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Artigos-->Cântico de Kant -- 19/04/2004 - 09:57 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Emmanuel Kant jamais deixou a cidade universitária de Koenigsberg, da Prússia Oriental, onde nasceu, em 22 de abril de 1724, e morreu, em 12 de fevereiro de 1804. Foi influenciado pelo protestantismo luterano de tendência mística e pessimista, pelo racionalismo de Leibnitz e pela literatura de Hume e Rousseau. O magistério não ortodoxo de religião por Kant, baseado no racionalismo, fez com que o rei Frederico Guilherme II, em 1792, o proibisse de ensinar ou escrever sobre esse tema, o que ele obedeceu até a morte do rei, cinco anos depois. Conta a lenda que seu sistema de vida era tão metódico que as pessoas acertavam os relógios de acordo com sua caminhada diária ao longo da rua - que depois recebeu o nome, em sua homenagem, de "Caminhada do Filósofo". Até que a idade o impediu, ele somente teria perdido sua aparição regular na ocasião em que o Emile, de Rousseau, o fascinou tanto que, por vários dias, ficou em casa, lendo este livro.

Publicou Dissertação, em 1770; Crítica da razão pura, 1781 (na edição de 1787 explicará suas intenções "críticas" de realizar um estudo sobre os limites do conhecimento); Os prolegômenos a toda metafísica futura, 1783; Fundamento da metafísica dos costumes, 1785; Crítica da razão prática, 1788; Crítica do juízo, 1790; A religião nos limites da simples razão, 1793 e, em 1798, Conflito das faculdades.

Para ele, tudo na natureza foi construído pelo espírito humano. Só podemos conhecer os fenômenos, não as "coisas em si". Kant negava a possibilidade de conhecermos o mundo, ou pelo menos de conhecê-lo por completo. Existiriam coisas desconhecidas por si próprias, baseadas em pressuposições necessárias. Escreveu que, "embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, isso não significa que proceda todo da experiência".

Gigante do pensamento de sua época, Kant chamou à sua filosofia "idealismo transcendental". Sua concepção de mundo é a contradição entre o sujeito e o objeto, entre a aparência e a essência, entre o pensar e o ser. Na sua Crítica da razão pura, registrou: "Tive que restringir a esfera do conhecimento para deixar lugar à fé". Uma formulação que busca conciliar o conhecimento e a fé, a ciência e a religião. Ludwig Feuerbach deplorou o desacordo desse ideário, que levou Kant a "separar a verdade da realidade, a realidade da verdade!"

A filosofia de Kant serviu de base, a vários ideólogos, para concepções religiosas e idealistas. Toda ideologia é condicional, mas uma ideologia científica leva em conta a existência de uma verdade objetiva, de uma natureza absoluta, da qual o saber sempre se aproxima, sem conseguir esgotar. Kant não chegou a este entendimento.

No período em que viveu, os conhecimentos acumulados ainda não apreendiam o mundo como um processo, como em constante formação. O movimento da natureza era tido como circular, repetindo eternamente os mesmos resultados. Mas se o novo não surgisse de algo que anteriormente não existia, não poderia ocorrer desenvolvimento, transformação progressiva dos fenômenos. O mundo é transformação do que passou, produção permanente do novo. Na época, a geologia era desconhecida, assim como a evolução das espécies. Como escreveu Friedrich Engels, "nós não vivemos apenas na natureza, mas também na sociedade humana, e também esta tem a sua história de desenvolvimento e a sua ciência, não menos do que a natureza".

A relatividade dos nossos conhecimentos não nega a verdade objetiva, mas revela os limites, condicionados em cada época, em cada conquista do saber, da aproximação dos nossos conhecimentos a esta verdade. Dizia Hegel que a liberdade é a compreensão, a consciência da necessidade. Há uma imensa gama de opções possíveis para a ação ou omissão humana. O conhecimento da realidade não restringe, mas aumenta, o número de possibilidades de ações que levam em conta as necessidades, as causalidades oferecidas pelo mundo que nos cerca. Este arrazoado, só possível com o acúmulo dos conhecimentos que a humanidade vem realizando, formação social após formação social, geração após geração, é um patrimônio atual, construído sobre os ombros dos magníficos pensadores que nos precederam.

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