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Artigos-->Minha mãe -- 19/04/2004 - 12:54 (Michele Mourão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Minha mãe foi para mim grande parte de tudo que sou. Totalmente

neurótica, inquieta e irritantemente falante. Ela me fez ser assim,

compulsiva, insegura e indecisa. Me ensinou desde cedo a ter uma

preocupação constante sobre o meu corpo. Da onde vem minha

fixação pela magreza. Aos 10 anos já me recordo de fazer ginástica

em casa, colocando plástico na cintura para queimar gordura. Comer

pouco e cuidar da pele.

Ouvia meus pais transando todos os dias e sabia o que eles faziam

quando se trancavam no quarto. Era um ritual, meu pai chegava do

trabalho, fazia física, tomava banho, jantava sempre a mesma coisa,

sopa Maggi e tomava suco de limão, deitava-se em frente a TV para

assistir o jornal Nacional e em seguida se trancavam no último quarto

de casa para que nós não ouvíssemos os barulhos, que hoje eu sei

serem chamados de gemidos.

Meu relacionamento durante a adolescência com minha mãe sempre

fora muito aberto, falavamos sobre homens, sexo e pinto, contava-lhe

minhas intenções audaciosas, minhas dúvidas e meus segredos com

meus namorados, rolos e paqueras. Até das minhas fantasias ela

participava e ainda me ajudava a realiza-las. Quem nos conhecia

ficava impressionado como nós éramos, abertas, sem limites e

restrições.

Agora mais crescida, consigo perceber a criatura que me tornei, penso

mil vezes se realmente desejo um dia ser mãe, e consequentemente

enlouquecer minha filha, talvez por isso eu prefira homens.

Minha mãe já não é mais minha, e sim, da minha sobrinha que mora

com ela, de apenas 4 anos, mas já entende muita coisa, ela puxa a

barriga se percebe que está grande, faz charme o tempo todo e ri

desconfiada quando a olham. Me preocupo como ela será um dia, já

passei por fases mais complicadas e consegui me livrar de muitos

problemas, e com ela, como será?.







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