Em "Os Menores Contos Brasileiros do Século", coletânea de microcontos organizada e editada por Marcelino Freire, o do Mirisola, devidamente sem título e sem qualquer outra espécie de legenda (esse, o pecado de alguns dos micro-contistas), é um dos menores, e um dos mais radicais:
"Com esse dedo aí, viu?"
Em suas crônicas para o Aol Notícias, não é raro nos depararmos com mini-pérolas sempre lançadas aos poucos. Para não falar de seus livros: "Fátima fez os pés para mostrar na choperia", "O herói devolvido", "O azul do filho morto" e "Bangalô", que insistem em contar com a inteligência do leitor, fazendo da elipse lancinante a sua matéria. E há quem lamente o conteúdo "pouco louvável" desse "fora de forma" mais do que assumido. "Sem os meus preconceitos, eu não sou nada", teria dito Mirisola a um amigo que tentava salvá-lo de si mesmo.
Em sua última crônica para o Aol Notícias, Mirisola escreve em resposta a Marisa Orth, que continua achando Caetano Veloso um gênio. O escritor só lamenta não ter mais 13 anos para poder concordar com ela. E sobra pra todo mundo, pra todos os gênios da raça de plantão. Sobra inclusive para os manos do hip hop, pivô de polêmica recente entre o cronista e Ademir Assunção. A polêmica foi desencadeada por crônica que classificava o encontro de Lula e os manos do hip hop, no Palácio do Planalto, como um "encontro de ruminantes .
Com vocês, um microconto, todo achado, entre tantos outros achados imperdíveis:
"Ah, Marisa. Quando você apareceu na Playboy fiz a devida homenagem..."
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