As águas turbulentas iam descendo,
levando todo lixo, pulando esquinas,
passando entre calçadas, carregando
gente.
As águas enfurecidas brigavam entre
si, tentavam descobrir seu conflito,
faziam os primários terem medo,
medo de morrer.
As águas frias molhavam meus pés,
tentavam me levar, considerei-me
alguém. Não fui.
As águas tumultuosas faziam de mim um
barco livre para cantar, livre para
flutuar,
e não cantei, não flutuei.
As águas desciam...
chovia.
©Balsa Melo
16-10-81
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