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Artigos-->TERRORISMO (S) -- 13/09/2001 - 19:08 (Gabriel de Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desde há anos que vínhamos dizendo que nunca poderia haver segurança total no transporte aéreo. Sem ir para esquemas muito sofisticados; para ligações com funcionários dos aeroportos, muitos deles imigrantes; para o suborno de pessoal, que não é tão bem pago quanto se julga ; bastaria haver um qualquer «pirata suicida» (ou um louco) que se dispusesse a colocar uma bomba na própria mala, entregá-la para seguir para o porão, passar tranquilamente os controlos de segurança, embarcar, levantar voo e ... esperar pelas explosão. Dir-me-ão que há aeroportos onde é praticada também a verificação de todas as malas de porão, mas as excepções não fazem mais do que confirmar as regras. E há sempre uma certa permissibilidade quando se entra em rotinas... Também me dirão que normalmente um avião não sai sem se desembarcar a mala do passageiro que eventualmente faltou no embarque... Mas naquele caso ele não vai faltar no embarque. Ele vai estar dentro do avião que vai explodir... A passagem nos serviços de segurança, mesmo a ser 100% fiável, não vai evitar que, a bordo, muito gentilmente, sejam colocados à frente dos passageiros, talheres, tanto melhores quanto a classe em que viajam... E chegamos ao paradoxo de meter na mão do passageiro um objecto cortante que, normalmente, seria detectado e recusado antes da entrada no avião... Mas também não poderia ser de outro modo... O passageiro exige um bom serviço a bordo e reclama mesmo quando as refeições são servidas com material de plástico... E qual é a pessoa que não acreditará se, alguém com modos agressivos, pretender desviar um avião, dizendo que está armado, mesmo que o não esteja ?



Vem tudo isto a propósito da tragédia ocorrida nos Estados Unidos da América em 11 de Setembro de 2001, em que tudo o que dissemos se conjugou... Sofisticação, permissibilidade, subornos ( ? ) , terroristas suicidas, armas que o não eram, etc., etc..

Lamento, como seria de esperar, os actos praticados e as vítimas que, como quase sempre, são as pessoas que menos têm a ver com o móbil do acto de pirataria.

Porém, sou levado a pensar igualmente no «terrorismo de estado» e então vêm-me à lembrança : Hiroshima (passados tantos anos, ainda se sofre pelas bombas lá lançadas pelos americanos); Cuba que, por querer seguir o seu destino, se vê vítima de embargos económicos que a asfixiam; Vietname onde tantas bombas foram lançadas sobre gente indefesa e onde tantas torturas foram praticadas; Chile onde, com a ajuda provada dos americanos, o governo legalmente no poder foi deposto, dando lugar a uma sangrenta ditadura de que só agora o principal mentor, Pinochet, passados quase trinta anos, está a responder em tribunal; Iraque onde foi deixado um país em ruínas e permanentemente sob controlo e ameaça; Belgrado, aqui quase à porta, metralhada sem dó nem piedade... E em quantos outros países não houve a intervenção, directa ou indirecta, dos americanos ? Sempre em nome da Liberdade. De uma certa liberdade, porque os ditadores quando escravizam os seus povos e enchem os bolsos corruptos, têm quase sempre as mãos livres desde que não ponham em causa os interesses da América.

Enquanto durou a chamada «guerra fria», os dois grandes temiam-se... e bem ou mal mantinham o equilíbrio no Mundo. Agora, com a URSS desmembrada, com a China dos «vários sistemas», a América tornou-se dona e senhora do que se faz no Mundo.

E quanto ódio acumulado! Quantos inimigos potenciais!



Dizem que a partir de agora nada será como dantes. É uma verdade... Já não haverá porventura mais guerras convencionais... Ultimamente já se falava até de «guerras cirúrgicas» e de alvos selectivos ... As guerras convencionais ficam para os países pobres e para os negociantes de armamento. Agora será a guerra total, mas com gazes ou bactérias... atingindo sempre os inocentes (sejam americanos ou outros)... Havendo dinheiro como parece, para quando o terrorismo nuclear? Tudo o que era ficção, vai ser agora ultrapassado pela realidade. As cenas dantescas nos Estados Unidos foram já uma prova disso! Novas ficções terão de ser inventadas. Quem semeou ventos, vai colher tempestades... Mas os inocentes. estejam eles de que lado estiverem, seja qual for o seu credo político, raça ou religião, serão sempre as principais vítimas.

Por isso, ao lamentar a perda da vida e as dificuldades e desgostos de tantos americanos, não esqueço, também, os japoneses, os cubanos, os vietnamitas, os chilenos, os iraquianos, os jugoslavos e tantas outras vítimas ( mesmo mais recentemente, os palestinianos e israelitas) que morreram sem saber porquê e que, infelizmente, não puderam chamar tão bem a atenção do mundo, porque as suas mortes, as suas dores, os seus desgostos, não foram transmitidos em directo pelas cadeias de televisão. Que os Grandes deste mundo acordem a tempo com este safanão ! - Há sempre uma origem social em todos estes eventos, embora aproveitada (de uma forma hedionda) por políticos ou fundamentalistas de toda a espécie.





2001.09.13

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