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Artigos-->Excitante! -- 24/05/2004 - 10:01 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A inclusão do ensino religioso nas aulas da rede pública no Rio de Janeiro tem levantado o debate a respeito, em especial, das aulas sobre o criacionismo, em contraposição à lei científica da evolução das espécies, descoberta por Charles Darwin no século retrasado.



Porém, os que defendem o ensino religioso não se atêm apenas à questão da origem do mundo e das coisas, mas também (talvez, principalmente) para a necessária difusão de valores socialmente edificantes, de que a religião seria a portadora principal, se não exclusiva. É o que diz, por exemplo, o deputado federal Irapuan Teixeira (PP-SP), que pretende obrigar as escolas particulares a também oferecer ensino religioso (Projeto de Lei 2687/030), pois assim transmitiriam "os valores e os princípios éticos" que "são essenciais para o desenvolvimento da vida em sociedade e para a convivência harmônica das pessoas".



É assunto realmente controverso. Numa entrevista à Paris Review, em 1961, o escritor norte-americano Henry Miller tentou estabelecer a diferença entre a obscenidade e a pornografia, afirmando que "o obsceno seria o que é direto e o pornográfico o que é indireto. Acredito em dizer a verdade, revelar tudo perfeitamente, chocar se necessário, não disfarçar nada". O autor de "Sexus", "Plexus", "Nexus", "Trópico de Câncer", "Trópico de Capricórnio", "Tempo de Assassinos" e tantos outros livros, vários censurados por governos e religiões pelo conteúdo "pornográfico", considerava que "a obscenidade é um processo purificador, enquanto a pornografia apenas aumenta as trevas".



É discussão antiga. Um livro milenar traz um relato sobre duas irmãs prostituídas, que tiveram "apertados os seus peitos" e "apalpados os seios da sua virgindade". Pariram filhos e filhas, uma das quais se prostituiu, inclusive se relacionando com um dos freqüentadores da mãe, além de se enamorar de governadores e magistrados, "todos mancebos cobiçáveis". Cometeu "ela as suas devassidões com eles", contaminando-se com as crenças dos parceiros, que "derramaram sobre ela a sua impudicícia". Foi morta por um deles. Uma das irmãs desta prostituta assassinada também se corrompeu, inclusive "nas suas devassidões", que eram ainda piores.



Está escrito que "o caminho de ambas era o mesmo", com o agravante de que esta última "aumentou as suas impudicícias". Apaixonou-se por um dos parceiros, a quem deu filhos. Moradores de outra localidade igualmente "a contaminaram com as suas impudicícias; e ela se contaminou com eles". Pôs a descoberto as suas devassidões e "multiplicou as suas prostituições", lembrando-se de seus amantes, "cujas carnes eram como as de jumentos, e cujo fluxo era como o de cavalos".



Foi castigada, pois contra ela se voltaram seus amantes, que a julgaram "segundo os seus juízos". Foram-lhe tirados "o nariz e as orelhas", seus filhos e filhas foram "tomados" e o que dela sobrou foi "consumido pelo fogo". Vestidos e jóias foram surrupiados da prostituta, irmã de prostituta. Moral da história? Não está num livro pornográfico, mas em Ezequiel, que relata esta história e assim registra, em 28-29 : "Pois assim diz o Senhor Deus: Eis que te entrego na mão dos que odeias, na mão daqueles de quem está alienada a tua alma; e eles te tratarão com ódio, e levarão todo o fruto do teu trabalho, e te deixarão nua e despida; e descobrir-se-á a vergonha da tua prostituição, e a tua luxúria, e as tuas devassidões".



As prostitutas dessa edificante história são condenadas porque, além de "mulheres lascivas", fizeram seus clientes se esquecerem de Deus, adorando outros ídolos. Assim a prostituta, assim a adúltera, que faz o homem entrar "a ela, como quem entra a uma prostituta". As adúlteras serão entregues "ao tumulto e ao saque", apedrejadas e mortas. Seus filhos e filhas serão trucidados, suas casas queimadas. "Assim", disse o Senhor Deus, "farei cessar da terra a lascívia, para que se escarmentem todas as mulheres, e não procedam conforme a vossa lascívia. E a vós vos pagarão o vosso procedimento lascivo e levareis os pecados dos vossos ídolos; e sabereis que eu sou o Senhor Deus".



"Valores e os princípios éticos" deste calibre são usados para abençoar a perseguição dos judeus pelos cristãos, dos palestinos pelos judeus, dos "seguidores de Satã" pelos islamistas. É o que algumas pessoas pretendem que seja ensinado nas escolas, públicas e privadas. Palavras da salvação!

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