Quando te descobri...
Há muito que não confidenciava a alma.
Com o tempop fui te querendo, sabendo, ignorando o dia em que o sonho e a cidade iriam se encontrar.
Amanhecia como hoje em dia. E o amor que inventamos vencia, crescia...
Foi dezembro, março... Extrapolou, formou o horizonte e no sombra do quarto, a meia luz na cabeçeira, ao som deserto de um silêncio que estava de mãos dadas com a paz, a alma, o encanto e o corpo, num suor, num desejo vôraz a harmonizar com sussuros de prazer, um querer em segredos.
Encontramos nossas vidas, de ida e vindas, sob um sol, dó, ré, mí,, fá...
O veneno do mundo ao lado crescia, as poucos, com as leis...
No semáfaro vimos o tempo acelerar, as luzes do poste ascender.; a multidão correndo passava e a chuva que começou a cair lavava os pés do chão, enquanto a lua nascia, entre a fumaça, sob desgraça...
E você enfim confessar a dor a sua injustiça, o seu erro ou pecado. Pecado?
Angústias, agonias dispostas em versos diante de nós... Era sangue, era lágrima...
Você desceu do velho ônibus algumas paradas... Vazio andou o meu coração, minha boca muda, nossas almas em pedaços.
Rumo ignorado...
Parei andei até o viaduto e lá de cima via o vulto da cidade em pontos livres, parecia um conserto em veloz da cidade que foi do passado.
Olhando o céu que tantas vezes recebe a luz, procurei na tola esperança de que aquele adeus, não ficou na estrada.
Após o blackalte, o trânsito parou, os carros gritavam no escuro,e a minha vontade de desistir daquela nova alegria esvaia-se, vendo no horizonte do tempo que era as clamídeas da noite movendo-se outra vez.
Como a procurar pelo mundo que iluminava e que em tão pouco tempo me fez feliz segui o atómo com o nó na garganta e sem dizer nada.
A alma sozinha se arrastava e os olhos vermelhos da insônia, virtude dos loucos, soerguia quando em meu peito batia forte a emoção esperançosa e perseverante que te reencontrava.
Minha menina vinha, surgia do nada.
Num espanto amanheceu de vez, com as luzes da cidade em chamas, perturbando a versão dos meus olhos, que acordaram do sonho, que dizia que tudo que vi fora imaginação.
Meio desconsertado andei, quis rir e ser feliz, mas na maioria das vezes, procurei o teu rosto e não encontrei.
O tempo havia passado. Se passasse do meu lado não a reconheceria, mas o amor que inventei naquele dia, lá no viaduto, ainda guardo com saudades. |