma e atira em Lucas, acerta na barriga.
Lucas pula no pescoço do Capanga. Silvia fica acuada. Lucas derruba o revólver.
Com o barulho da academia, ninguém ouve nada.
Os dois rolam pelo chão.
O capanga tenta sufocar Lucas.
E em seguida cortar sua garganta.
Silvia pega o revólver de Lucas e atira No capanga, com muito esforço.
O capanga cospe sangue em Lucas, ri, e cai sobre Lucas.
Lucas levanta-se, pega Silvia pelos braços e sai arrastando.
LUCAS: Eu devia era matar você. Vamos sair daqui.
CORTE:
Do lado de fora, Lucas e Silvia montam na moto e saem correndo rua afora.
CORTE:
O gordo está impaciente esperando por Silvia, olha no relógio, olha para fora.
GORDO: Mas o que está acontecendo lá em cima?
O gordo levanta-se da cadeira e sai andando normalmente.
As pessoas vêem e saem atrás dele.
CORTE:
O gordo entra na sala, onde o capanga está caído, ainda vive.
O gordo olha para os lados.
GORDO: Desgraçada.
CAPANGA: Foi O Lucas que apareceu.
Diz e vira-se caindo.
GORDO: Estou bem assessorado. Acho que eu mesmo vou ter que terminar essa história. (olha para uma foto de Lucas na parede) Dia desses a gente se encontra.
O gordo vai sair da sala está cheio de curiosos olhando.
Estão todos pasmos.
GORDO: Nunca me viram não? Cambada de urubus.
CORTE:
SEQ. 27 – EXT/ASFALTO-ÁRVORE/ DIA ( 2. 30 M )
Lucas e Silvia passam de moto por uma estrada larga.
CORTE:
Os dois param à sombra de uma árvore.
Descem da moto.
Sentam-se no chão, e Lucas já vai deitando.
LUCAS: Acho que estou sangrando.
SILVIA: Então saia de perto de mim.
LUCAS: Eu não te entendo. Te salvo de um grande problema e é assim que você me agradece?
SILVIA: Agradecer? Esqueceu que foi você quem me colocou nele?
LUCAS: Mas já lhe pedi perdão.
SILVIA: O que se refere a mim. E o restante? Dos drogados que você iniciou, dos homicídios que praticou, das doenças que passou?..
LUCAS: Isso é coisa do passado. Está morto e enterrado.
SILVIA: Não está não. Está vivo, dentro da sua consciência.
LUCAS: O que eu quero agora é tratar da minha doença se eu tiver, cuidar de você e do nosso filho. (passando a mão nela) Vamos embora daqui.
Silvia vira-se de arma em punho.
SILVIA: Eu vou embora daqui. Você não.
LUCAS: O que está fazendo?
SILVIA: Praticando o que você me ensinou no pouco de convivência que tivemos. Já matei seu amigo lá naquela prisão psicológica, o que custa...
LUCAS: Você não nasceu para isso. Você não é boa com esse negócio.
SILVIA: Quem te disse?
LUCAS: Vamos conversar. Abaixa isso. Quero cuidar de você.. Se sair por aí sozinha, o que irá fazer? Ninguém vai te ajudar. Por favor. (chega mais perto)
SILVIA: Não dê nem mais um passo.
LUCAS: Você não vai fazer isso comigo... (andando)
SILVIA: (puxa o dedo, acerta o braço de Lucas) Eu disse para ficar longe.
Lucas ira-se e corre para o lado da moto, vendo uma arma sobre ela.
SILVIA: Não chegue mais perto. Tem gasolina no tanque, não tem?
Lucas para bruscamente.
LUCAS: Minha moto, não. Por favor. Pode explodir.
SILVIA: Bem, eu tinha pensado em fugir com ela. Mas você me fez mudar de déia. (dá dois tiros nela, a moto explode.)
Lucas cai apavorado.
LUCAS: Não sei onde estou com a cabeça que ainda não te matei.
SILVIA: Porque me ama. É a minha defesa, e sua perdição e burrice.
Chega perto de Lucas que está caído, atira na perna dele.
Silvia se abaixa e pega todo o dinheiro que está em seus bolsos.
SILVIA: Isso é minha poupança.
Tira alguns papelotes.
SILVIA: E Isso é para o meu deleite.
Silvia se abaixa, sempre apontando a arma.
Dá um beijo na boca dele
SILVIA: E isso é para você sentir o meu gosto pela última vez. By, by.
Silvia joga o revólver perto de Lucas.
Silvia Pega suas coisas e sai andando.
Silvia já está longe, Lucas pega o revólver.
LUCAS: Sua vadia...
Lucas puxa o dedo, não sai nada.
Silvia mais longe, ainda de costas. Joga as balas do revólver no meio do mato.
Lucas apenas cai com a cabeça em terra.
Silvia estende a mão pegando carona.
Silvia entra num carro e sai.
CORTE:
O sol está forte.
Lucas está com as vista embaraçadas.
Ouve uma voz.
CRIANÇA: Você está brincando de lagarto aí no chão? Posso brincar também?
Lucas se vira e o sol está bem nas costas da criança, ele não vê direito.