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Artigos-->Aos comunistas, anarquistas e demais utópicos -- 04/09/2001 - 09:22 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aos que, como eu, gostariam profundamente que o mundo onde vivemos fosse um mundo de iguais, resta o consolo de saber que tal anseio, em não se concretizando, será plenamente suprido em nossa imaginação pela utopia que faz de nós seres obstinadamente cegos, ingenuamente esperançosos, e deliberadamente idiotas.



Tudo que diga respeito a uma idealização em face da realidade que a originou forma a matéria-prima da nossa utopia. De muitas maneiras os homens idealizam, todavia, a utopia é melhor relacionada às transformações requeridas no meio de uma sociedade em razão das desigualdades nela existentes.



Nós utópicos, gostaríamos que todas as sociedades do mundo tivessem padrões perfeitos de organização social, política e econômica, de modo que os seus componentes fossem igualmente tratados, sem haver distinção de qualidade entre si. As diferentes funções exercidas por cada indivíduo não significaria que quem estivesse num nível hierárquico superior, o fosse em essência, ou melhor posicionado socialmente, usufruindo dos privilégios decorrentes da posição, em detrimento da negação dos mesmos privilégios aos que estivessem em condição inferior.



O problema desse tipo de utopia é que ela se fundamenta na suposição, ou melhor, na sugestão de que é possível uniformizar as consciências, fazendo-as convergir a um único modo de pensar e agir, configurando uma absoluta homogeneidade no comportamento e desejo humanos. Tal sugestão entre em choque com a absoluta impossibilidade de tal homogeneização ocorrer, pela simples constatação de que os seres humanos não são iguais no nível da consciência e do pensamento, e, como conseqüência, nas ações.



É com muita dor no coração que admito ser a utopia um estágio irrealizável, inatingível; se ao menos quem a alimentou e conseguiu criar as condições objetivas para tornar concreta a satisfação dos anseios que a sustentam, não tivesse lançado mão do uso da força, e por sua adoção como único elemento de coesão possível, não a tivesse mantido a qualquer custo, inclusive com a eliminação daqueles que a ela se opunham. Para essa nova realidade ser construída resultaram os regimes totalitários que hoje dão ao mundo a idéia de que o paraíso sonhado por uns poucos pode significar, na sua afirmação, o inferno para a maioria.



P.S. esse último parágrafo não é

uma referência direta a Cuba, pois quando trato da questão não o faço ideologicamente, apenas conceituo a impossibilidade de frear no interior dos homens o ímpeto pela competição que lhes é inerente, obrigando-os a admitir como possível uma igualdade naturalmente impossível. Se aos cubanos fosse dado o direito de manifestar o que pensam sobre as privações a que são submetidos em Cuba, sem medo de represálias, certamente diriam que o paraíso na terra não existe, pois a utopia que o pretendia criar naquela pequena ilha falhou em algum detalhe, visto que na face da maioria dos cubanos não se verifica a felicidade que a vida em um paraíso naturalmente faz brotar.

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