PONTO DE VISTA
Filemon F. Martins
Nestes dezesseis meses de governo Lula, temos tentado entender a trajetória desenvolvida pelos integrantes do Partido dos Trabalhadores e seus aliados, na administração do Brasil. Referendado pelo povo nas últimas eleições, com promessas de mudança, criação de empregos e com projetos arrojados ( apregoavam ) para todos os ramos e segmentos da sociedade, vislumbrava-se no PT, o início da retomada de crescimento. Após sua posse, o governo adotou a política econômica da gestão anterior, (PSDB) já reprovada pelo povo nas urnas, com retumbante fracasso entre os analistas econômicos e aí percebe-se que o PT não tinha projetos para governar o Brasil, tais as improvisações que têm sido feitas ao longo desse período.
Viajar pelo Brasil e encontrar os propalados projetos sociais do governo é tarefa das mais árduas. O desemprego aumenta e só há sinais de que o número de desempregados venha a crescer assustadoramente. As filas nos hospitais continuam intermináveis. Não há funcionários e equipamentos, porque não há recursos financeiros, segundo dizem. Na Educação, a coisa é pior ainda. Nem mesmo o ensino pago é garantia de qualidade. Na política, não há ética, dignidade, coerência, honestidade e transparência, apesar do esforço descomunal do governo em dizer o contrário.
É preciso lembrar, porém, que nunca fomos adeptos da filosofia política do PSDB e muito menos do PFL, no que diz respeito à gestão de Fernando Henrique Cardoso, que, digamos, poderia ter feito mais, muito mais no campo social, mas acabou preferindo a elite, que dela fazia parte. No Estado de São Paulo, temos o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, uma rara exceção, se considerarmos os políticos atuais. Ainda bem que o Estado de São Paulo se livrou do petista José Genoino, que, certamente seria um desastre na administração política do Estado de São Paulo.
Sonhava-se que o Brasil, após a eleição de Lula, que enfrentou adversidades e não nasceu no seio da elite, trilhasse o caminho do desenvolvimento, com programas sociais sérios, com respeito aos trabalhadores que produzem, criam e fabricam, com investimentos no Serviço Público, na Saúde, Educação, Tecnologia, Transportes, Energia, Saneamento, construindo e fazendo manutenção de estradas, ferrovias e diminuindo a desigualdade social no País. O que se vê, no entanto, são áreas prioritárias submetidas a penúria, enquanto se gasta uma fortuna em viagens quase sempre desnecessárias, excesso de publicidade, não sobrando dinheiro para investir e melhorar a vida do cidadão.
Tombam-se, assim, as esperanças dos brasileiros que confiaram nas promessas feitas pelo PT ao longo dos anos e não cumpridas até agora. Pior é que após tanto estardalhaço, reformas que interessavam aos bancos e capitalistas, não há perspectiva de que o governo comece, pelo menos, a cumpri-las. Correto o professor Zander Navarro, ao afirmar em artigo na Folha de S. Paulo, “Enganamo-nos. Infelizmente, continuaremos esperando o futuro.” Mas quando o contribuinte chega em casa e liga o televisor, aí sim, logo percebe que há alguém trabalhando no governo de Lula: Duda Mendonça.
filemon.martins@uol.com.br
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