Não sei...
Não sei que horas são, mas há fome no lugar,
Um copo d" água, um canto tímido de pássaro e um silêncio tênue da madrugada. Sinto a minha boca amarga e as minhas mãos ásperas e vazias.
Lá fora, na rua, vejo as cinzas da lua que virgília essa insônia, parecendo adormecer sobre o leito mavioso do rio em forma de paz. Enquanto a brisa orvalhada, pousa suave sobre o corpo agreste da primeira rosa de quintal, em maio.
A medida do alvorecer,recordo você, os seus pés na areia, a voz solta no ar e o suor gélido na pele mosqueada... Já me incendeiam o momento, profanado a essência do novo dia com um leve grito...
Gemido sussurado.;
Dor de quem tem fome.;
Morte de quem tem nome.;
Dissabor de quem amou ou simplesmente o prazer.
Meu homem sofre.
Proclama saudade,
Interfere na hora... Interfere na lida
Chora bravo a ferida.
Só não encontra saída desse calvário,
Mas como o inferno chama, maltrata e versa no espaço um infindável temor...
O castigo dos deuses, pecado frívolo do amor...
Egoísmo de jamais aceitar um adeus por acaso.
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