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Poesias-->Acorde -- 29/01/2002 - 15:18 ( Alberto Amoêdo) |
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Eu não tenho mais o violão.
O meu melhor amigo foi pra Augusto Corrêa.
O meu amigo foi trabalhar na fogueira.;
O meu amigo ficou tão sério.;
O meu amigo de infância foi ver a Deus.
Eu não tenho mais o violão.
A minha casa foi edificada na areia.;
A minha filha na casa alheia.;
A minha filha está na cas da avó.;
A minha filha está com a mãe na feira
E eu estou só.
Eu não tenho mais o violão.
A minha mãe mora em Belém.;
O meu pai não está mais nessa estação.;
A minha irmã está aprendendo a lição
E a sua filhinha já é mamãe.
Eu não tenho mais o violão.
A rua donde eu moro está escura.;
A rua de onde eu vim é feliz.;
Quiserá eu ir à Paris.
Eu não tenho mais o violão.
Os meus tios pregam a separação.;
O País segue sem direção
e da minha terra o que carrego no peito é só uma antiga canção.
Um dia eu volto como um dia eu hei de morrer.
Um dia eu amo, como eu hei de viver.
Um dia os meus erros servirão de visão.
Um dia meus amigos.; meu povo, minhas filhas, minha mãe...Um dia meu amor, hei de servir ao sentimento que inventei.
Eu não tenho mais o violão.
Mas tenho o verbo do meu coração dizendo a essa vida árdua, que o amor é a única versão. |
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