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Artigos-->A Morte -- 18/04/2000 - 10:56 (Marilene Caon pieruccini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MORTE



Não se gosta de pensar na morte (e pouco se pensa sobre ela), mesmo que se saiba que ela é inevitável. As pessoas não pensam na morte e, quando levadas a fazê-lo, demonstram uma certa resistência como se ela, a morte, fosse algo distante, ainda que certo.

Embora médicos, psicólogos, teólogos e teóricos tentem definir e explicar o assunto, ele ainda se constitui num acontecimento ruim, num medo universal, mesmo sabendo-se que é possível dominar a morte e a doença em vários níveis. Porque ela (a morte) é a única coisa absolutamente certa que se tem na vida. E só o que é possível alterar é o nosso modo de convivência com ela e com o morrer de nossos parentes, amigos e conhecidos. Todo homem só será capaz de mudar as coisas, quando começar a refletir sobre a própria morte, o que não pode ser feito a nível de massa, o que não pode ser feito por computadores, mas sim, deve ser feito por todo ser humano, individualmente, através da comunicação.

A doença exige esforço e muita dedicação.

A doença é encarada como uma coisa muito triste, talvez até mais triste que a própria morte. Necessita-se de muita coragem para poder ajudar a pessoa doente, para passar positivismo, para formar uma corrente de fé. A doença é uma realidade individual, única e social. Além disso, ela vai sendo construída no contexto e na vivência. Num primeiro momento, a doença é realmente individual (“sou eu quem está doente”); mas em seguida, se torna comunitária, pois envolve parentes, amigos e conhecidos, enfim, todos os que de alguma forma lidam com o doente, e, entristecidos, precisam de muita força para apoiar a pessoa enferma, passando-lhe tranqüilidade, a fim de que o tratamento possa surtir o efeito esperado.

A morte representa separação, medo, perda, tristeza, alívio, necessidade, fim. Mas há pouca preparação para ela, quase que só dos idosos, ainda que os comportamentos se modifiquem ao se tomar real consciência dela.

A morte tem uma significação identificada com mudanças de sentimentos e de atitudes comportamentais, sugerindo que, ao se ter certeza dela, far-se-á tudo aquilo que ainda não se fez. Aproveitar-se-á a vida. Parece um disparate, uma vez que ela é a certeza mais certa que temos. É interessante a divergência entre os jovens e os idosos: os primeiros tentam não pensar no acontecimento, enquanto que os segundos procuram, principalmente, preparar-se sempre para ele.

Perde-se amigos, parentes, familiares, pessoas muito queridas, mas nunca a gente se acostuma com tais perdas. O sofrimento cresce na razão inversa e direta da afetividade. Pensa-se que ela só bate na porta dos outros, nunca na nossa, até que sejamos atingidos em cheio por ela. Contudo, morremos a cada dia, hora, minuto, segundo, depois que estamos aqui.

A morte é, na sua essência, romântica, pois sua certeza faz com que amemos com exuberância a vida.



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