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Artigos-->Mais uma deusa nos céus -- 23/03/2004 - 10:33 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Foi anunciada, no início de março, a descoberta do mais distante objeto do Sistema Solar, localizado a cerca de 13 bilhões de km. da Terra. Batizado de Sedna, equivale a três quartos do tamanho de Plutão (identificado em 1930), o nono planeta da órbita do Sol. Sedna é mais distante que Quaoar, descoberto em 2002. Tão longe que, lá, o ano dura o equivalente a 10.500 anos terrestres. Em sua maior distância do Sol, chega a 135 bilhões de quilômetros. Com uma temperatura superficial de 200º C negativos, é o objeto mais frio do Sistema Solar (daí a relação com a deusa dos mares do Ártico). Localiza-se na região chamada de Cinturão de Kuiper, formada por centenas de objetos conhecidos e milhões de pequenos mundos glaciais que giram em torno do Sol.

”O Sol parece tão pequeno daquela distância que é possível tampá-lo com a cabeça de um alfinete”, disse Michael Brown, astrônomo do MIT que coordenou a equipe da Nasa (agência espacial norte-americana) para a observação do objeto. Há evidências de uma pequena lua em sua órbita.

O impacto da descoberta colocou em debate o sistema de classificar os planetas, e a União Internacional de Astronomia (IAU, na sigla em inglês) vai decidir o tamanho mínimo para que um corpo celeste possa ser considerado da mesma “classe” que a Terra, Marte ou Júpiter. O resultado das discussões pode derrubar a definição dada a Plutão, também considerado pequeno demais para ser um planeta. Enquanto isso, o Sedna não será catalogado nessa categoria, e seu nome oficial fica sendo, temporariamente, 2003 VB12, baseado na data da descoberta (14 de novembro de 2003), e que segue a recomendação da IAU para nomes de corpos pequenos.

Michael Brown prefere chamar Sedna de “planetóide”, pois estaria, por suas dimensões, entre um planeta e um asteróide. Encontrado pelo telescópio espacial Spitzer, o objeto também foi identificado pelo telescópio espacial Hubble.

Atualmente, nove planetas são conhecidos no Sistema Solar, e aventa-se a hipótese de um décimo, Quaoar, descoberto recentemente, mas ainda não há certeza de que se trata de planeta ou um outro tipo de corpo celeste.

Os planetas sempre recebem nomes de deuses. Os antigos não sabiam que a Terra fosse um planeta, mas seu nome deriva da deusa Gaia que, na mitologia grega, era a mãe primordial, geradora de todos os deuses.

Os primeiros planetas identificados foram cinco. Um recebeu o nome do deus mais poderoso – Marduc (babilônios), Odin (nórdicos), Zeus (gregos), Júpiter (romanos, nome que prevalece até hoje). Mercúrio, por ser o mais veloz, recebeu o nome do mensageiro dos deuses. Vênus se refere à deusa do amor e da beleza. Marte é deus da guerra. Saturno tem o nome do deus do tempo. O planeta descoberto em 1781 recebeu o nome de Urano, deus do céu, pai de Saturno. O descoberto em 1846 foi chamado Netuno, deus dos mares. O descoberto em 1930, recebeu o nome de Plutão, deus do mundo subterrâneo (ou do inferno). O nome Quaoar vem da mitologia dos índios Tongva, primitivos habitantes da região de Los Angeles (EUA), e é o deus que veio dos céus, pôs ordem no caos, o mundo sobre as costas de sete gigantes e depois criou os animais e o homem. Sedna, o novo planeta, homenageia uma deusa da mitologia inuíte (povo do Ártico).

Segundo uma versão do mito, ela era uma bela menina que vivia com o pai e não pretendia se casar. Certo dia, seu pai falou: “Sedna, a comida está acabando e passaremos fome. Você necessita de um marido e casará com o próximo caçador que pedir sua mão.” Logo seu pai viu um caçador se aproximando, muito bem-apessoado, e disse-lhe: “Se você procura uma esposa eu tenho uma linda filha. Ela sabe cozinhar e costurar”.

Foi sob protesto que ela partiu com o caçador para a ilha que seria seu novo lar. Quando chegou, percebeu que lá não tinha nada, nem mesmo uma tenda para morar. Só pedras e um rochedo. O caçador, então, revelou-se como um enorme corvo. Sedna gritou e tentou fugir, sem êxito. O enorme pássaro a arrastou para um local ainda mais ermo, onde a alimentava com peixe cru. Infeliz, Sedna clamou por socorro e os ventos árticos levaram os apelos a seu pai que, sentindo-se culpado, resgatou-a. Zangado, o corvo atacou e virou o caiaque onde estavam. No mar bravio, o pai conseguiu recuperar o caiaque e, assustado, tornou a oferecer sua filha ao corvo. Sedna, por sua vez, ia, aos poucos, se congelando nas águas do Ártico. O pai, temendo morrer, batia com o remo nos dedos da filha que se agarrava à embarcação.

Baleias e focas salvaram Sedna do afogamento e ela passou a ser rainha do mar. Quando o mar está furioso, é porque ela está escovando seus longos cabelos negros. Quando o mar está calmo, é porque Sedna está tranqüila. Em sua homenagem, os caçadores inuítes realizam oferendas paras os mamíferos do mar, agradecendo pelas pescarias que garantem alimento para suas famílias. Imortalizada nos gélidos mares do Pólo Norte, está agora imortalizada também na gélida região onde orbita o 2003 VB12, e é mais uma deusa que sobe da Terra para os céus.

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