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Teses_Monologos-->Psicologia Escolar -- 28/07/2006 - 19:57 (Isabela Fani Dias) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O livro Introdução à Psicologia Escolar, de Maria Helena Souza Patto, nos revela o alto índice de analfabetismo e de evasão escolar que caracterizam a educação brasileira sob novas óticas. O livro nos dá múltiplas atribuições para a existência do fracasso escolar próprio, que são elas: deficiência cultural, déficit genético, diferença cultural, falta de perspectiva no mercado de trabalho, má qualidade do ensino, entre outras.

Souza não quer encontrar um culpado para tais acontecimentos, porém ela nos dá novas visões para a existência dos mesmos e nos faz refletir sobre as soluções para essas dificuldades. O problema não está na diversidade encontrada nos alunos, inclusive de camadas sócio-econômicas baixas, o problema está no sistema que enquadra com preconceito esses alunos e tacha-os de incapazes, alunos-problema, “burros”, desinteressados, etc. Nessa abordagem são constantes as buscas de possibilidades que eliminem tais fatos. A preocupação não se restringe aos professores, vários são os segmentos da sociedade que se mobilizam nesse sentido: construir uma educação de qualidade, uma educação eficaz e não-excludente. Métodos e propostas de ensino são inventados, idealizados e construídos a todo o momento. A sala de aula, atualmente, tornou-se objeto de pesquisas e de novas experiências.

O maior problema citado por Souza é o quadro de deficiências encontrado no sistema de ensino público, desprovido de recursos (materiais, financeiros, humanos). O que evidencia o livro é a realidade econômica e social brasileira das camadas de baixo poder aquisitivo (camadas populares) a qual grande maioria da população pertence. Todavia o que está em falta, segundo o livro, é a não-existência de uma escola voltada para o povo, uma escola que fornecesse oportunidades de melhoria de vida, o que existe hoje em dia é uma escola cheia de preconceitos e que não se adequa à realidade dos brasileiros.

Segundo Souza, vários teóricos procuram explicar o fracasso escolar sob diversos pontos de vista: uns atribuem ao aluno toda a responsabilidade da não-aprendizagem, outros a relacionam a aspectos culturais, outros ainda condenam os pais, a escola, enfim, a comunidade escolar pelo mau desempenho dos educandos. Sofrem não só os alunos, mas também os educadores, pois não têm seu trabalho valorizado. Os professores trabalham quatro horas por dia, com classes em torno de 30 - 40 alunos, os quais passam por inúmeros problemas sociais, econômicos, humanos; e que ainda precisam “aprender”.

Lendo as abordagens de Souza sobre a família pobre e a escola pública, fiquei refletindo sobre o que é necessário para se transformar essa triste realidade que assombra as comunidades escolares brasileiras. Primeiramente é a visualização de que há problemas demais nas escolas públicas como o alto índice de marginalidade, e que atrapalham a todo o andamento de uma aprendizagem efetiva, atrapalham professores, atrapalham alunos, atrapalham as famílias desses alunos, atrapalham os funcionários da escola,..., e tentar eliminar esses problemas e não ficar somente buscando um culpado ou uma razão, como em várias teorias (empíricas, interacionistas, inatista, funcionalistas, ambientalista,...) e ideologias (do dom, da deficiência cultural e das diferenças culturais) tentam explicar. De nada adiantam teorias se não há interesse do governo em tentar resolver esses problemas.

Seriam necessários investimentos econômicos, sociais e até mesmo políticos nas escolas, nos professores, nos alunos, nas famílias desses alunos e mudanças nas leis, como por exemplo, sala com menos alunos, salários dignos para os professores, melhores condições de vida tanto para os alunos quanto para os professores,..., ou seja, seria necessária uma reestruturação total da educação pública brasileira e das leis que a regem. Modificações que realmente fossem capazes de transformar, inovar e modificar a realidade não só de alunos, da comunidade escolar, mas de vidas, aí sim nasceria um novo cidadão brasileiro, haveria um novo Brasil.

(Bibliografia: PATTO, Maria Helena Souza. Introdução à Psicologia Escolar. 3.ed.rev. atual. São Paulo:Casa do Psicólogo, 1993).
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