Por Rodrigo Contrera
(Relato de estágio realizado na escola estadual Heloísa Carneiro, Jabaquara, como parte das atividades das disciplinas Didática e POEB, na Faculdade de Educação da USP. Fim de junho de 2004.)
Sempre que termino as duas horas semanais de estágio, acompanham-me as imagens dos alunos que não irei ensinar (pois ainda sou estagiário). Imagino - tenho certeza - que o mesmo aconteça com os reais professores, condenados a tentar repassar a milhares de seres mal instruídos, alguns mal nutridos, outros mal educados aquilo de que alguns professores já se esqueceram: ser gente.
É imensurável o cansaço que domina o corpo de quem passa meros cinqüenta minutos à frente de qualquer sala. No começo do estágio, eu achava que fosse pouco. Após as vinte horas regulamentares, mesmo conhecendo - em traços - os alunos, qualquer minuto parece excessivo. Não necessariamente pelos alunos - que, claro, não páram. O que repugna mesmo é o ambiente por um lado refratário ao ensino, por outro à aprendizagem. Em outras palavras: rente à lousa, sente-se ausências de AULAS; em meio à sala, resta o vazio de quem não consegue mais aprender.
(continua)
(Este trabalho será entregue nas próximas semanas aos responsáveis pelas disciplinas acima)
& 8354; Rodrigo Contrera, 2004. |